Último colocado no Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, o Juventude teve a quarta pior campanha da história dos pontos corridos do Brasileirão, e parte deste fracasso se deve também a conduta questionável de pelo menos cinco jogadores aliciados para participarem do esquema de manipulação de resultados envolvendo as casas de apostas esportivas, na investigação feita pela Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás para investigar jogos suspeitos de fraude em estaduais e jogos da Série A e B do futebol brasileiro.
Desde chamadas de vídeo feitas no vestiário antes dos jogos, a casos de indicação de mais jogadores para fazer parte do esquema criminoso, o time do Juventude é o que mais se envolveu com a quadrilha de apostadores investigada pela operação. Conforme os dados obtidos pelo trabalho do Ministério Público de Goiás, a máfia das apostas fez acordo com os jogadores do Alviverde em pelo menos cinco partidas entre setembro e novembro de 2022.
Além de ser o clube com maior número de jogos suspeitos de manipulação, o Juventude também foi o clube com maior número de jogadores captados para fazer parte do esquema. Gabriel Tota, Paulo Miranda, Moraes, Vitor Mendes e Pará. Estes atletas fizeram acordos com a quadrilha para tomarem cartões amarelos em partidas do Brasileirão do ano passado. Somente mais um clube, o Sampaio Corrêa, que também teve cinco jogadores aliciados, tiveram mais do que dois atletas fazendo parte da fraude.
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Jogadores do Juventude concordaram em indicar mais atletas para participar de esquema
A partir da participação e sucesso do acordo feito entre o zagueiro Vitor Mendes, atualmente no Fluminense, mas afastado do clube por ter seu nome envolvido nas investigações, e os apostadores, mais jogadores começaram a ser indicados pelo atleta para fazer parte do esquema fraudulento. Na ocasião, o defensor levou um cartão amarelo na partida contra o Avaí, no dia 3 de setembro, no empate, por 1 x 1, entre os times.
Bruno Lopez, chefe da quadrilha, e o defensor, planejaram uma nova rodada de apostas poucos dias depois. Desta vez, o líder do esquema criminoso pede para que o zagueiro indique um atleta para participar, o que seria pago por meio de comissão a parte. Vitor Mendes disse que indicaria vários outros nomes, se a outra parte do pagamento que Bruno devia ao atleta fosse paga.
“Você tem que trazer jogador pra mim. Ganha uma comissão por fora também”, disse Bruno. Mendes respondeu: “Você tem que me quitar que aí irmão trago vários pra você”, em conversa revelada pelo Ministério Público.