Vagner Mancini defende técnicos brasileiros na Seleção Brasileira e é criticado nas redes sociais

Vagner Mancini foi eleito presidente da Federação Brasileira de Treinadores de Futebol, e criticou a contratação de treinadores estrangeiros no Brasil

Vagner Mancini foi eleito presidente da Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol do Brasil e concedeu entrevista ao Globo Esporte. Em seu discurso, o atual técnico do Ceará reforçou que sua missão a frente da entidade será trabalhar para aumentar a valorização do profissional brasileiro no país.

Dos 20 clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, 11 são treinados por profissionais estrangeiros, o que, segundo Mancini, é fruto da opinião pública, que “defende” o treinador vindo de fora, em detrimento dos técnicos formados no Brasil.

Mancini ainda complementou dizendo que recebeu com surpresa a notícia de que a CBF teria se reunido com Carlo Ancelotti para ser o novo treinador da Seleção Brasileira. Para o presidente da FBTF, a vinda de um estrangeiro para comandar o Brasil só reforça o quão desvalorizado o treinador brasileiro se tornou.

No Twitter, a fala de Mancini não foi bem aceita pela torcida. Na maioria dos comentários feitos em uma publicação do jornalista André Rizek, os usuários apontam que o treinador se contradisse em algumas falas, e não seria o melhor representante para assumir seu posto na Federação de Treinadores.

Torcedores criticam entrevista de Mancini

Os torcedores relembraram algumas passagens polêmicas de Vagner Mancini em seus 20 anos de carreira, com mais de 20 clubes treinados. Um dos pontos citados foi o fato do técnico pregar a continuidade dos profissionais nos clubes, mas em mais de uma oportunidade, ter trocado de clube no meio do trabalho para fechar outro contrato. Os seis rebaixamentos em seu currículo também foram colocados como justificativa para não considerar o conteúdo de sua entrevista.

O fato da Seleção Brasileira ter perdido sua identidade após a conquista do pentacampeonato em 2002, e os seguidos fracassos em praticamente todas as competições internacionais disputadas também foi um tópico levantado nas discussões.

As últimas campanhas do Brasil em Mundiais são consideradas, no mínimo, decepções. O Brasil parou nas quartas de final dos Mundiais de 2006, 2010, 2018 e 2022, já em 2014, foi goleado pela Alemanha, no que é considerado até hoje como o maior vexame da história do futebol brasileiro.

Problema do Brasil é a falta de jogadores “diferentes”

O futebol brasileiro sempre se caracterizou pelo jogo ofensivo, pelo drible, pela criatividade. Com a “europeização” cada vez mais precoce dos nossos jogadores, o que fica no DNA da seleção é o jogo mais posicional, tático, e de mais troca de passes praticado na Europa.

Para parte da crítica, e da torcida, enquanto os jogadores do Brasil continuarem com este ciclo de saída para clubes da Europa desde os primeiros passos como profissional, a tendência é que a Canarinho tenha cada vez mais perfil de equipe europeia, o que consequentemente traria a tona a discussão de que não seja o momento para que um técnico de outro país assuma o cargo de treinador da Seleção.

O momento pede uma reciclagem dos profissionais do futebol brasileiro, e uma adaptação ao modelo de jogo implementado, não só pela Europa, mas como em outros centros como a África, que com Marrocos, terminou a última Copa do Mundo na 3ª colocação pela 1ª vez na história.

Lucas de Souza

Lucas de Souza

Repórter na equipe do Futebol na Veia e redator na Trivela, Lucas Souza é narrador do canal Futebol Interior e da Federação Paulista de Futebol.