Passaporte Rússia – Top 5 ídolos russos

O Passaporte Rússia é mais uma coluna do Futebol na Veia que apresentará curiosidades de todas as seleções que participarão da Copa do Mundo deste ano. Este é o segundo de sete textos sobre a Seleção Russa desta edição. Confira os cinco maiores ídolos da história da Seleção Sbornaya.

Eleger os cinco maiores ídolos de uma seleção não é nada fácil. Envolve paixão e cada um terá uma visão e motivo pela escolha de cada jogador. Mas, levando em conta quesitos técnicos, vamos tentar chegar a cinco nomes que, em nossa visão, são os maiores ídolos da Seleção Russa. Vale ressaltar que esta seleção, antes de ser Rússia, era a antiga URSS (União Revolucionária Socialista Soviética ou simplesmente União Soviética), então, alguns jogadores que, hoje em dia, não são russos, podem estar nesta lista por já terem atuado nesta seleção.

Passaporte Rússia – Os cinco maiores ídolos da Seleção Russa

5 – Viktor Ponedelnik

Autor do gol do título da Eurocopa de 1960 para a União Soviética, aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação, de cabeça, na final vencida por 2 x 1 sobre a Iugoslávia, Viktor Ponedelnik entrou para a história da Seleção Soviética. Em 64, também fez parte da equipe vice-campeã europeia. Detém a marca de melhor média de gols, somando 21 em 29 partidas. Teve ótima atuação na Copa do Mundo de 1962, onde marcou duas vezes e ajudou sua pátria a chegar até às quartas de final.

Passaporte Rússia - Top 5 ídolos russos
(Reprodução/UEFA.com)

4 – Oleg Blokhin

Foi o maior goleador da história do campeonato soviético, com 211 gols anotados. Foi artilheiro da competição cinco vezes e campeão em oito edições. Natural de Kiev, (hoje) Ucrânia, defendeu a União Soviética (hoje Rússia). Oleg Vladimirovich Blokhin é o jogador com mais atuações e mais gols: 112 partidas e 42 gols. Por ela, participou das Copas do Mundo de 1982 e 1986, além de ter ganho o bronze nas Olimpíadas de 1972 (ano em que começou a defender o país) e 1976.

Passaporte Rússia - Top 5 ídolos russos
Oleg Blokhin em atuação contra o Brasil na Copa do Mundo (Reprodução/Getty Images)

Mostrando muita velocidade, técnica, força, vitalidade e poder de finalização, foi um destruidor de defesas, fazendo dribles desconcertantes e arrancadas fenomenais, habilidades estas que lhe renderam a Bola de Ouro de 1975. Atuou pelo Dínamo de Kiev por 20 longos anos, somando mais de 400 partidas e 266 gols, sendo até hoje o maior ídolo da história do clube. Pela Seleção Soviética, participou das Copas do Mundo de 1982 e 1986, e conquistou o bronze nas Olimpíadas de 1972.

3 – Valentin Ivanov

Artilheiro da Copa do Mundo de 1962 e da Eurocopa de 1960, foi um jogador que exercia qualquer função ofensiva, brilhando na Seleção Soviética como meia, ponta e atacante. Este é Valentin Kozmich Ivanov, dono de uma enorme habilidade e controle de bola, o que lhe permitia dar belos passes e dribles, além de uma poderosa finalização. Era um dos líderes da melhor equipe soviética da história, de 1956 a 1962, conquistando os títulos dos Jogos Olímpicos 1956 e da Eurocopa 1960.

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Valentin Ivanov (Reprodução/UEFA.com)

Em clubes, o craque é até hoje o maior ídolo e maior artilheiro da história do Torpedo Moscou, clube pelo qual conquistou duas vezes o Campeonato Soviético e soma 124 gols em 286 atuações. Foi convocado 59 vezes para a União Soviética, marcando 26 gols e sendo o terceiro maior artilheiro da equipe soviética de todos os tempos, atrás apenas de Oleg Blokhin e Oleg Protasov.

2 – Eduard Streltsov

“Pelé branco”, este era o apelido de Eduard Streltsov na Rússia. Tornou-se o maior jogador da história do Torpedo Moscou, onde foi artilheiro do campeonato russo aos 17 anos, e o principal atacante da União Soviética. Atacante alto, forte, de extrema inteligência, foi campeão olímpico em 1956, com apenas 19 anos, dois anos após estrear, mas acabou não participando de nenhuma Copa do Mundo. O estádio do Torpedo Moscou leva seu nome, dado o tamanho do jogador na Rússia. Pouca velocidade, muita técnica, sabia chutar com as duas pernas, finalizar muito bem, driblar e dar belos passes. Era especialista em passes de calcanhar, cujo em seu país de chama Streltsov, em sua homenagem.

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Eduard Streltsov (Reprodução/bongdacuocsong.net)

Era um jogador de vida livre, não gostava de seguir o regime comunista soviético e, com isso, tinha o governo contra ele. Ao comparecer a uma festa com amigos e militares, uma menina de vinte anos (menor de idade na União Soviética), ofereceu seus serviços ao atacante e alguns colegas de time. Alguns dias após o ocorrido, Streltsov foi acusado de estupro, cortado da seleção que disputaria a Copa de 1958 e preso em um campo de concentração, tendo que cumprir uma pena de sete anos. Pressionado, foi obrigado a confessar o crime, já que haviam rumores de que se não o fizesse sua família seria morta. Com poucas informações liberadas pela polícia e pelo governo, que nunca provaram o crime do atacante.

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Grafite de Eduard Streltsov (Reprodução/Futbolgrad)

1 – Lev Yashin

Eleito pela FIFA o maior goleiro da história do futebol, Lev Yashin, o “Aranha Negra” ou “Pantera Negra”, dado a cor (preta) de seu uniforme. Nascido em Moscou, no dia 22 de outubro de 1929, o arqueiro foi, até hoje, o único goleiro a ganhar a bola de ouro da revista France Football, em 1963. Atualmente, o melhor goleiro do mundo leva o troféu “Luva de Ouro”, denominado anteriormente de troféu “Lev Yashin”. Curiosamente começou a carreira como goleiro de hóquei no gelo na equipe de fábrica de ferramentas onde trabalhava, em plena Segunda Guerra Mundial e, aos catorze anos, decidiu atuar como goleiro de futebol. Defendeu 150 pênaltis na carreira e não levou gol em 270 jogos.

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Lev Yashin (Reprodução/Football365)

Era o tipo de goleiro de “mente avançada”. Não se limitava a ficar debaixo das traves ou dentro da pequena área. Sai da área atuando muitas vezes como um líbero, cortando cruzamentos altos e antecipando lançamentos dos adversários, tal qual faz muito bem nos dias atuais o alemão Manuel Neuer. Antes mesmo de goleiros como os brasileiros Marcos e Rogério Ceni, o arqueiro optou por defender apenas um time, o Dínamo de Moscou. Neste clube ganhou a titularidade em 1953 e foi tomar gol só em 1958. Participou das duas maiores conquistas da história da URSS – a Eurocopa de 1960 e as Olimpíadas de 1956 (o país voltou a vencer os Jogos Olímpicos em 88). Além disso, esteve presente em quatro Copas do Mundo (1958, 62, 66 e 70).

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Lev Yashin em atuação pela Seleção Soviética (Reprodução/Getty Images/Russian National Football Team)
Eric Filardi

Eric Filardi

Sou um jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo e um verdadeiro apaixonado por futebol. Criado em Taboão da Serra e paulistano de coração, trago em mim o compromisso de escrever com profissionalismo e criatividade, mantendo sempre a imparcialidade. Embora tenha meu clube e preferências, viso trazer informações e análises de forma equilibrada.