Ex-dirigente do São Paulo e conselheiro vitalício do clube, Marco Aurélio Cunha, nome forte da oposição a gestão do presidente Julio Casares, disparou contra a atual direção do Tricolor em entrevista a Rádio Bandeirantes.
MAC, como é conhecido o histórico dirigente, destacou que o São Paulo não tem um caminho a se seguir e as trocas de treinador tornaram-se comuns.
“Um completo desgoverno em relação ao São Paulo. O clube não tem rumo. Hoje se comemora a nova contratação de um técnico que abitualmente acontece. Quando o Sâo Paulo vai mal troca o técnico. (Dizem) ‘agora vai, vamos fazer um novo trabalho' e fica por isso já a alguns anos“, desabafou Marco.
Marco Aurélio também criticou a forma da saída de Rogério Ceni no comando do time.
“Na hora de se despedir do maior ídolo do nosso clube que é o Rogério Ceni ninguém apareceu para falar uma palavra de gratidão, de respeito. Não estou disctuindo se o Rogério deveria ficar ou sair, estou discutindo a forma. O São Paulo perdeu a classe, a categoria, o pioneirismo“, afirmou.
A maneira e o momento da saída do Rogério Ceni deixa clara a falta de rumo, de estratégia, de classe, de planejamento do SPFC com um de seus maiores ídolos. De escudo a culpado,sem uma declaração pessoal de qualquer dirigente, presencial e na hora adequada. Faliram moralmente
— Marco Aurélio Cunha (@macmarcoaurelio) April 19, 2023
Por fim, o conselheiro usou a palavra “sequestro” para definir o que é a atual situação política no clube, dominada por praticamente apenas um grupo político.
“Hoje é um grupo de pessoas que politicamente dominaram o clube. Eu diria que sequestraram o clube, fazem o que querem, e tem maioria impressionante. (Quando) você quer falar algo ao contrário, é taxado como oportunista, que aparece na hora ruim. Ao mesmo tempo que cobram uma oposição, quando aparece reclamam. Tentam abafar qualquer tipo de fala. O São Paulo está ai desse jeito, apoiado por torcedores muitas vezes e o clube fica nesse lugar que não vai sair se não tiver uma grande mudança“, finalizou.
Julio Casares e companhia seguem no São Paulo até dezembro desse ano, quando ocorre novas eleições no clube. Por uma manobra política, não prevista antes no estatuto Tricolor e considerada por opositores um golpe, o atual presidente mudou as regras por meio de uma votação e pode se reeleger para o mandato de 2024 a 2026.
