No inicio da década, o Palmeiras estava com os cofres quebrados. A crise financeira no clube estava instalada. Estimava-se que a dívida girasse em torno de R$293 milhões. Desse modo então, mais precisamente em janeiro de 2013, o até então piloto de Rali, Paulo Nobre foi convertido a presidência do clube, após vencer Décio Perin nas eleições.
Consequentemente, tinha por função comandar a transformação do marketing palmeirense e posteriormente, tirar o clube do vermelho. Através disso, implementou a criação de normas que polemizaram no inicio. Ao implementar a técnica de ‘comissão’ para jogadores, foi bastante contestado sobre sua gestão. De certo modo, a proposta, até então peculiar no futebol nacional, de fazer com que o jogador ganhasse por produção em de campo, deu o que falar na época.
INICIO DE GESTÃO CONTURBADO
Com a método aparentemente duvidoso, muitos jogadores chegaram a recusar ofertas palmeirenses. Desse modo, Nobre enfrentou diversas críticas no início de sua gestão, tanto por parte da imprensa, com da torcida. Em uma dessas, após negociar o principal jogador do clube na época, Hernán Barcos com o Grêmio, por valores rasos , torcedores se frustraram ainda mais. Eventualmente, o argentino foi cedido como moeda de troca ao clube gaúcho, sem saber ao menos quais seriam os jogadores que viriam a São Paulo compor seu lugar.
A partir disso, irritados, torcedores palestrinos pediam por resultados e contratações para o time recém rebaixado à segunda divisão. À partir disso, para piorar a situação, entre os envolvidos na transação por Barcos, o boliviano Marcelo Moreno, na época cobiçado pelo futebol brasileiro, teria se recusado a jogar pelo clube, polemizando com seu pai, que fez declarações ofensivas ao chamar palestra de “clube fracassado”
O situação vendia a imagem de um Palmeiras desestabilizado e sem previsão de melhorias. Entretanto, muitos não compreendiam que a temática de Nobre visava poupar ao máximo os cofres para internamente cobrir as dívidas gigantescas do Alviverde. Sendo assim, com chegada da Crefisa e o quitamento parcial das dívidas, pudemos ver um Palmeiras superado e o mandato de Nobre reconhecido.
BRAÇO DIREITO
Durante a gestão de Paulo Nobre, o hoje atual presidente do Alviverde, Mauricio Galiotte, era mão direita do cartola. Posteriormente, foi o homem de confiança durante os dois mandatos. Desse ponto, Nobre não exitou em indica-lo como substituto para o mandato. Todavia, acreditava que com a indicação do até então amigo, não o afastaria da gestão do clube. Entretanto não foi dessa forma que as coisas se sucederam. Em entrevista exclusiva ao programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, o ex-presidente revelou a frustração com o atual cartola palmeirense:
“ Havia a confiança em uma pessoa com quem convivi por quatro anos. E não só dentro do Palmeiras. Nossas famílias eram muito amigas, passávamos todos os feriados juntos. É aquela confiança no caráter da pessoa. No amigo de verdade que sempre fui. Jamais tentaria ofuscá-lo ou passar por cima dele. Sendo assim, pensei que, naturalmente, eu seria o braço direito do meu sucessor, assim como ele foi o meu durante os quatro anos em que estive na presidência. Agora, se ele preferiu montar uma equipe e me deixar de fora, é claro que dói, mas é um direito dele”, disse.
Assim que Mauricio Galiotte foi eleito a presidência, para Paulo Nobre foi dada a condição de conselheiro do clube palmeirense. Entretanto, pode-se julgar que os primeiros indícios de desgaste na relação dos mandatários se deu , após a aquisição de conselheira dada a Leila Pereira, presidente da patrocinadora Crefisa. Em contrapartida, Nobre alegava que a empresaria não cumpria os pré-requisitos nem sequer para participar das eleições
“Pela experiência que adquiri nos quatro anos, seria uma pessoa com bom trânsito nas federações, na Confederação com os outros presidentes. Poderia ter sido útil. Entretanto, vamos falar a realidade: é um direito de quem vira presidente montar sua própria equipe. É ele quem vai ser julgado”, reiterou.
CRÍTICAS
Durante a entrevista, Paulo Nobre fez duras críticas ao casal presidente da Crefisa, Leila Pereira e José Roberto Lamacchia. Em relatos, alegou passar por algumas situações extremamente desagradáveis e deselegantes perante o convívio com os mandatários. Destacando a falta de respeito que a patrocinadora predominava ao clube.
”Sempre defendi o Palmeiras. Enquanto presidente, todos nossos parceiros, da melhor maneira possível, obviamente nunca deixaram um patrocínio se sobressair ao clube. Eu tenho personalidade forte e diria que o Lamacchia também tem. Ele tem uma maneira de ser, talvez pela quantidade de dinheiro que tenha. Ou talvez pelo tipo de negócio que ele toque. Deve estar acostumado a chegar e dar ordem aonde chega. Mas no Palmeiras não foi assim. Comigo na presidência, não seria assim nunca. Patrocinador não é co-gestor. Patrocinador tem que ter respeito, aparecer da melhor maneira possível. De maneira mais positivas possível, para que a marca do patrocinador apareça junto da marca do clube – concluiu.
Nesse ínterim, , Nobre falou sobre uma possível volta a politica do Palmeiras. Desse ponto, disse não ter pretensão de retornar à política do clube. De justificativa, argumentou sobre no momento atual estar empenhado em outros projetos e sem motivação. Entretanto, deixou suspense no ar ao traçar que seu futuro não depende apenas de si:
”O futuro a Deus pertence. Se você me perguntar hoje o que eu imagino do futuro, eu não me imagino voltando a militar na política, sendo presidente etc. Mas tenha certeza de uma coisa: jamais vou deixar de ajudar o clube em tudo que estiver ao meu alcance, porque sem Palmeiras não há vida.”