Messi X Maradona – o duelo da camisa 10

Quando o meia argentino Lionel Messi pisar em campo no domingo (18), às 12h (horário de Brasília), para atuar no jogo Argentina x França, na final da Copa do Mundo do Catar 2022, marcará a maior participação de um jogador em jogos de mundiais, com 26 partidas, passando nomes como gênio Pelé, Lothar Matthaus, Gabriel Batistuta e do craque Maradona (1960-2020).

Mas na comparação, vamos ficar somente nos números de Messi nesse mundial vigente e focar apenas nos números de Maradona, quando entrou definitivamente para a história do futebol pelas proezas realizadas durante a Copa do Mundo do México 1986.

Messi tem 12 gols marcados com a camisa alviceleste ,  mas vai empatar com o Pibe de Ouro nas participações em finais, com duas.  Enquanto o primeiro foi vice em 2014, o segundo foi campeão em 1986 e vice na Copa do Mundo da Alemanha Ocidental 1990. O ídolo da atualidade ainda pode se tornar artilheiro da competição, porque tem cinco gols igual a0 o francês Mbappè. Já Maradona fez os mesmos cinco no evento do México, mas o artilheiro na época foi o inglês Gary Lineker.

Só no Catar, Messi também tem 27 finalizações, 15 assistências corretas (três delas revertidas em gols) e 15 dribles assertivos. Os números do argentino estão embasbacando até os detratores, que após o início desastroso da equipe sob o comando do xará Lionel Scaloni, não botavam fé no veterano, que renasceu das cinzas.

Os caminhos de ambos se cruzariam quando Messi estava se preparando para a Copa do Mundo da África do Sul 2010, a segunda de seu currículo, quando Maradona foi alçado ao cargo de técnico da seleção da Argentina para aquele torneio. Obviamente que foi amor de pai e filho à primeira vista.

 

Mas será Messi melhor que Maradona?

Em princípio, Maradona poderia ter o mesmo número de participações em copas do mundo de Messi, se não fosse a implicância pessoal que o então técnico da seleção argentina, em 1978, Cesar Luis Menotti, tinha com a jovem revelação do Argentino Juniors.

Ele até mostrou que tinha razão, após se render ao clamor da torcida e chamar o Pibe para atuar na Copa do Mundo da Espanha 1982, e o time passar vergonha diante de adversários como Brasil e Itália no “triangular da morte” na segunda fase daquela competição.

Mas foi um trágico acontecimento ocorrido naquele mesmo ano, quando a Argentina se envolveu numa guerra com a Inglaterra e aliados pelo domínio das antigas Ilhas Malvinas (atualmente Falklands), que forjou a nova personalidade de Maradona para o mundo do futebol.

E foi demonstrando muita coragem, técnica refinada e a sabedoria dos mestres, que ele deixou de ser Dieguito e se tornou um herói de guerra, como os torcedores costumam se referir a ele naqueles jogos inesquecíveis no México, quatro anos depois, atuando como se fosse um soldado defendendo o seu país.

Os números de Maradona em 1986 são 10 assistências em 14 gols marcados, cinco gols feitos (nenhum deles de penalidade máxima), quatro passes decisivos por jogo (Messi deu 3 a cada 90 minutos até agora), além de jogos que entraram para o panteão dos mundiais, como aquele contra os ingleses e, é claro, a conquista da taça.

Os especialistas tratam Messi como um atleta clássico por natureza, que desfila elegância em campo, com o seu estilo de jogo mais cerebral e menos aguerrido. Mas quando o assunto é Maradona, a conversa muda de rumo. O eterno craque é tratado pela torcida como uma divindade, alguém que jamais será superado, mesmo que o meia do PSG leve o tricampeonato na bagagem para Buenos Aires, pois foi o representante da garra argentina.

Agora resta a pergunta que jamais vai se calar. “Quem é o melhor? Messi ou Maradona?”, já que o nosso atleta do século Pelé é um extraterrestre, como sempre diz o não menos craque e ex-jogador do Santos e da seleção brasileira Pepe.

Foto Destaque: Instagram/Lionel Messi

Mara Zanatta

Mara Zanatta

Sou jornalista desde 1997, formada na Universidade Católica de Santos e escreveu no extinto Jornal Expresso Popular de Santos, do Grupo Tribuna.
Participou de diversas ONGs voltadas para a diversidade étnica e social, através de trabalhos voluntários. Também acompanha esportes olímpicos individuais, além de futebol. Curiosa e sempre antenada com as novas tendências.