A 5ª edição da Copa do Mundo FIFA ocorreu em 1954, na Suíça. O evento realizado em um cenário de pós-Segunda Guerra Mundial e bipolarização com a Guerra Fria, trouxe muitas histórias curiosas e marcantes. Ademais, esquemas e fraudes já assombravam o mundo do futebol nessa época. Diante do exposto, o jogo entre Brasil e Hungria ficou marcado por confusões e uma das arbitragens mais polêmicas da história.
A Seleção Brasileira viajou para a Suíça no fim de maio, após ter se classificado nas eliminatórias Sul-Americanas de maneira invicta, com duas vitórias diante do Chile e outras duas contra o Paraguai. Ademais, o Brasil carregava o fardo de ser o atual vice-campeão do mundo após a fatídica final de 1950, na dolorosa derrota para o Uruguai, diante de um Maracanã com mais de 177 mil pessoas.
A edição de 1954 também ficou marcada pela estreia do uniforme amarelo e azul. Após um concurso feito pela CBD em parceria com o extinto Jornal Correio da Manhã, houve a definição do novo uniforme brasileiro. Dessa forma, o jornalista gaúcho Aldyr Garcia Schlee foi o grande vencedor. Além da honra de ter a Seleção usando seu uniforme, recebeu uma quantia em dinheiro e uma vaga como desenhista no mesmo jornal que promoveu o evento.
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O BRASIL NA COPA
O Brasil começou a sua campanha com uma vitória convincente por 5 x 0 diante da fraca Seleção Mexicana. Ademais, a Hungria se enfrentariam em um jogo de vida ou morte, valendo vaga na próxima fase. Todavia, o que aconteceu foi uma batalha que merece atenção até os dias atuais.
A BATALHA DE BERNA
No dia 27 de junho de 1954, o Wankford Stadium recebeu um público de 60 mil pessoas para prestigiarem o confronto histórico. Com 4′ de jogo, a Hungria abriu o placar após falha do zagueiro Pinheiro. Ainda mais, a Seleção europeia ampliou o placar três minutos depois: 2 x 0. Gol que é contestado até hoje, devido à suspeita de que o jogador húngaro estava em posição irregular.
Todavia, Djalma Santos diminuiu para o Brasil minutos depois com gol de pênalti e colocou a Seleção de volta ao jogo. Perto dos 15′ da segunda etapa, o árbitro Arthur Ellis marcou pênalti inexistente a favor da Seleção Húngara. Lantos bateu no ângulo e aumentou a contagem para 3 x 1. Contudo, a Canarinho não se abateu e diminuiu o placar mais uma vez, após belo gol de Julinho Botelho.
Além disso, o Brasil perdeu diversas chances de empatar a partida e ainda acertou duas bolas na trave em seguida. Ademais, Julinho Botelho sofreu um pênalti que não foi marcado pelo árbitro da partida, e Juninho Santos trocou socos com o jogador adversário e foi expulso. Faltando três minutos para o fim da partida, Kocsis marcou de cabeça e deu número finais à partida e vitória da Seleção da Hungria por 4 x 2.
A CONFUSÃO
Após o apito final, uma confusão generalizada começou envolvendo todos os jogadores em campo. Além disso, jornalistas, dirigentes e policiais também participaram da briga. Relatos dizem que o treinador Zezé acertou com sua chuteira o rosto do Ministro do Esporte da Hungria, Gustavo Sebas.
Além do exposto, o árbitro brasileiro Marcio Vianna, que havia apitado o jogo entre Áustria e Escócia naquela mesma Copa, afirmou que o árbitro inglês Arthur Ellis havia sido “comprado” pelos comunistas para favorecer a Seleção Húngara. Contudo, jornalistas europeus afirmam que isso foi uma desculpa esfarrapada dos brasileiros. Todavia, os vídeos com lances da partida dão razão ao jornalista brasileiro e sua revolta.
Foto de destaque: Reprodução/DPA Images