Investigação incentivada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), a Operação Penalidade Máxima II expôs um esquema de manipulação de fatos e resultados de jogos envolvendo jogadores brasileiros, ou que atuam no Brasil. Essa manipulação renderia lucros consideráveis em sites de apostas esportivas.
Com o chefe do esquema sendo identificado como o “apostador” Bruno Lemos (BL), ao menos dezesseis pessoas estão sendo investigadas. Além dos “apostadores”, uma quantidade considerável de atletas foi implicada no esquema, influenciando diferentes ligas de diferentes divisões no Brasil e Estados Unidos.
Ex-jogador do Ceará confessa fraude
O lateral direito Nino Paraíba, que foi atleta do Ceará na temporada de 2022 (o clube atualmente está na Série B) foi um dos envolvidos no esquema. Atualmente o defensor está sem clube; pois foi dispensado pelo América-MG após a investigação confirmar seu envolvimento no esquema.
Com isso, Nino Paraíba assinou um acordo de cooperação com o MP-GO, para ajudar na apuração das condutas e responsabilidades de atletas e empresários que manipularam os jogos para obter os ganhos financeiros nos sites de apostas.
Conhecida como a “máfia das apostas”, a investigação já tem certeza que o procedimento resultou em alterações de pelo menos dez partidas da Série A do Brasileirão do ano passado. No caso envolvendo Nino Paraíba, ele “forçou” três cartões amarelos quando atuava pelo Ceará, no Brasileirão Série A 2022.
Além de levar um cartão amarelo no duelo entre Ceará x Cuiabá, em outubro do ano passado, o atleta também confirmou o mesmo esquema nos jogos contra Flamengo e São Paulo, ainda pelo Brasileirão de 2022.
“Flamengo e São Paulo foram alvos de fraude”, confessa Nino Paraíba
Nino Paraíba confessou que, no jogo Flamengo x Ceará, ocorrido em 4 de setembro de 2022, forçou um cartão amarelo. A atitude havia sido acordada com os membros da quadrilha de “apostadores”, e a atitude foi repetida em outro confronto, semanas depois.
Assim, o lateral direito tomou um novo cartão amarelo no jogo Ceará x São Paulo, que aconteceu em 18 de setembro de 2022. Pelas duas advertências em campo, o atualmente ex-jogador do Ceará recebeu R$ 180 mil.
Como confessou seu envolvimento nas manipulações e está cooperando com a investigação, Nino Paraíba não será processado pelo MP-GO e não sofrerá ações penais. No entanto, terá de pagar uma multa de R$160 mil.