Uma situação inusitada marcou a votação do projeto de lei que libera a realização de eventos oficiais na Arena MRV, estádio do Atlético-MG, ocorrida nesta quarta-feira (16), na Câmara Municipal de Belo Horizonte. O projeto foi aprovado por 33 votos a cinco, mas um dos posicionamentos contrários gerou polêmica. O vereador Miltinho CGE (PDT) compareceu à sessão com uma camisa da Máfia Azul, maior organizada do Cruzeiro, e foi ameaçado por membros da Galoucura presentes.
Assim que Miltinho CGE, torcedor do Cruzeiro e membro da Máfia Azul, foi chamado para votar, parte dos torcedores do Atlético-MG presentes na
Vereador Miltinho foi pra Câmara hoje com a camisa da Máfia Azul. Dia de votação final que pode liberar a Arena MRV pra funcionamento. Galoucura, presente no local, chegou a cantar “vai morrer” pro vereador, e rapidamente foram repudiados pelo presidente da Câmara. pic.twitter.com/oUQ63LsEeg — Alecsander Heinrick (@alecshms) August 16, 2023 Com os ânimos ligeiramente controlados, Miltinho CGE conseguiu justificar seu voto, afirmando que a realização de obras foram condicionais para a construção do estádio e que algumas delas não foram executadas. — Desde a primeira vez que foi votado esse projeto aqui eu fui contra, me posicionei contra, pelo de eu entender que foi combinado de que quando fizesse o estádio, fizessem todas as obras e agora o estádio está pronto e as obras não vão acontecer. Por eu não concordar com isso eu me posicionei contra e continuo. Encaminho o voto não a esse projeto — argumento, antes de ser vaiado pelos atleticanos presentes. Após a fala de Miltinho CGE, os membros da Galoucura que assistiam a sessão passaram a cantar músicas provocativas ao Cruzeiro, fazendo com que o tempo de votação do vereador seguinte fosse suspenso. Miltinho CGE não foi o único vereador a comparecer à votação com uma camisa de torcida organizada. Autor do Projeto de Lei, o parlamentar César Gordin (Solidariedade) — que é ex-presidente da Galoucura — apareceu, antes mesmo de Miltinho CGE, com uma camisa da maior torcida organizada do Atlético-MG. Ele comemorou a oportunidade de “fazer parte da história do Atlético”, chamando a oportunidade de “coisa de outro planeta”. — O sistema é f***, só quer marginalizar o marginalizado ou excluir os excluídos. Mas estou aqui para dar o grito. Hoje venceremos. Amanhã também. Foi difícil, foi sofrido, tomei muita porrada, mas não esqueci nunca quem eu sou e de onde eu vim, porque agora é para lá que eu vou voltar. Aqui é Galo —, falou César Gordin, antes de puxar um grito de guerra da Galoucura. Os torcedores presentes ainda exaltaram o parlamentar cantando “acabou o caô, Gordin vereador”. Apesar das polêmicas, a votação aconteceu e a realização de eventos oficiais na Arena MRV foi aprovada, em segundo turno, com 33 votos a favor, contra somente cinco contra. Isso significa que o Atlético-MG poderá mandar jogos no mesmo estádio antes de cumprir as contrapartidas exigidas pelo poder público na totalidade. Os vereadores que votaram contra o projeto foram Bruno Pedralva (PT), Cida Falabella (PSOL), Iza Lourença (PSOL), Miltinho CGE (PDT) e Pedro Patrus (PT). Agora, para a utilização do estádio, restam apenas a sanção do prefeito de BH, Fuad Noman, que deve acontecer na sexta-feira (18), e as vistorias no estádio por parte de órgãos competentes, como Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. É provável que o primeiro jogo oficial da história da Arena MRV aconteça no dia 27 de agosto, às 18h30, entre Atlético-MG e Santos, em jogo válido pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. O estádio deve receber 30 mil pessoas, menos que a lotação de 46 mil. O CEO do Galo, Bruno Muzzi, afirmou que a capacidade será aumentada aos poucos, justamente para conseguir acertar tudo até ter a casa cheia.Vereador votou com jaqueta de organizada do Atlético-MG
PL da Arena MRV foi aprovado