Casa de apostas consegue liminar contra CBF, que pode levar multa milionária; confira

A Operação Penalidade Máxima colocou em xeque a integridade e confiabilidade de alguns jogos do Campeonato Brasileiro. Uma das competições mais importantes da CBF tem sido tema recorrente dos noticiários por conta das investigações, que já denunciou diversos atletas em seis estados, e continua avançando para prender os envolvidos neste esquema de aliciamento de jogadores, que visou a manipulação de certos acontecimentos dentro dos jogos para beneficiar apostadores e jogadores, que receberiam generosas recompensas caso cumprissem o acordo, geralmente relacionado a receber cartões durante as partidas.

Fato é que as casas de apostas estão espalhadas em praticamente todos os campeonatos nacionais, e quase tudo o que está relacionado ao esporte, tem o patrocínio de alguma empresa do ramo. Inclusive, a empresa Galera.bet é a patrocinadora máster do Brasileirão deste ano, e deste 2021, tem um contrato de exclusividade com a CBF, tendo sua marca exposta em todos os aparatos de marketing nos estádios, desde pórtico inflável de entrada até os backdrops, onde os atletas dão entrevistas antes e após os jogos.

O contrato de exclusividade é válido até 2024, porém, a empresa alega que a entidade máxima do futebol brasileiro quebrou o acordo por ter comercializado o espaço reservado à Galera.bet com outras empresas do segmento, tais como, Betanto, Betnacional, e 1xBet. De acordo copm a patrocinadora máster do Campeonato Brasileiro, a quebra de contrato acontece desde a 3ª rodada. Na ocasião, Betano e Betnacional passaram a dividir espaço com o Galera.bet. Em seguida, a 1xBet chegou.

Com isso, a casa de apostas obteve uma liminar na justiça contra a CBF, na Justiça do Rio de Janeiro, e segundo a decisão do Juiz João Fantinato, da 30ª Vara Cível do Rio, a entidade máxima do futebol brasileiro terá de pagar uma multa de R$200 mil reais a cada partida em que a cláusula de exclusividade for descumprida, o que pode gerar uma penalização milionária para a confederação.

CBF vai recorrer ad decisão e se pronunciará nos autos do processo

A única resposta dada pela Confederação Brasileira de Futebol em relação à liminar expedida pela Justiça é a de que a entidade irá decorrer da decisão impetrada pela Galera.bet. O acordo de patrocínio entre entidade e o site de apostas previa pagamentos anuais de US$ 1,1 milhão (cerca de R$5,5 milhões de reais). A empresa teria enviado ofícios para a CBF, informando sobre a exclusividade dos pórticos de entrada e backdrops, entretanto, não teria recebido nenhuma resposta. Com isso o caminho da casa de apostas teria sido entrar em contato com a empresa Feng, responsável pela fabricação dos materiais, que informou que a própria entidade havia pedido a produção dos mesmos, o que teria surpreendido a empresa de apostas esportivas.

Os valores do contrato a entre Galera.bet e CBF devem ser depositados para a entidade em fluxos recorrentes, com variações ano após ano. A empresa deveria depositar quatro parcelas de R$1,37 milhão até o dia primeiro dos meses de janeiro, abril, julho e outubro. Caso a parceria seja mantida, a Confederação Brasileira de Futebol deverá ganhar R$16,5 milhões após os três anos estipulados.

Lucas de Souza

Lucas de Souza

Repórter na equipe do Futebol na Veia e redator na Trivela, Lucas Souza é narrador do canal Futebol Interior e da Federação Paulista de Futebol.