Clássico Rosarino: 26 anos da despedida e atuação de Kempes diante do rival Newell’s

O Clássico Rosarino de 1995 foi uma disputa que se tornou um marco de rivalidade entre os times Rosário Central e Newell’s Old boys. Trata-se de um amistoso em homenagem a Mario Alberto Kempes. Considerado um dos melhores jogadores argentinos de futebol de todos os tempos. Em um ano milagroso para o Rosário Central, que ganhou a Copa Conmebol em virada histórica em dezembro. 

CLÁSSICO ROSARINO

No dia 8 de fevereiro, o Estádio Gigante de Arroyito se tornou palco de um jogo emocionante que parecia ser um tipo de Grenal Argentino. Antes de tudo, Kempes “El Matador” tinha 41 anos e estava fora de forma na época. Pois havia parado de jogar em 1992, quando ainda atuava no time austríaco Kremser.

O fato de jogar nessas condições foi uma surpresa para todos que assistiram naquela noite, principalmente quando o jogador eternizou a disputa ao fazer o gol único da partida aos 25’. 

Os Rojinegros (Rubro-Negro) cada vez mais pressionados pelos rivais, não conseguiram empatar no 2º tempo. Foi a gota d’água para a torcida. Que inconformados com a situação começaram a jogar pedras e garrafas das arquibancadas. Inclusive uma delas atingiu o zagueiro do Rosário Jorge Balbis na cabeça. O jogo foi interrompido e a vitória foi dada ao Rosário Central.

Diante dos acontecimentos você deve estar se perguntando quando começou e o porquê de tanta rivalidade. Certo?

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RIVALIDADE ENTRE OS CLUBES

Tudo começou em 1920, quando uma instituição de doentes com hanseníase convidou os dois times locais para um amistoso beneficente. Somente o Newell’s aceitou o convite. Logo, a equipe provocou o Rosário ao chamar eles de canallas por se recusar a participar do evento.

Imediatamente, os rivais revidaram apelidando-os de leprosos. Em suma, as equipes se enfrentam desde 18 de junho de 1905, mas foi em 1920 que a rivalidade foi oficializada, o famoso Dia D.

Além disso, outro fator importante para o atrito é o fato de ambos representarem a província de Santa Fé, a 300 km de Buenos Aires. A distância entre os estádios é de aproximadamente 7 km. Dessa forma, o lema que prevalece é: “Quem não está comigo, está contra mim”. Ou seja, ficar em cima do muro não é uma opção.

Para se ter noção do grau de competitividade, em 2018 cerca de 100 policiais foram acionados para um jogo sem torcida com o propósito de evitar tumultos fora do Estádio. Na ocasião as equipes disputavam as quartas de finais da Copa Argentina em Sarandí. O organizador do evento vetou a participação dos torcedores com receio de que houvesse violência. 

Ao longo do tempo, as provocações viraram algo natural e foram se tornando criativas e também polêmicas. Um exemplo disto foi uma maior rivalidade de futebol no mundo, pela revista Trivela. 

MARIO KEMPES

A princípio, Kempes é considerado um dos melhores jogadores argentinos de futebol de todos os tempos. Portanto, a despedida em 1995 foi um desfecho digno para um dos maiores artilheiros argentinos. Aliás, ao longo de sua carreira conseguiu feitos históricos como a conquista da Copa do Mundo de 78. Em que ganhou a chuteira de ouro por marcar seis gols durante o campeonato, dois deles feitos na final contra a Holanda.

E não parou por aí, a década de 70 foi mágica para o argentino. Pois, com a camisa do Valência conquistou a Copa Del Rey, Recopa e Supercopa Europeia. Além do título de Rei da América. Em 1981 voltou para a Argentina para ser Campeão Nacional no River Plate. 

A partir de 1982 a carreira de Kempes começou a decair até sua aposentadoria em 1992. Nesse ínterim, jogou por times desconhecidos na Espanha e na Áustria, como o Hércules, First Vienna, SKN St. Pölten e por último o Kremser.

Por outro lado, em 2010 o Estádio Olímpico Chateau (em Córdoba) foi renomeado como Estadio Mario Alberto Kempes. Em homenagem e reconhecimento  aos feitos do jogador, que ficarão marcados na memória dos argentinos e do mundo.

Foto Destaque: Divulgação/Rosario Central

Jeovana Carvalho

Jeovana Carvalho

Encontrei no jornalismo a oportunidade de trabalhar com esportes. Acredito que uma história tem mais de duas versões, e eu adoro contá-las. Se eu não estiver jogando pelo meu time, você vai me encontrar escrevendo ou falando sobre futebol, uma das minhas paixões. Já trabalhei cobrindo eventos esportivos da UnB, na Coordenação de Esporte e Lazer. Além disso, tenho o sonho de participar da cobertura da Champions League um dia. Até lá, costumo assistir documentários aleatórios na Netflix. Um dos meus favoritos é o Inacreditável Esporte Clube.