O Passaporte Rússia é mais uma coluna do Futebol na Veia que apresentará curiosidades de todas as seleções que participarão da Copa do Mundo deste ano. Este é o primeiro de sete textos sobre a Seleção Dinamarquesa desta edição. Confira como é a história da Danish Dynamite.
A Dinamarca apesar de conseguir ser três vezes medalha de prata nos jogos olímpicos, nunca teve tanta tradição tão forte no futebol. Isso mudou a partir da década de 70, com o fim do amadorismo e a mudança de seu campeonato local.
Após essas mudanças, a seleção dinamarquesa começou a entrar e no radar das equipes fortes no cenário mundial na década de 80. Mesmo não se classificando para a Copa do Mundo de 82 na Espanha, os nórdicos fizeram boa campanha nas eliminatórias, incluindo uma vitoria surpreendente contra a Itália, que mais tarde seria campeã mundial.
A história começou a prosperar a partir da ótima campanha na Eurocopa de 1984 na França, quando foi semifinalista. Tal boa campanha, que os nórdicos, que tinham o gênio prodígio Michael Laudrup, começaram a ser chamados de “Dinamite Dinamarquesa”.
Passaporte Rússia – A historia da Seleção Dinamarquesa em Copas do Mundo
1986
A Copa do Mundo de 1986 no México mudou a visão que os outros tinham em relação a seleção dinamarquesa. A ótima campanha naquela copa e com evoluções táticas diferenciadas, deixaram a Dinamarca como a sensação do torneio e de quebra, ganhou o apelido que leva até hoje, Dinamáquina.
A campanha foi ótima na primeira fase e com um ataque comandado por Brian Laudrup. Com uma fase inicial perfeita, a Dinamáquina obteve resultados de destaque, entre elas a goleada sobre o Uruguai por 6 x 1 e a vitoria contra a finalista Alemanha por 2 x 0.
Nas oitavas, a poderosa e tradicional Espanha. A fúria, segunda colocada em seu grupo (o primeiro foi a seleção brasileira), não foi como favorita para aquele duelo, já que a Dinamarca mostrava um futebol mais envolvente.
O resultado não foi o esperado para a seleção nórdica, 5 x 1 de virada para os espanhóis, com direito a quatro gols de Emilio Brutagueño. Mesmo assim, a Dinamarca mostrou que estava no radar das grandes seleções e que o treinador Sep Piontek e sua “Dinamaquina” poderia enfrentar qualquer seleção naquela altura.
Década de 90 – Transição, mas com título
A década de 90 para a Dinamarca foi um período cheio de altos e baixo. E também um período para voltar a figurar no cenário mundial.
Sem conseguir se classificar para as Copas de 1990 e 1994 na Itália e Estados Unidos respectivamente, a “Dinamáquina” também não se classificou para a Eurocopa de 1992. Perdeu a vaga no grupo para a Iugoslávia. Porem, com as sanções da FIFA, devido a guerra, mesmo em segundo lugar no grupo, a Dinamarca seguiu para a Euro, na Suécia.
Sem Michael Laudrup, brigado com o técnico, Richard Moller Nielsen, mas que contava com nomes de peso como o lendário goleiro Peter Schmeichel e Brian Laudrup, irmão mais novo de Michael, levaram a classificação em segundo lugar, um grupo que contava com a França, Inglaterra e a anfitriã Suécia.
Na semifinal, vitoria nos pênaltis contra os holandeses de Bergkamp, Van Basten e Rijkkard e na época os atuais campeões. Na final, a já unificada Alemanha. O placar de 2 x 0 e o primeiro e único grande titulo da seleção.
1998
Após fracassar na tentativa de classificar para a Copa dos Estados Unidos, os dinamarqueses disputaram sua segunda Copa do Mundo em 1998, na França, com uma ótima equipe, que contava com os irmãos Laudrup e Peter Schmeichel.
Mantido no cargo, Richard Moller Nielsen montou uma equipe consistente e que conseguiu avançar para as oitavas de final na segunda colocação. O primeiro lugar foi da anfitriã França.
O adversário foi a surpreendente Nigéria, que deixou a Espanha na primeira fase e seguiu como líder do grupo. A Dinamarca mostrou a verdadeira “Dinamáquina” e aplicou uma sonora goleada por 4 x 1 e seguiu as quartas. A campanha já era melhor do que tinha feito há 12 anos no México.
O grande problema foi ter enfrentado a seleção brasileira de Ronaldo Fenômeno. Os dinamarqueses dificultaram demais para os brasileiros, até começaram na frente do placar, mas em uma noite mágica de Rivaldo em Nantes, decretou a derrota dos nórdicos, mas venderam muito caro aquela derrota por 3 x 2, em um dos jogos mais emocionantes daquela copa.
Este foi o último jogo do craque Brian Laudrup, uma lenda no país, que se despediu com gol, mas não o suficiente para fazer sua seleção avançar.
2002
Na Coreia do Sul e Japão os dinamarqueses fizeram uma primeira fase fantástica e surpreenderam, junto a Senegal, ao eliminar França e Uruguai, até então favoritos e o atual campeão e outro bicampeão, na primeira fase. No primeiro jogo bateram os uruguaios por 2 x 1, Tomasson fez os gols dos europeus e Rodríguez fez o dos sul-americanos. No segundo, empate em 1 x 1 com os africanos. Diao fez o gol dos senagaleses e Tomasson fez o dos dinamarqueses. No último jogo, despacharam a França por 2 x 0, Tomasson e Rommedahl. Mas nas oitavas, infelizmente, trombaram com a Inglaterra de Ferdinand, Owen e Heskey, que fizeram um 3 x 0 e eliminaram a Dinamarca.
2010
A última participação dinamarquesa em uma Copa do Mundo foi em 2010, quando caiu no grupo E, de Japão, Holanda e Camarões. O time saiu na primeira fase, ficando em terceiro. No primeiro jogo, Agger e Kuyt deram a vitória para os holandeses por 2 x 0. No segundo jogo Eto'o abriu o placar para os camaroneses, mas Bendtner e Rommedahl deram a vitória aos europeus. Fechando sua participação, que culminaria na eliminação ainda na primeira fase, perderam por 3 x 1 para o Japão. Tomasson fez o único gol dinamarquês. Honda, Endo e Okazaki marcaram os gols asiáticos.