Uma das eternas comparações do futebol é tema esta semana na coluna . Assim, a dupla que tem no currículo 33 títulos coletivos e 35 prêmios individuais, entre eles três Copas do Mundo e quatro prêmios de Melhor Jogador do mundo FIFA, gera uma discussão interminável sobre quem foi melhor: o Fenômeno ou o Baixinho.
Os atacantes tem números estrondosos atuando juntos, conquistando a Copa América e Copa das Confederações em 97, com 19 jogos juntos e anotando 35 gols (!!!). Mas, afinal, quem foi melhor? Eis a questão!
Romário de Souza Faria, o Baixinho
Nascido na humilde Favela do Jacarezinho, localizada na capital do Rio de Janeiro, no dia 29 de janeiro de 1966, Romário teve o futebol como seu amor maior desde a infância. A grande aposta de seu Edevair, o pai, brilhou em um amistoso, aos 9 anos, onde marcou 12 gols. Assustado com o talento do menino, o Vasco da Gama contratou o jovem, um ano depois de recusar o atacante por sua baixa estatura.
Romário teve passagens por Vasco da Gama, PSV, Barcelona, Flamengo, Valência, Fluminense, Al Sadd, Miami FC, Adelaide FC e uma partida no time de coração do pai, o América-RJ. O Baixinho é ídolo em praticamente todas as equipes que defendeu, sempre foi sinônimo de títulos e, logicamente, de gols. Não é por nada que foi apelidado de “rei da grande área“, por ter um faro de gol apuradíssimo e muito recurso na cara do goleiro.
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Ronaldo Luís Nazário de Lima, o Fenômeno
O Menino de Bento Ribeiro, como é conhecido na comunidade do Rio, nasceu em 22 de setembro de 1976 e sempre teve uma grande paixão pela bola, desde pequeno. Ainda nas categorias de base, destacou-se pelo São Cristovão-RJ e foi contratado pelo Cruzeiro, aos 16 anos. Com um sucesso meteórico como profissional, foi campeão da Copa do Brasil em 1993, logo na primeira temporada como profissional em Minas Gerais.
Ronaldo vestiu as cores do Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid, Milan e Corinthians na sua carreira como profissional. Conhecido por ter um conjunto de força, velocidade e habilidade, encantou os olhos de milhares de torcedores pelo mundo com verdadeiras obras de arte, como gols, dribles e belíssimas atuações com as camisas que vestiu. Justamente depois de uma grande atuação pela Internazionale, em um clássico contra a Lazio, foi apelidado de El Fenomeno pela imprensa italiana.
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Índice
1000 gols x Maior artilheiro da história brasileiro nas Copas
Um dos principais fatores usados na comparação entre os dois craques é o número de gols. Nesse cenário, Romário, junto de jogadores como Pelé e Puskás, leva vantagem em relação a Ronaldo. Isso porque ele marcou 1002 gols na carreira, segundo a conta do próprio jogador, em mais de 1000 partidas oficiais e não-oficiais. Assim, o atacante tem uma média de 0,78 gol por jogo.
Vale ressaltar dois recordes do craque, como a incrível marca de ser o artilheiro mais velho do Campeonato Brasileiro, pelo Vasco, com 39 anos, fazendo 22 gols. Além disso, segundo a Revista Placar, Romário é o maior artilheiro da história do futebol mundial em partidas oficiais. Não é pra qualquer um, hein Peixe?!
Já Ronaldo conta com 414 gols em 616 partidas. Portanto, o camisa 9 teve uma média de 0,67 gol por jogo. Porém, analisando melhor o contexto, mesmo que os números do camisa 11 sejam muito maiores, Ronaldo é o maior artilheiro brasileiro na história das Copas do Mundo, com 15 gols (acima do Rei Pelé, que tem 12) e atrás apenas do alemão Miroslav Klose, que tem 16 gols anotados.
Além disso, a carreira de Ronaldo durou 15 anos (descontando os quase 3 anos que o jogador não atuou por conta da lesão no seu joelho), 9 anos a menos que o Baixinho, que jogou profissionalmente por 24 temporadas.
ATUAÇÕES HISTÓRICAS
É de conhecimento geral que os dois jogadores fizeram incontáveis partidas que ficaram na memória dos apaixonados por futebol. Então, vamos separar uma partida emblemática de cada um deles, onde fizeram jus ao posto de dois dos melhores jogadores da história do futebol.
Romário x Uruguai em 93 (2 x 0 para o Brasil)
Por todo o contexto que este jogo envolveu, é tido como o jogo da carreira do Baixinho. Depois de brigar com Carlos Alberto Parreira, então técnico da Seleção em 92, Romário não foi convocado para nenhuma partida das Eliminatórias para a Copa de 94, nos EUA. O Brasil, que não fez boa campanha, necessitava da vitória no último confronto para não disputar a repescagem (fato inédito na história da Seleção).
No Maracanã, o Uruguai era o adversário naquela ocasião. Sempre muito polêmico, deu uma entrevista afirmando ia resolver e, futuramente, trazer a Copa do Mundo para o Brasil. Cumprindo ambas as promessa, foi isso mesmo que aconteceu. Ele fez os dois gols do Brasil na partida, que venceu o carrasco do Maracanazo.
Ronaldo x Alemanha em 2002 (2 x 0 para o Brasil)
A final da Copa do Mundo em 2002 talvez seja a partida mais emblemática na carreira do menino de Bento Ribeiro. Assim, naquela ocasião, a Alemanha que tinha Oliver Kahn como sua principal estrela, não deu conta do grande time brasileiro, regido pelo Fenômeno. O atacante, que havia marcado seis gols até então, coroou sua Copa com uma bela atuação e dois gols, contrariando muitos, que afirmavam que após a lesão gravíssima que sofreu em 2000, Ronaldo não conseguiria mais jogar futebol em alto nível. Determinado, conseguiu se recuperar e respondeu trazendo o pentacampeonato para casa.
FORA DAS QUATRO LINHAS…
Assim como dentro dos gramados, ambos os personagens já protagonizaram muitas manchetes por algumas declarações e comportamentos. Nesse quesito, Romário é um dos jogadores mais polêmicos da história do futebol mundial. Entre as confusões mais famosas, estão os problemas com os treinadores que teve na Seleção e nos clubes por onde passou, a emblemática briga com Pelé e o desentendimento com Edmundo, quando ambos aturam com a camisa do Vasco.
Entretanto, Ronaldo, enquanto jogador, sempre foi uma figura um pouco mais política, sem grandes declarações polêmicas. Porém, no final da carreira, se envolveu em situações que geraram muita repercussão. Em 2008, em que o jogador foi parar em uma delegacia, após um conflito com um travesti em um motel no Rio. Além disso, a grande polêmica da carreira aconteceu em 2014, quando declarou que “não se faz Copa do Mundo com hospitais”, quando questionado sobre o alto valor investido nos estádios brasileiros para o evento.
AFINAL, RONALDO OU ROMÁRIO? 🤔
Portanto, definir qual dos dois atacantes foi melhor é uma tarefa muito difícil. Assim, ambos encantaram grandes dos craques no futebol mundial, como Maradona, Zidane, Neymar, Ibrahimovic, Lukaku, entre outros. Dessa forma, buscando uma resposta, em 2017, o Blog Pombo Sem Ssa, do GE, questionou-os sobre quem foi melhor. Ronaldo afirmou que não sabe responder e que “sempre tentou superar a si mesmo”. Por sua vez, Romário foi simplesmente Romário. Abre aspas para o Baixinho: “Ronaldo foi um cara que eu aprendi a respeitar e admirar. Mas é claro que eu fui bem melhor que ele”.
Como resultado, para quem vos escreve, escolher um dos dois é como ter que optar entre uma cerveja gelada em um dia de verão e uma boa taça de vinho em uma noite fria. Assim, com certo receio, escolheria Ronaldo, o vinho fino, que encantou o mundo da bola com suas reviravoltas depois das graves lesões no joelho. Porém, seria um tolo se não admitisse o imenso valor da “gelada” na história do futebol brasileiro, que preferiu as praias do Rio de Janeiro ao glamour do futebol europeu e, talvez unicamente por isso, não tenha sido o maior jogador da história do futebol mundial.
Foto destaque: Divulgação/Conmebol
