Faltam poucos detalhes para que uma nova liga seja implementada no futebol brasileiro. Porém, o impasse entre Libra e Liga Forte Futebol, em relação aos valores que deverão ser pagos aos clubes ainda causa entrave na negociação e no avanço pela reformulação do cenário do esporte bretão nacional. Sendo assim a Libra votou em assembleia-geral na última sexta-feira (26), a proposta de alteração do seu estatuto, em relação à garantia mínima de receitas proporcionais para todos os 20 participantes da Série A em 2025, data prevista para a realização do Campeonato Brasileiro sem a presença da CBF. Conhecida como cláusula de estabilidade, a garantia mínima atendia anteriormente somente Flamengo e Corinthians, o que gerava discordância nos outros participantes.
A cláusula prevê que, em caso das receitas arrecadadas para a edição de 2025 fiquem menores, ou iguais a deste ano, (algo em torno de R$2 bilhões de reais), a divisão dos valores deveria seguir as mesmas condições proporcionais daqui a dois anos. Conforme o estatuto da Libra, em casos de valores de uma eventual futura liga com montante igual ou inferior ao da edição 2023, cenário considerado improvável pelos dirigentes dos clubes, a divisão ficaria desta forma:
- 40% divididos igualmente entre todos
- 30% distribuídos conforme a audiência
- 30% segundo a posição na tabela
Caso o total de receitas fique entre os valores atuais e R$ 4 bilhões essa divisão se mantém. Mas se for superior, a divisão ficaria da seguinte maneira:
- 45% divididos igualmente entre todos
- 30% distribuídos segundo a audiência
- 25% conforme a posição na tabela
O fundo árabe Mubadala pretende ser sócio da futura liga do futebol nacional, e prometeu investir nada mais nada menos do que R$4,75 bilhões aos integrantes da Libra, esta é a iniciativa mais ousada do grupo desde que as conversas entre os interessados começaram. Uma alteração em relação ao estatuto da liga foi a principal mudança realizada na reunião da última sexta-feira. Foi incluída uma inserção de cenário parcial, no qual será pago R$4 bilhões caso o número de clubes que aceitarem a proposta para a nova liga de futebol brasileira fique entre 18 e 33 assinaturas.
Porém, existe uma condição para que este cenário parcial seja aceito e aprovado. Caso pelo menos sete dos dez maiores clubes aceitem o acordo. Ou seja, o fundo Mubadala só terá validade caso o contrato for assinado por Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro, Grêmio, Santos, Vasco, Botafogo, e Bahia, ou sete times deste grupo.
💸🏆🇧🇷 A nova oferta do Mubadala Capital à Libra e a tentativa de esvaziar o Forte Futebol
📰 Fundo propõe pagar R$ 4 bilhões mesmo sem adesão de todos os clubes das Séries A e B
📲 Mais detalhes: https://t.co/boWqw1abbd pic.twitter.com/eeljQn8X7x
— Lance! (@lancenet) May 30, 2023
Investimento na Libra pretende esvaziar Liga Forte Futebol
Caso o valor em exceção seja pago, o fundo Mubadala vai se responsabilizar pelo investimento, independente da quantidade de clubes que assinarem a proposta, além disso, foi incluído na proposta o pagamento de R$3 milhões a cada clube como sinal de boa vontade. Assim que os termos forem aceitos, o valor será depositado nas contas os times que participarão da nova liga até 30 dias depois da assinatura da oferta.
O principal objetivo da iniciativa do Mubadala é fazer com que os times que estão fechados com o grupo rival ao da Libra, saiam da LFF e assinem o acordo com a Liga de Futebol no Brasil.
Mubadala é um fundo de investimentos dos Emirados Árabes, cujo dinheiro é proveniente do fundo soberano do país. A subsidiária da empresa no Brasil, que também conta com recursos de investidores nacionais, é a responsável por negociar a compra de parte da futura liga.