O Flamengo venceu o Bahia por 1 a 0 no sábado (30), no Maracanã, mas o jogo ainda deu o que falar nos programas esportivos. Os jogadores do Tricolor de Aço reclamaram bastante da atuação do árbitro Sávio Pereira Sampaoli, que marcou um pênalti em Bruno Henrique e expulsou o zagueiro Kanu, em lance com Gerson. Para os especialistas, contudo, não há motivo para reclamar.
Tanto o comentarista da TV Globo, Paulo Cesar Oliveira, quanto o chefe de arbitragem da CBF, Wilson Seneme, concordaram com as deciões do árbitro. Os dois veem imprudência do lateral Gilberto no lance em Bruno Henrique, além de entender que Gerson corria em direção ao gol, livre, na jogada da expulsão de Kanu.
Veja as falas dos especialistas na íntegra
— (O Gerson) É um jogador canhoto, que rapidamente vai dominar a bola. Aquele leve deslocamento não caracteriza a situação clara de gol. Uma falta fora da área. E mesmo dentro da área seria expulsão. Aí, os quatro D's são avaliados: distância (estava próximo), a direção (apesar do deslocamento, ele domina e faz o gol), presença dos defensores (só tinha o goleiro na bola) e o domínio da bola. (PC Oliveira)
— Achei pênalti. O Gilberto é imprudente. Tem o toque do Gilberto no Bruno Henrique, que chega primeiro, não chega de forma perigosa. Quando chega, ele coloca em risco o adversário. É um chamado pênalti sem querer. A intenção dele era chutar a bola, mas o Bruno Henrique chega mais rápido. Teve o contato, o pé do Bruno Henrique dá balançada. Pênalti bem marcado. (PC Oliveira)
— Se a gente para no momento da infração, faz duas colocações aqui: o goleiro tinha possibilidade de jogar essa bola agora? Não. Fora o defensor que acabou sendo expulso, havia outro defensor com possibilidade de disputar essa bola? Não. A distância que eles tinham era muito grande para poderem disputar. Outro ponto é a direção da jogada. Uma coisa é a direção quando a jogada está na lateral. Se o Gerson e o Kanu estivessem na ponta da área, e o Gerson na mesma direção, eu diria que não há oportunidade de gol. Porque ele ia ter que dominar a bola, fazer uma nova ação para depois ficar de frente para o goleiro. Mas eles então numa região centralizada da área, o próximo passo do Gerson era ficar de frente para o goleiro. Por isso claramente se transforma em oportunidade clara de gol. Porque os quatro elementos: distância, direção, controle da bola e número de defensores, se completam em 100%. A chamada para revisão foi absolutamente correta pelo VAR. (Seneme)
— O defensor do Bahia teve intenção? Não. Mas será que ele não foi imprudente? Que não tem atenção? Ele não teve atenção de que havia um atacante chegando. Esse é o detalhe importante da regra. Quem jogou a bola primeiro? O atacante. O atacante vai com a ponta do pé para frente. Ele não vai com a sola. Ele vai com o bico do pé para tirar a bola e recebe o chute no pé. É um chute com falta de atenção, consideração e não teve preocupação. E não foi um contato mínimo. Foi um chute que seria na bola. (Seneme)