Rivaldo Vitor Borba Ferreira é o nome da fera. Assim, o aniversariante completa 48 anos neste domingo (19). O pentacampeão mundial pela Seleção Brasileira tem muita história dentro de campo. Com títulos importantíssimos na carreira, como a Copa do Mundo de 2002 e a Bola de Ouro de 1999, Rivaldo tem uma linda trajetória nos gramados, principalmente com a camisa do Barcelona. Gênio discreto do mundo das estrelas, o ex-jogador às vezes era ofuscado por não ser tão midiático, mas dentro de campo fazia os olhos dos telespectadores brilharem. Logo, foi um dos grandes nomes da história do futebol brasileiro.
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Rivaldo: de Pernambuco para o mundo
Começou na base do Santa Cruz e se destacou na Copinha de 1992. Logo chamou atenção de vários clubes e acabou indo para o Mogi Mirim para começar sua carreira no profissional. Ele mal sabia que era em São Paulo que iria começar escrever a história no futebol. No clube do interior, Rivaldo já se destacou e conquistou seu primeiro título como profissional: Série A2 do Campeonato Paulista.
A equipe do Mogi era conhecida na época como Carrossel Caipira. Depois de atuar no interior, o ex-jogador foi negociado com o Corinthians, contudo, não conseguiu o mesmo desempenho. Mesmo assim, conquistou a Bola de Prata e apareceu na seleção do Campeonato Brasileiro de 1993. Dessa maneira o Timão decidiu vendê-lo, e o Palmeiras, com a patrocinadora Parmalat, desembolsou R$ 2,4 milhões para contratar Rivaldo.
RIVALDO NO PALMEIRAS
Foi no Verdão que a história começou a ser escrita em outro patamar. Logo no primeiro ano com a camisa alviverde, Rivaldo foi o vice-artilheiro do Brasileirão com 14 gols. Além disso, foi o grande maestro do time na conquista do oitavo título nacional do Palmeiras. O meia foi bastante decisivo na reta final daquele Campeonato, marcando duas vezes na semifinal contra o Guarani. Depois encarou seu ex-clube, o Corinthians, na final e acabou marcando três vezes nos dois jogos.
Ainda venceu um Campeonato Paulista com a camisa alviverde sobre o Timão em 1996. Naquela época, o Palmeiras tinha nomes recheados como o goleiro Marcos, Cafú, Djalminha, Galeano, Amaral, Rincón, Viola, Müller e Luizão. Com destaque no Brasil, Rivaldo acabou se transferindo para a Europa e, mais tarde, faria história no Barcelona.
EUROPA
Depois de uma linda trajetória no Palmeiras, o aniversariante do dia foi para Europa. Por lá, começou a escrever seu nome no mundo. Rivaldo foi vendido após o título paulista de 1996 para o Deportivo La Coruña. Ele chegou lá com a missão de substituir o ídolo local Bebeto. Com a camisa do Depor, o pentacampeão fez 22 gols em 46 jogos. Dessa forma, ajudou a equipe ficar em 3º lugar do Campeonato Espanhol.
Ficou apenas uma temporada no time da Galícia e, posteriormente, foi para o Barcelona. Chegou ao clube catalão para substituir outro ídolo: ninguém menos que Ronaldo. Transferido por cerca de 30 milhões de dólares, o Barça não se arrependeu da compra. No futebol catalão, Rivaldo mostrou ser um jogador fora da curva. Com dribles mirabolantes, gols de cabeça, de canhota, gols com a direita, dentro e fora da área.
Em uma temporada com a camisa do Barcelona, o meia recolocou o time no topo da Espanha. Além disso, como protagonista, superou a média de gols no Depor, seu ex-clube, e chegou a ter média de 0,68 gols por partida. Com atuações fantásticas com a camisa Blaugrana, o pentacampeão marcou um dos gols mais lembrado da sua carreira justamente contra o Valencia. No lance, Rivaldo acertou uma bicicleta na entrada da área. Dessa forma, ele conquistou a Bola de Ouro de 1999, o título de melhor jogador do mundo na época.
BOLA DE OURO
Em primeiro lugar, o prêmio foi um marco para a carreira de Rivaldo. Na época, o jogador foi o segundo atleta brasileiro a conquistar o feito. Em suma, o primeiro tinha sido Ronaldo com a camisa da Inter de Milão. Defendendo o time catalão em apenas duas temporadas, conquistar título de melhor jogador do mundo era uma missão muito difícil.
Rivaldo fez 29 gols na temporada 1998/99 e, além disso, disputou 48 jogos, conseguindo 27 vitórias, nove empates e 12 derrotas. Somado a isso, conseguiu levantar o caneco do Campeonato Espanhol daquela temporada. No total, marcou em 42% de jogos que disputou. Na temporada de 1997/98, o pentacampeão também se destacou muito pelo Barça. Foram 51 jogos, 29 vitórias, 10 empates e 12 derrotas. Assim, balançou as redes 28 vezes.
Rivaldo com sua bola de ouro em 1999. pic.twitter.com/jJ5N8z05a6
— Futebol 442 (@futebol442) February 4, 2017
Em conclusão, essas duas primeiras temporadas pelo Barça abriram as portas para Seleção Brasileira. E, nela, conquistou mais um título importante: a Copa do Mundo de 2002. Na competição, foi protagonista ao lado de Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho.
SELEÇÃO BRASILEIRA
Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira foi em 1993, quando ainda vestia a camisa do Corinthians. Naquela ocasião, fez um amistoso contra o México e marcou o gol da vitória. Rivaldo, na época, tinha grandes chances de ir para a , entretanto não foi muito bem no Paulistão daquele ano e, por isso, acabou não sendo convocado.
Voltou para a Seleção em 1996 conquistando a medalha de bronze das Olimpíadas de Atlanta. O ex-jogador foi um dos alvos pela derrota contra a Nigéria na semifinal por ter errado um passe que resultou em um dos gols na vitória dos africanos na prorrogação. Com isso, o meia ficou uma temporada sem defender a camisa da Amarelinha.
Dessa maneira, depois de uma boa temporada pelo Barcelona em 1997, voltou a ser chamado e foi para Copa do Mundo de 1998, na França. Naquela Copa, teve um ótimo desempenho e balançou as redes três vezes, deu assistências e, além disso, fez jogadas belíssimas. Contudo, na final, não teve o que fazer e acabou perdendo o título para os donos da casa.
Edmundo, Cafu, Rivaldo e Roberto Carlos após perder a Copa do Mundo de 98 para a França pic.twitter.com/LNc1nqg6EY
— Memórias Do Futebol (@MemoriasFutebol) February 19, 2016
Posteriormente, em 1999, no ano em que conquistou a Bola de Ouro, também se consagrou campeão da Copa América, sendo eleito o melhor jogador da competição. Foi artilheiro do Campeonato ao lado de Ronaldo com cinco gols. Depois disso, o seu futebol caiu de rendimento na Europa e, por conta disso, suas atuações foram bastante criticadas.
Entretanto, mesmo sendo alvo de críticas, foi convocado para a Copa do Mundo de 2002 e foi o principal jogador daquela edição. Fazendo dupla com Ronaldo, ambos ajudaram a Seleção ao título de Campeão do Mundo pela quinta vez em sua história.
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COPA DO MUNDO DE 2002
Mesmo não sendo tão lembrado, por não ser muito midiático, como um dos principais jogadores daquela competição, Rivaldo fez uma boa Copa. Dessa forma, o meia marcou em todos os jogos da fase de grupos. Sobre a Turquia, na estreia, fez o gol da vitória. Continuou decisivo na fase de mata-mata, marcando um golaço contra a Bélgica nas oitavas.
Somado a isso, nas quartas, fez o gol que garantiu a classificação contra a favoritíssima Inglaterra. Assim, ao chegar à semifinal, contra a Turquia novamente, jogou bem, mas não marcou. Se balançasse as redes, iria igualar a Jairzinho, que, na Copa de 70, fez gol em todos os jogos do Brasil e, logo, consagrou-se campeão. Portanto, na partida da semi, quem resolveu foi Ronaldo, contudo, com a ajuda de Rivaldo.
Logo, na final contra Alemanha, o meia não jogou o que se esperava de um craque, porém acabou dando um lindo corta-luz para o segundo gol do Brasil. Com isso, consagrou-se campeão da Copa do Mundo daquela edição jogando um futebol de encantar os olhos dos torcedores.
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APOSENTADORIA
Por fim, chegou a fase que todo jogador teme: a aposentadoria. No dia 15 de março de 2014, Rivaldo anunciou em sua conta oficial no Instagram que iria encerrar a carreira de jogador de futebol. Mas, em 2015, voltou aos gramados para ajudar o primeiro time pelo qual jogou profissionalmente: o Mogi Mirim. Na época, o pentacampeão era presidente do clube e queria ajudar a equipe escapar da zona de rebaixamento na Série B do Campeonato Brasileiro.
No ano em que voltou atuar, ficou para a história ao entrar em campo com seu filho Rivaldo Júnior. Mas foi em 2015 que o craque encerrou de vez a carreira. Na época, não conseguiu evitar o rebaixamento do Mogi e acabou pendurando as chuteiras no interior de São Paulo. Um final tímido e, para muitos, triste, porém com uma trajetória incrível no futebol mundial.
Foto em destaque: Reprodução/These Football Times