O Santos Futebol Clube está prestes a iniciar a construção de seu mais novo estádio. Em parceria com a construtora WTorre, a mesma que construiu o estádio do Palmeiras, o Allianz Parque, entregue no ano de 2014, o clube ainda não definiu um prazo para o início das obras, entretanto, o Alvinegro Praiano tem trabalhado muito para que o projeto comece a sair do papel no primeiro semestre de 2024. O presidente do Peixe, Andres Rueda tinha como objetivo dar o pontapé inicial da edificação até o final de 2023, ano em que seu mandato como presidente termina.
As conversas entre o Santos e a construtora WTorre estão adiantadas, inclusive, representantes da diretoria da empresa estiveram na Vila Belmiro na última quarta-feira (10), para acompanhar a vitória do Alvinegro Praiano sobre o Bahia, pelo placar de 3 x 0, em jogo válido pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro. Tanto clube, como incorporadora, reforçaram o compromisso e o cumprimento fiel do cronograma estipulado para a construção do estádio, e tiveram avanços importantes na definição para a data do início das obras. Apesar da euforia e expectativa pela construção da nova casa do Santos, quem não está nada feliz com isso são os moradores das proximidades do estádio Urbano Caldeira.
De acordo com as pessoas que moram próximas ao estádio, a depreciação dos imóveis, assim como a segurança, e a perturbação proveniente dos shows e outros grandes eventos que vão acontecer na edificação, são os principais problemas que envolvem a construção da nova casa do Santos. E acordo com Gilberto Coelho, que é representante da Sociedade de Melhoramentos Amigos e Moradores da Vila Belmiro, em entrevista ao portal Lance, o fato das casas da região serem antigas demais preocupam os residentes, que podem ter seus imóveis destruídos por conta das obras, além disso, o intenso ruído pode causar uma depreciação muito grande das casas da localidade.
“A princípio, a maioria (dos moradores) é contra. Nossa Vila tem 113 anos. A maioria das casas ao redor são antigas, então uma das preocupações dos moradores é quando começar a reforma, pois vai depreciar o imóvel e ninguém vai querer morar ao redor. A preocupação é sobre a segurança: as casas são antigas e podem demolir, quebrar, começar a rachar, como acontece às vezes nas construções, quando a moradia ao redor começa a sentir o impacto, pois Santos (cidade) é tudo areia. Além disso, existe a desvalorização. Daqui três ou quatro anos vai começar a perturbação com shows e, enfim, vão chamar alguém internacional. Como vai ficar aquilo ali?”, frisou Gilberto.
Confusão a vista? Novo estádio do Peixe está prestes a sair do papel, e fato preocupa moradores da região da Vila Belmiro.https://t.co/9auaa8Y4iY
— Lucas de Souza (@_lucasdsouza) May 16, 2023
Construção de novo estádio do Santos pode parar na Justiça
A inconformidade dos moradores com a possibilidade real da construção do novo estádio do Peixe é tanta, que parte dos residentes da região cogita a possibilidades de ir ao Ministério Público para judicializar o caso. Para o público que mora em volta do estádio, a falta de diálogo do clube com os habitantes da região também é algo que incomoda, porém, ao que tudo indica, com ou não aprovação do público, o novo estádio do Santos deve começar a ser construído em breve. Para Gilberto Coelho, a comunidade tem se mobilizado para ser pelo menos ouvida, entretanto, não se sabe ao certo qual será a postura do Alvinegro Praiano em relação a este problema.
“Muitos já falaram em procurar audiência pública, ir ao Ministério Público… Particularmente, eu não sei se alguém está fazendo isso, mas muito se fala. Então o medo deles é grande, não tenho ciência se alguém começou a fazer isso, mas também já falaram em abaixo-assinado e tudo mais. Nós não temos um respaldo, não sabemos o que vai ser feito e como vai impactar isso. O Santos não falou nada, a população ao redor não sabe. Não foi sentado à mesa (para haver a exposição do projeto). Isso que dá medo na população, não sabem o que vai acontecer daqui pra frente”, complementou.
