Antes de mais nada, precisamos concordar que a FIFA está certo em punir a Rússia. Assim, na última segunda-feira (28), a entidade máxima do futebol anunciou que a seleção russa está fora do mundial do Catar.
O país de Vladimir Putin foi desclassificado das Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2022, onde estava na repescagem.
A exclusão russa se deu em punição à invasão do território ucraniano, que resultou na guerra mais comentada dos últimos tempos.
Assim, o último país sede de uma Copa vai ficar de fora da próxima reunião mais importante do futebol mundial.
Entretanto, a decisão inédita é muito mais demagógica do que parece. A decisão tomada foi a mais fácil para os engravatados que comandam o futebol mundial.
Punir a Rússia, uma seleção sem expressão no futebol mundial e, ao mesmo tempo, ficar ao lado da OTAN e dos países mais ricos do mundo é simples.
FIFA precisa adotar o mesmo critério para outros países
Outrossim, falta boa vontade e coerência da FIFA ao fazer a Copa do Mundo 2022 no Catar, uma ditadura que tem limitações aos direitos das mulheres.
Além disso, o governo local foi acusado de usar mão de obra em condição análoga à escravidão na construção dos estádios do mundial.
Do mesmo modo, a entidade fecha os olhos violações de direitos humanos na Coréia do Norte e para o regime opressor da Turquia.
A FIFA puniu os russos e assim manteve a própria imagem no processo de reconstrução após os escândalos de corrupção revelados pelo FIFA Gate, que culminou na renúncia do último presidente, Joseph Blatter.
Finalmente, se quiser fazer do futebol um ambiente de consciência social, a FIFA tem muito trabalho pela frente.
Caso contrário, ficará mais que provado que a punição à Rússia é demagogia e oportunismo.
Foto Destaque: FIFA/Divulgação
