Conheça Narciso Doval, o argentino mais brasileiro

Nesta semana, a coluna 3 em 1967.

INÍCIO NO FUTEBOL: SAN LORENZO

Narciso Doval nasceu na cidade de Buenos Aires em 4 de janeiro de 1944. Sendo assim, pelos juniores do San Lorenzo, começou sua trajetória nos gramados. Posteriormente, fez a sua estreia pelo time profissional pelos Los Cuervos, em dezembro de 1962, na derrota de 4 x 1 pelo River Plate, formando dupla de ataque com José Sanfilippo, maior artilheiro da história do clube.

Entretanto, se tornou titular apenas em 1964, nesse mesmo ano, disputou a Copa Jorge Newbery, organizada pela AFA (Assosiação do Futebol Argentino). Em conclusão, foram cinco times da argentina, San Lorenzo e Huracán. Por fim, Independiente e Vélez Sarsfield. El Ciclone, foi campeão por ter somado mais pontos.

Simultaneamente, foi neste torneio que o ataque jovem, tornou-se destaque com: Fernando Nano, Héctor Bambino, Roberto Oveja e Victorio Manco. Narciso Doval, ganhou o apelido de El Loco, por causa da equipe na época, chamada de Los Carasucias. 

O ataque jovem do San Lorenzo. (Foto: Twitter/Futebol Portenho)
O ataque jovem do San Lorenzo. (Foto: Twitter/Futebol Portenho)

Logo depois, no campeonato Argentino, conseguiria a 4ª colocação, artilheiro do time em 1965. Agora, em 1968 foi campeão nacional e fez quatro gols até então. Enfim com a crise financeira pela equipe, não conseguiu triunfar nenhum título. E saiu do clube, e sua próxima parada, seria para o clube brasileiro, ou seja, O Mais Querido do Brasil.

FLAMENGO

No ano de 1969, Doval desembarcou na Gávea, na equipe do técnico Tim, e já contava com um argentino, o goleiro Rogelio Domínguez. Porém, foi vice-campeão da Taça Rio, para o Fluminense, de 1 x 0. Em seguida, no Torneio Roberto Gomes Pedrosa, desse mesmo ano, sua campanha foi decepcionante, ficando em último lugar.

Em 1970, chegou com o Fla foi melhor com sete vitórias, seis empates e três derrotas, ficou apenas de fora da final do quadrangular. Já que o Fluminense, saiu a melhor, pelos critérios de desempates, posteriormente, viria a ser campeão naquela edição.

“Jogar no Flamengo é simplesmente fascinante. Esta história de que a camisa do Flamengo corre sozinha, dribla e faz gols é mais que uma história, é uma verdade. (…) É gente que ganha jogo nas arquibancadas. Seu grito é grito de guerra, que empurra o jogador para frente. A torcida rubro-negra é um milagre”,  declarou o El Loco, em 1970.

Finalmente, após uma seca de títulos, triunfou na Taça Guanabara de 1970, após empatar contra a equipe das laranjeiras, em 1 x 1. Por outro lado, o Campeonato Carioca, ficou com o Vasco da Gama.

Time do Flamengo em 1970. Foto: Arquivo/Manchete Esportiva
Time do Flamengo em 1970. Foto: Arquivo/Manchete Esportiva

DE VOLTA A TERRA NATAL: HURACÁN

Todavia, após desavenças no clube carioca, foi emprestado para El Globo, em 1971 clube rival do seu antigo clube. Ainda mais, voltou a jogar com Héctor Veira, nos tempos de San Lorenzo, porém, a falta de desempenho da equipe não alcançou nenhum título. Em suma, El Loco atuou em 29 partidas e balançou seis vezes.

RETORNO NO RUBRO-NEGRO

Em 1972, voltou para o clube carioca, e quem treinava era o Zagallo. Assim sendo, no Campeonato Carioca, foi artilheiro com 16 gols marcados, além disso, marcou um dos gols na final na vitória contra o Fluminense, por 2 x 1. Ainda mais, ganhou o Torneio do Povo, que foi realizado entre 1971 e 1973.

Depois disso, pelo Campeonato Brasileiro de 1972, a equipe conseguiu passar da segunda fase e caiu nas quartas de final. Por sua vez, uma das marcas daquela campanha foi a dura derrota para o Botafogo, por 6 x 0, mas, Doval não atuou nesse jogo.  Então, um dos seus novos parceiros, era um jogador chamado Zico, que mais tarde se tornaria o maior ídolo do Fla, ambos se revezam pela ponta e no ataque, obtiveram sucesso.

Narciso Doval, de tão identificado com o Brasil, iniciou o processo de naturalização brasileira. Por fim, a sua jornada pelo Flamengo, foi encerrada de forma melancólica, pelo Campeonato Brasileiro de 1975, perdeu para o Santa Cruz, em 3 x 1, no Maracanã, sendo eliminado na terceira fase.

SELEÇÃO ARGENTINA

Em contrapartida, após se destacar no San Lorenzo, foi titular em 1967, mas, não teve muito sucesso na seleção, depois de escândalos, não foi mais convocado, tendo uma curta passagem pela equipe Albiceleste.

IDA PARA O FLUMINENSE

Surpreendentemente, a ida do El Loco para as laranjeiras, foi uma troca Toninho Baiano, Roberto e Zé Roberto, iriam para o Flamengo; Doval, Rodrigues Neto e Renato, ao Flu. Certamente, os dirigente rubro-negros afirmavam, que o argentino estava velho, por estar com mais de 30 anos.

De fato, não demorou muito para se tornar ídolo e artilheiro do Fluminense. Ainda mais, naquela equipe era formada com Rivellino, Marco Antônio, Carlos Alberto Pintinho, Carlos Alberto Torres entre outros, com grandes estrelas, era chamado como “Máquina Tricolor”,  que se tornou uma das equipes de destaque brasileiro na história. Consequentemente, o título do Campeonato Carioca de 1976, veio com direito a gol de cabeça na final, contra o Vasco, por 1 x 0, de quebra foi artilheiro daquela edição com 20 gols, contra

Da mesma forma, contra o Bayern de Munique, venceu os alemães no Maracanã por 3 x 1, pelo Torneio de Paris. Agora, no Campeonato Brasileiro de 1976, parou nas semifinais, sendo eliminado pelo Corinthians, nas penalidades por 4 x 1, após, um empate por gols, no tempo normal. Aliás, apenas Doval converteu a cobrança para o Flu. Em princípio, este jogo marcou a Invasão corinthiana no Maracanã.

Contudo, sua última partida pelas laranjeiras, foi em 1978, com a eliminação do Campeonato Brasileiro, na segunda fase do torneio.

O BOM FILHO A CASA TORNA: SAN LORENZO, E ESTADOS UNIDOS E FIM DE CARREIRA

Posteriormente, voltou para o San Lorenzo, em 1979, já sem grande brilho, o clube vivia uma crise. Enfim, no mesmo ano, fez sua última partida. Concretizando, em duas passagens 112 jogos e 40 gols. Nos Estados Unidos, atuou pelo Cleveland Cobras e encerrou sua carreira no New York United.

O ADEUS DO ARGENTINO MAIS BRASILEIRO

Infelizmente, veio a falecer após uma parada cardíaca, no dia 12 de outubro de 1991, com 47 anos de idade, em Buenos Aires, na Argentina.

Foto destaque: Arquivo/Agência O DIA

Juan Camilo

Juan Camilo

Meu nome é Juan Pablo, estudo Jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi (UAM). O jornalismo é um privilégio de estar nessa área incrível. Amo futebol, basquete, jogos antigos. Meu objetivo é conseguir ser um dos melhores jornalistas e ser correspondente esportivo.