Copinha 2023 vira caso de polícia e FPF toma dura atitude

A Copinha 2023 acabou ganhando destaque na imprensa por um motivo nada positivo, isso porque a competição se tornou alvo de uma investigação da polícia civil do estado de São Paulo, após descobrirem que jogadores eram aliciados por uma quadrilha a fim de alterar resultados das partidas.

Até o momento, foi descoberto que o esquema tem relação direta com apostas em dinheiro realizadas através de sites esportivos voltados aos jogos.

Os policiais, juntamente com a Federação Paulista de Futebol (FPF), que organiza o torneio de futebol júnior, analisaram os jogos das 128 equipes, ao todo foram mais de 100.

No entanto, duas dessas partidas da segunda rodada da segunda fase despertaram a atenção, Zumbi de Alagoas x Ferroviária e Real Ariquemes x Tanabi.

Isso porque dois jogadores foram contactados por um ‘apostador' que ofereceu a quantia de R$ 3 mil reais para que os respectivos confrontos citados acima chegassem ao número X de escanteios.

Os alvos das propostas agiram corretamente e logo denunciaram a proposta de ‘suborno', realizando boletim de ocorrência, além de informar o acontecido para a federação.

Goleiro da Copinha 2023 foi alvo de proposta

Um dos alvos mais recentes do suposto apostador foi o goleiro do Real Arriquemes, Evan Guilherme, de 20 anos. O atleta foi procurado através do aplicativo de mensagens ‘Whatsapp' em que lhe foi oferecido o valor de R$ 3 mil para gerasse mais escanteios na partida.

O arqueiro fez questão de contar em detalhes a proposta recebida e ainda compartilhou os pronta da conversa.

Ele não pediu para tomar gols, ele até usa um pouco da lábia dele. Ele fala que eu não ia me prejudicar. Que eu não ia me prejudicar por não levar gols, mas a proposta era para jogar o máximo de bolas para escanteio, de propósito, no caso, e em troca ele me daria uma quantia em dinheiro. Seria o valor de 3 mil reais. A minha reação foi de surpresa, né. Porque a gente sabe que no mundo do futebol está bastante em evidência esse negócio de apostas, então… mas eu nunca imaginei que aconteceria comigo. Fiquei bastante surpreso, um pouco em choque, mas a minha reação foi outra. Eu sei da minha índole, então a primeira coisa que passou em minha cabeça foi negar e acionar a comissão e o presidente do clube”.

Federação Paulista de Futebol toma atitude

Com o intuito de evitar que manipulação ou influências no resultados dos jogo, tire todo o brilho do esporte mais amado do mundo, a Federação Paulista de Futebol (FPF).

A entidade que organiza o certame tomou uma atitude e contratou empresas especializadas para analisar o potencial de manipulação dos jogos, segundo as casas de apostas.

O foco principal desses especialistas são os cruzamentos de dados coletados nos sites de apostas e detectar alterações repentinas que indiquem possíveis manipulações.

O presidente do Comitê de Integridade da Federação Paulista de Futebol, Paulo Schmitt, explicou que a prática vem se tornando recorrente no futebol brasileiro e citou os casos comprovados em São Paulo.

“Isso acontece com relativa frequência, hoje a gente tem em média no estado de São Paulo e no futebol paulista, de sete a dez casos confirmados de manipulações de partidas por ano. É um montante, digamos assim, controlado, um valor até controlado perto do Brasil inteiro que só em 2022 já tem confirmados aproximadamente 130 casos”.

Valorização da Copinha e união de todos no combate

Além disso, o representante da entidade paulista destacou a popularidade que a Copinha ganhou com o passar do tempo e pelas características da competição que é de âmbito nacional, o controle fica mais complexo de ser feito.

A própria Copinha que não despertava tanto interesse no passado, pelos baixos salários, pela faixa etária e pelos fatores de riscos que estão presentes em vários tipos de eventos e competições, e características de atletas que disputam esses eventos, ela se tornou um alvo até de certo modo prioritário. E é um evento nacional. Então por mais que você faça um controle, uma fiscalização, uma educação dentro do futebol paulista, quando você tem um evento nacional, com atletas do Brasil inteiro, isso torna a Copinha um ponto de risco diferenciado para nós”.

Para finalizar, Paulo Schmitt prega a conscientização e a união de todos os envolvidos diretamente com o futebol e com as competições, para combater de uma forma mais generalizada a manipulação. Evitando assim, o crescimento dos casos no Brasil inteiro.

Uma coisa que as pessoas precisam entender é o seguinte: a fraude normalmente sempre está à frente do controle. A gente precisa investir mais, atuar mais para investigar os casos, e encaminhar para a responsabilização junto às autoridades policiais judiciárias, que é o que a gente vem fazendo – com Polícia Civil, com o Ministério Público e o Estado de São Paulo – e até temos contato com Interpol e outros organismos, e internamente como Supremo Tribunal de Justiça Desportiva, que é o STJD. Então, vai atuando rapidamente para tentar identificar e tentar minimizar esses riscos e número de casos que vem aumentando no mundo inteiro e no Brasil, particularmente – disse Schmitt.

Tity Marx

Tity Marx

Na verdade, não fui eu que escolhi o jornalismo e sim ele que me escolheu. Sem dúvidas, a profissão é como um oceano que precisa ser desvendado na sua profundeza, só assim é possível conhecer e respeitar toda sua beleza.