A Operação “Penalidade Máxima II”, do Ministério Público de Goiás (MPGO), virou o mundo do futebol brasileiro de cabeça para baixo com acusações de manipulação de resultados. As suspeitas apontam para oito jogos do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, um da Série B do ano passado e quatro de campeonatos estaduais realizados em 2023.
No mais recente desdobramento, a Justiça de Goiás acatou o pedido do MPGO e tornou réus 17 pessoas, sendo sete deles jogadores envolvidos no esquema.
Índice
Conheça os jogadores que viraram réus por manipulação de resultado
Eduardo Bauermann
Segundo o MP, o zagueiro do Santos recebeu R$ 50 mil de forma antecipada para sofrer um cartão amarelo na partida entre o Peixe e o Avaí na 36ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2022. Porém, na ocasião, o atleta não conseguiu ser advertido.
Prints divulgados pela Veja e pelo GE mostram que Bauermann foi ameaçado de morte, pois, além de não cumprir o acordo nesse jogo com o Avaí, se comprometeu a ser expulso na partida seguinte, contra o Botafogo. Entretanto, o zagueiro só recebeu o cartão vermelho após o apito final, o que não é considerado pelas casas de apostas.
https://twitter.com/futebol_info/status/1656121195157409793
Gabriel Tota e Paulo Miranda
Com contato com os aliciadores, Tota seria o responsável por aliciar atletas do seu clube na época, o Juventude. Um desses seria Paulo Miranda, atualmente sem clube e com passagens por São Paulo e Grêmio. Na ocasião, o zagueiro do Papão foi pago em cerca de R$ 110 mil após receber cartões amarelos contra Fortaleza e Goiás, ambos duelos pelo Brasileirão do ano passado.
Gabriel Tota atualmente está no Ypiranga-RS.
https://twitter.com/futebol_info/status/1656112720448745472
Victor Ramos
Atleta com grande carreira no futebol brasileiro, passando por Vasco, Palmeiras e Vitória, Victor Ramos aceitou, segundo o Ministério Público, R$ 100 mil para cometer um pênalti no jogo entre Portuguesa x Guarani pelo Paulistão desse ano. Porém, por não encontrar outros jogadores para manipulação, o grupo criminoso optou por não fazer apostas nessa partida e o zagueiro não recebeu o pagamento.
Igor Cárius
Na 32ª rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, Igor Cárius, à época no Cuiabá e hoje atleta do Sport, sofreu um cartão amarelo, fato que de acordo com o MP teria sido acordado antes com apostadores. Os investigadores não conseguiram apurar todo o montante, mas o lateral recebeu R$ 5 mil de forma antecipada.
Quatro rodadas depois, o atleta novamente foi aliciado para ser punido em jogo contra o Palmeiras, que renderia R$ 60 mil, mas não foi amarelado.
Matheus Gomes e Fernando Neto
No jogo entre Sport x Operário–PR pela Série B do ano passado, Fernando Neto recebeu a proposta de R$ 500 mil para sofrer um cartão vermelho, sendo efetivamente pago R$ 60 mil de forma antecipada. Apesar da derrota e do atleta ter sido amarelado, o volante não foi expulso no jogo. Todo esse processo contou com a participação de Matheus Gomes, atualmente jogador do Sergipe.
Neto, hoje no São Bernardo, ainda é apontado como possível aliciador de Bauermann no esquema.
https://twitter.com/DiarioGols/status/1655684977198080002
Outros envolvidos que não viraram réus
Apesar de receberam valores dos apostadores e cometerem as infrações, o lateral-esquerdo Onitlasi Moraes Rodrigues Júnior (ex-Juventude), o zagueiro Kevin Lomónaco (Bragantino), Nikolas Santos de Farias (Novo Hamburgo) e Emilton Pedroso Domingues, conhecido como Jarro (Inter de Santa Maria), auxiliaram o MP nas investigações.
O argentino Lomónaco, durante o jogo contra o América–MG no Brasileirão, foi punido com cartão amarelo e recebeu R$ 70 mil para que isso acontecesse, segundo o MP.
Também no Campeonato Brasileiro, Moraes foi amarelado no jogo com o Palmeiras recebeu pagamento de R$ 30 mil.
Por fim, no Gaúchão, Jarro cometeu uma penalidade a pedido do grupo criminoso por R$ 70 mil. Por 10 mil a mais, Nikolas, do Novo Hamburgo–RS, fez um pênalti contra seu time no estadual.