Derrotado pelo placar de 2 x 1, diante do Audax Italiano, no último meio de semana, o Santos se complicou de vez em seu grupo na Copa Sul-Americana, e além de ter que vencer os dois próximos jogos para tentar se classificar em primeiro, terá de torcer contra o Newell's Old Boys, que está 100% na competição. Vale lembrar que somente o líder de cada chave avança diretamente para as oitavas de final do torneio, enquanto o segundo colocado disputará o playoff contra algum dos terceiros colocados dos grupos da Libertadores.
O Peixe saiu na frente do confronto contra os chilenos com um belíssimo gol de Camacho, aos 20 minutos do 1º tempo. Jogando bem e envolvendo o adversário, o Alvinegro poderia até ter marcado mais gols, porém, no final da etapa inicial, o zagueiro Joaquim foi expulso, e prejudicou o desempenho do time em campo, já que ainda no primeiro tempo, Gonzalo Sosa empatou, e o mesmo virou a partida na etapa complementar.
Entretanto, o resultado da partida ficou em segundo plano, pois infelizmente mais um caso de racismo envolvendo jogadores brasileiros veio a tona e causou indignação aos amantes do futebol. A torcida do Audax Italiano proferiu xingamentos para Ângelo e Joaquim, e o caso foi denunciado de forma oficial pelo Santos para a Conmebol, momentos após o término do jogo. A entidade recebeu as denúncias, e a entidade determinou a abertura de um expediente disciplinar, que passará por avaliações para apresentar possíveis punições ao clube, e também aos envolvidos no crime.
A Conmebol analisa as imagens das câmeras do estádio El Teniente, para identificar os agressores. O clube também deve ser punido em R$500 mil reais. Caso o ato racista seja reincidente, a multa pode chegar a R$2 bilhões de reais. Sanções como fechamento total, ou parcial do estádio também podem ser impostas.
Conmebol abre investigação sobre denúncias do Santos de racismo contra Ângelo e Joaquim. https://t.co/T7U4P39JTm#PorMaisRespeito pic.twitter.com/9me8wNBaeY
— Observatório Racismo (@ObRacialFutebol) May 26, 2023
Punições em casos como o do Santos não costumam acontecer
De acordo com um levantamento feito pelo portal LANCE!, casos como o de Ângelo e Joaquim não costuma ser punidos como deveriam. Segundo dados coletados pelo site, baseados em relatórios do Observatório da Discriminação Racial no Futebol Brasileiro, de 2014, até maio de 2022 ocorreram 48 denúncias ou flagrantes de casos de racismo em partidas de competições organizadas pela Conmebol. Porém, em apenas 11 oportunidades, os agressores, ou os clubes receberam algum tipo de punição.
Ainda conforme o relatório, 38 dos 42 casos registrados ficaram impunes, sem ter nenhum tipo de resposta. Em outros 32 casos os autores sequer foram identificados. Com a mobilização global em torno dos casos envolvendo Vinícius Júnior no Campeonato Espanhol, a tendência é que a sociedade venha cobrar mais rigor das instituições contra a prática racista nos estádios.