O futebol brasileiro está cheio de duplas de ataque lendárias. Bebeto e Romário, Rivaldo e Ronaldo, Edmundo e Evair, Muller e Careca; a lista é imensa. Contudo, a dupla mais genial certamente foi Pelé e Garrincha.
Antes de mais nada, o Rei do Futebol nunca perdeu uma partida pela Seleção Brasileira em que atuou ao lado do Anjo das Pernas Tortas. Desde a primeira vez em que atuaram juntos, em amistoso contra a Bulgária, na preparação para a Copa do Mundo de 1958, até o último jogo, contra a própria Bulgária na Copa de 1966, a dupla estava destinada a fazer história.
Claro que o auge dos dois juntos foi a conquista do mundial de 1958, na Suécia. Uma seleção estrelada com os dois gênios, mas que também contava com a elegância de Didi, a consciência tática de Zagalo, a categoria de Zito, o faro de gol de Vavá e os históricos laterais Djalma Santos e Nilton Santos, levaria o Brasil a conquistar a Copa do Mundo e amenizar, ao menos por um tempo, nosso complexo de vira-latas.
Ao todo, Pelé e Garrincha disputaram 40 partidas pela Seleção. Dessas, 30 partidas foram contra seleções nacionais, com 26 vitórias e quatro empates.
Os dois gênios jogaram também 10 vezes contra combinados e clubes. Para termos uma base de comparação, Romário e Bebeto também terminaram invictos sua parceria pela Seleção, mas atuaram apenas 23 vezes juntos.
Vida fora do campo não exibia a mesma sintonia
Por outro lado, Pelé e Garrincha tiveram destinos totalmente diferentes fora das quatro linhas. Enquanto o Rei do Futebol se tornava uma figura global, a ponto de ganhar o prêmio de “Atleta do Século XX”, o Anjo das Pernas Tortas se afundava na dependência do álcool.
Enquanto um acumulava fortuna, o outro perdia dinheiro e precisava da ajuda de pessoas mais próximas em meio às dificuldades.
Mas, nada disso apaga a genialidade de Garrincha, que alguns cariocas chegaram a dizer que era melhor que Pelé. Pode não ter sido melhor, mas foi o maior parceiro do Rei com a amarelinha. Quem viu, não se esquece. Quem não viu, só precisa respeitar e aplaudir.
Pelé e Garrincha eram o puro suco do futebol brasileiro: irreverente, genial, imprevisível e goleador. A dupla é responsável por pavimentar o caminho que outros craques seguiriam, fazendo de nosso futebol o melhor do mundo.
Obrigado Rei! Obrigado Mané! Apenas isso, obrigado!
Foto Destaque: Divulgação/CBF