Pelé e outros: os nomes do futebol que viraram verbete

Segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, um verbete é, “na organização de um dicionário, o conjunto dos vários significados e exemplos (abonações) relativos a um vocábulo”. Isto é, o que gera ou impacta, em determinada sociedade ou parte dela, determinadas palavras. E, definitivamente, Pelé é um vocábulo que gera muitas emoções. Não somente no Brasil, mas ao redor do mundo. Traz ao futebol mais do que significados, mas sim, sentimentos. A alegria de uma vitória no último lance e o amargor de um derrota para o maior rival materilizados em um majestoso coração.

Assim, o nome do Rei Pelé se eternizou na história da língua portuguesa. O anúncio foi realizado em um evento da Sports Summits, com a presença de familiares de Edson Arantes do Nascimento. O novo verbete será um adjetivo para algo ou alguém que não pode ser igualado. Com isso, o nome do craque da Seleção Brasileira entrou na versão digital do dicionário Michaelis e será adicionado nas próximas versões impressas.

Confira abaixo a definição do verbete “Pelé” 

“pe.lé® adj m+f sm+f

Que ou aquele que é fora do comum, que ou quem em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade não pode ser igualado a nada, ou a ninguém, assim como Pelé®, apelido de Edson Arantes do Nascimento (1940-2022), considerado o maior atleta de todos os tempos; excepcional, incomparável, único. “Ele é o Pelé do basquete. Ela é a Pelé do tênis. Ela é a Pelé da dramaturgia brasileira”

Outros nomes do futebol que viraram verbete

A decisão de eternizar o nome do Rei partiu de uma campanha que contou com o apoio dos fãs, da imprensa e até do Santos, clube formador de Pelé. A medida foi inédita no Brasil, mas, em outros lugares, outros craques já foram homenageados em outras línguas locais. Veja abaixo!

Zlatanear

Em 2012, o craque sueco Zlatan Ibrahimovic, com passagens por Barcelona, Inter de Milão, Milan e Manchester United, recebeu uma homenagem no seu país natal. Na época, “zlatanear” virou verbo no dicionário sueco, com o significado de “dominar com força”, sendo aprovado junto a outros 39 termos da academia.

Naquela época, o centroavante era o grande destaque da Suécia e marcou quatro gols contra a Inglaterra, em uma vitória por 4 x 2, em um amistoso. Além disso, a atuação, que aconteceu um mês antes da invenção do verbo, ficou marcada pelo gol de bicicleta, marcado de fora da área, que rendeu o Prêmio Puskas ao jogador. Assim, seu desempenho frente aos ingleses surge como um dos principais motivos para a aprovação do verbo.

Inmessionante

Um ano depois, foi a vez de Lionel Messi receber a mesma menção honrosa. Em 2013, depois de uma atuação incrível do atacante contra o Uruguai, Alejandro Sabella disse que precisaria de um novo adjetivo para elogiar o jogador e citou a Academia Real da Espanha. Assim, a marca de refrigerantes Pepsi, que patrocinava o camisa 10 do Barcelona, iniciou uma campanha nas redes sociais para que Messi ganhasse um adjetivo na língua espanhola. Inclusive, a propaganda em questão contou com a atuação do então treinador da Seleção da Argentina e fez muito sucesso. 

Tamanha foi a repercussão que Lionel Messi realmente entrou no Dicionário Santillana, com o adjetivo “inmessionante”, que significa “Qualidade referente a Messi; à sua maneira perfeita de jogar futebol; à sua capacidade ilimitada de autosuperação. 2. O que se diz do melhor jogador de futebol de todos os tempos”. Entretanto, a edição especial teve apenas 140 exemplares produzidos em formato físico.

Paulo Sérgio Nunes

Paulo Sérgio Nunes

Jornalismo, na melhor faculdade de Portugal: a Universidade do Porto. Cobertura de Libertadores, Champions League in-loco.