Um dos investigados na 1ª fase da Operação Penalidade Máxima, o lateral-direito Mateusinho, que atualmente defende as cores do Cuiabá, teve mensagens divulgadas em um grupo com sete outras pessoas em um aplicativo de mensagens. De acordo com o teor das mensagens, o defensor indicou que seria punido, propositalmente, com um cartão durante um dos jogos da Série B de 2022, que disputou com a camisa do Sampaio Corrêa.
A informação foi divulgada pela ESPN e pelo GE. Com isso, Mateusinho foi denunciado pelo MP-GO e virou réu por participar do suposto esquema de manipulação de resultados, que vem movimentando o cenário do futebol brasileiro.
Durante as investigações, o MP-GO apreendeu o celular do jogador e obteve acesso ao grupo de mensagens com a senha fornecida pelo Mateusinho, no momento da apreensão. Tendo em conta que os diálogos foram considerados relevantes para o caso, o Ministério Público transcreveu trechos de áudio da conversa em um grupo de mensagens. Confira algumas das mensagens tidas como indícios da participação do defensor no esquema de manipulação de resultados.
“Pacilo, pô rapá, eu sou bagulho doido. Me deu uma missão pra mim matar… ou mato ou morro, mano. Não tinha jeito, mano. Eu falei ih…alguém vai se f** aí, porque eu vou dar carrinho“, teria dito Mateusinho, em um dialógio transcrito pelo MP.
Logo em seguida, o lateral envia a seguinte mensagem: “A missão foi cumprida, eu ia largar de barriga”.
Ainda nas mensagens do grupo, alguém identificado com Victor Talamini, citou o volante Rafael Gava, ex-Cuiabá e atualmente no Avaí, sugerindo que teria tirado a aposta no jogador, por ele ser “pipiqueiro”. Em seguida, o jogador do Dourado fala uma suposta aposta feita por si, o que também é proibido no esporte.
“Cara**. Tá boa pra nós fazer dinheiro. Vou botar dinheiro pra nós fazer. Tá é louco. Se o homem falou pra botar filho, esquece! Estou na festinha. Vou até sentar aqui no cantinho agora. Sem ninguém, pra poder fazer. Saindo até do som aqui pra fazer essa fezinha”, disse o jogador.
Segundo o ge, o agente do Mateusinho afirmou que nada foi provado e que não tem mais o que se pronunciar. Além disso, o Cuiabá, clube atual do lateral, declarou que, a princípio, não irá se manifestar sobre o caso.
Entenda o caso da manipulação de resultados
O Ministério Público de Goiás fez duas denúncias sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro. A investigação abrange partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022. Ademais, alguns confrontos dos estaduais de 2023. As informações iniciais foram publicadas pela Veja. São, pelo menos, 20 duelos sendo investigadas pelo MP. Os clubes e casas de apostas são tratados como vítimas.
Bruno Lopez de Moura, apostador que foi detido na Operação Penalidade Máxima, é considerado pelo Ministério Público de Goiás como líder da quadrilha no esquema de manipulação de resultados. Outras 16 pessoas podem virar réus no caso. As manipulações investigadas envolvem cartões amarelos, vermelhos e cometer pênaltis durante o decorrer das partidas.
Na primeira fase da operação, os jogadores alvos da operação foram os zagueiros Victor Ramos, da Chapecoense, Kevin Lomónaco, do RB Bragantino, Paulo Miranda, ex-Juventude, e Eduardo Bauermann, do Santos. Além deles, os laterais-esquerdos Igor Cariús, do Sport, e Moraes, do Atlético-GO, e o meia Gabriel Tota, do Ypiranga-RS. Já no segundo momento da investigação, foram adicionados nomes como os volantes Fernando Neto, que defende o São Bernardo-SP, Nikolas, do Novo Hamburgo-RS e o atacante Jarro Pedroso, do Inter-SM, do Rio Grande do Sul, entre outros.
Por fim, o MP-GO solicitou a condenação de todos os envolvidos na manipulação. Além disso, pede o ressarcimento de R$ 2 milhões aos cofres públicos por danos morais coletivos, conforme a reportagem da Veja.