EXCLUSIVO: Léo Fenga, ex-Grêmio, fala sobre adaptação ao futebol boliviano

O clube Blooming, da Bolívia, entrou na pauta ao futebol brasileiro ao fazer parte do grupo do Santos na Copa Sul-Americana. A modesta equipe de Santa Cruz de La Sierra também chamou atenção por contar com o atacante brasileiro Léo Fenga, de apenas 21 anos.

Fenga passou por toda categoria de base do Grêmio, mas nunca defendeu a camisa do Tricolor Gaúcho no profissional. Sua chegada ao time boliviano aconteceu no início de 2023, após uma passagem de poucas oportunidades no Barra-SC.

Em entrevista exclusiva ao Futebol na Veia, Léo Fenga falou sobre a adaptação a um país e futebol totalmente diferentes ao Brasil, além de comentar se ainda acompanha o seu clube de formação.

Adaptação de Léo Fenga ao país: dificuldade com altitude, facilidade com idioma e cultura

Conhecida por suas altitudes, principalmente da capital La Paz, a Bolívia também tem cidades praticamente ao nível do mar. Caso de Santa Cruz de La Sierra, com “apenas” 416 metros, para sorte de Léo – ou não, visto que teria que visitar de toda forma os locais mais altos do país.

“O início da adaptação foi um pouco complicado, até por conta do clima. Aqui onde estou em Santa Cruz (de La Sierra) é um pouco parecido com o Brasil, não muita altitude, mas quando a gente vai jogar em La Paz, Sucre, onde foi meu primeiro jogo, com um pouco mais de altitude, foi mais complicado”, disse Fenga.

O atacante comentou que o também brasileiro Rafinha, capitão do Blooming, foi uma das pessoas que mais ajudaram na adaptação. A questão da cultura e do idioma também não foram problemas para Léo.

Em relação ao nível técnico praticado no país, obviamente o atacante assumiu que no Brasil pratica-se um futebol melhor. Porém, exaltou os bons resultados dos times bolivianos na Libertadores contra os brasileiros, caso do The Strongest, que bateu o Fluminense, e o Bolívar, que superou o Palmeiras na estreia da competição.

“Muda um pouco o estilo de jogo do Brasil. Aqui é um estilo de jogo mais pegado, mais truncado, onde os jogadores se entregam mais, é um jogo mais pegado fisicamente. Quanto ao nível técnico, claro, sabemos que no Brasil tem equipes com nível técnico absurdo, mas aqui na Bolívia também tem muitas equipes com nível muito alto, isso mostra os times na Libertadores, que estão com resultados positivos jogando contra brasileiros”, exaltou.

Blooming sai da lanterna do Boliviano, mas faz campanha ruim na Sul-Americana

A Divison Profissional, a elite do futebol boliviano disputada por 17 clubes, está extremamente disputada nas 15 rodadas iniciais. O time de Léo Fenga conseguiu uma vitória importante no último final de semana e saiu da última colocação para o 15º lugar.

“Sempre difícil passar por momentos assim, mas é o futebol. Sabemos da dificuldade. […] Com essa última vitória a gente conseguiu respirar um pouco mais a cima, mas a gente sabe que está tudo acirrado, as pontuações estão muito juntas, então nenhum time está muito acima e nem muito abaixo”, analisou.

Agora, o Boliviano tem uma pausa até 26 de junho, tempo para equipe treinada por Carlos Bustos (irmão de Fabian Bustos, ex-técnico do Santos) respirar.

Na Sul-Americana, porém, o cenário é irreversível. O Blooming não somou nenhum ponto e já está eliminado com uma rodada de antecedência. A Léo Fenga, porém, a competição tem sabor especial porque representou seus dois e únicos gols como profissional, contra o Palmaflor, da Bolívia, e o Newells Old Boys, da Argentina.

A rodada final também será especial ao jogador, pois irá retornar ao Brasil desde a saída do Grêmio.

“Com certeza. Fico muito feliz de poder estar voltando ao Brasil para poder jogar pela primeira vez (desde a saída) e ainda ter o privilegio de enfrentar um clube que tem uma história gigantesta no futebol, como o Santos. E claro, principalmente, porque vou ter todo o apoio da minha família, dos meus amigos que vão cosneguir assistir o jogo”, comentou Léo Fenga.

Falta de oportunidades no Grêmio e um carinho pelo clube

Foram nove anos de Léo Fenga pelo Grêmio. Obviamente o atleta ainda acompanha o time pelo carinho que tem, além de poder acompanhar os colegas que atuaram com ele na base.

“Acompanho, estou sempre ligado aqui nos jogos. Acompanho porque tenho um carinho grande, (foi o clube) que me abriu as portas pela primeira vez para começar, toda minha base. E tenho muitos amigos que estão jogando, fico feliz de ver o sucesso delees, de acompanhar e ver que tudo está dando certo. Estou sempre de olho e vou estar sempre trocando pelo sucesso dos meus companheiros”, finalizou o atacante.

Carlos Vinícius Amorim

Carlos Vinícius Amorim

Carlos Vinicius é nascido e criado em São Paulo e jornalista formado pela Universidade Paulista (UNIP). Na comunicação, escreveu sobre futebol nacional e internacional no Yahoo e na Premier League Brasil, além de esports no The Clutch. Como assessor de imprensa, atuou no setor público e privado.