Palmeiras na Argentina: xingada, Leila fala, e jogadores, festejados, se calam

O Palmeiras chegou a Buenos Aires com cerca de uma hora e meia de atraso na noite desta terça-feira (26). Foi apenas por volta das 21h que o ônibus da delegação, que voou no avião particular da presidente Leila Pereira, chegou ao Hotel Madero, no luxuoso bairro de Puerto Madero da capital argentina.

Cerca de 200 palmeirenses se aglomeravam na porta do hotel, aproximadamente o triplo de pessoas que estava no local quando Leila Pereira, o presidente do conselho deliberativo Seraphim Del Grande e José Roberto Lamacchia, marido da dirigente, chegaram ao hotel sob muitos protestos.

Leila não se intimidou e, mesmo tendo sido xingada na sua chegada, retornou para o lado de fora do hotel, onde atendeu a imprensa – ao contrário dos jogadores. Aliás, a situação foi totalmente inversa, já que os jogadores receberam carinho, mas não falaram com ninguém. Já Leila fez até coraçãozinho para quem a xingava.

Leila comentou o fato de alguns conselheiros terem comercializado ingressos adquiridos com preferência na sede social do clube, conforme revelado pela Trivela.

“Isso é caso de polícia, é caso para o Ministério público”, disparou, não sem antes dizer medidas administrativas podem ser tomadas no clube.

A maior parte dos xingamentos a Leila se dirigia à questão dos ingressos. Em especial ao fato de os torcedores organizados terem ficado sem a cota que normalmente era destinada a eles em jogos internacionais por gestões anteriores.

Gritos como “Quem ganha jogo é a (arqui)bancada” e “Eu nunca vi conselheiro gritar no estádio” davam o tom do protesto, que também cobrava ingressos mais baratos.

“O sócio-torcedor (do Palmeiras), no Plano Ouro, tem ingressos grátis. Vocês estão cansados de saber que hoje 80% dos torcedores que entram no Allianz Parque têm algum tipo de desconto”, iniciou.

“Quem quer ver um jogo, quem quer ver um show, tem que pagar. O investimento que se faz no futebol é muito alto, entende? Então, esse negócio que o futebol é popular, sim, é popular, assim como a música também é popular. Se você quer ver um show, você tem que pagar, não é?”, comparou.

“Então eu acho muito contraditório, sabe? De um lado, o torcedor quer reforços, quer investimento em contratação de jogador. Contratação de jogador se faz com dinheiro. Futebol de alta performance se faz com dinheiro. Então, eu acho muito contraditório”, disparou.

“E se você for fazer o cálculo de por quanto sai o ingresso de um torcedor, está por volta de R$ 50, R$ 60. Isso não é popular. Isso não é popular? Claro que é popular. Então, por favor, vocês, jornalistas experientes e inteligentes, vocês têm que fazer esse cálculo, entende?”, observou.

“Eu não posso agradar a todos. A unanimidade é impossível. Mas as pessoas querem ingresso de graça. É impossível. Mas tudo bem… Sabe o que é importante? Que quinta-feira façamos um ótimo jogo. É isso que eu acho”, finalizou.

Diego Iwata

Diego Iwata