Um dos dirigentes mais marcantes da história do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, são-paulino de nascimento, nunca escondeu sua paixão pelo Tricolor e trabalhou no clube durante sua era mais vencedora nos anos 2000 com o tricampeonato Brasileiro consecutivo (de 2006 a 2008), além da conquista da Libertadores e do Mundial de Clubes de 2005.
MAC, como é chamado por amigos e torcedores tricolores, voltou a atuar no clube do Morumbi por um curto período no fim de 2016 e nunca mais retornou. E o caminho parece ainda mais longe.
O ex-dirigente do São Paulo conversou com a equipe do Futebol na Veia durante a Conferência Nacional de Futebol (Conafut) e detalhou se poderia retornar ao clube um dia como presidente.
Confira as imagens do retorno de Marco Aurélio Cunha!https://t.co/PIhjfkEucp pic.twitter.com/pDLSiXVWRd
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) September 10, 2016
“O mais antidemocrático que existe”, Marco Aurélio Cunha critica política do São Paulo e diz que sistema dificulta candidatura
MAC não escondeu que gostaria de ser presidente um dia por ser um torcedor do clube, mas não acredita ser possível, pois “conspiram contra”.
“A paixão e o reconhecimento (dos torcedores) são evidentes. Mas o sistema político do São Paulo é o mais antidemocrático que existe. Hoje o clube tem 150 conselheiros abraçados, que não saem, só permitem que pessoas entrem desde que aceitem o status quo (manter a situação atual). Sou um combatente ferrenho do que é melhor para o São Paulo. Acho muito difícil (ser presidente) porque o sistema tenta destruir a oposição, tentar fazer com que pessoas como eu não cheguem a cargos mais significativos”, criticou Marco Aurélio.
“Se eu disser que não tenho interesse (em ser presidente) pelo São Paulo, não sou são-paulino. Eu não tenho interesse pessoal em nada, tenho interesse em ver o clube melhor. Se fosse o caso, se eu pudesse fazer isso, eu faria, mas eu vejo que os caminhos conspiram contra”, completou o ex-dirigente.
Marco Aurélio Cunha ainda relatou um encontro com o atual presidente do São Paulo, Julio Casares, e criticou a gestão do executivo.
“[…] É uma gestão de marketing, mais de falácias do que veracidade. Estive com o (Julio) Casares na quinta-feira (22) em uma missa e disse que não há inimizade, o que existe é diferenças de opinião. Tenho respeito por ele, torço que vá bem”, relatou MAC.
Julio Casares e companhia seguem no São Paulo até dezembro desse ano, quando ocorre novas eleições no clube. Por uma manobra política, não prevista antes no estatuto Tricolor e considerada por opositores um golpe, o atual presidente mudou as regras por meio de uma votação no conselho e pode se reeleger para o mandato de 2024 a 2026.