Para um profissional de mídia é fácil, e até natural, ser polêmico. O princípio básico para alcançar essa condição é comentar e opinar constantemente sobre o assunto que domina. Sempre haverá alguém para discordar de você e ao mesmo tempo defender, mas fazer barulho não é fácil. E não podemos negar que o narrador Galvão Bueno tem potencial de sobra para gerar assunto. Talvez haja uma divisão igualitária entre aqueles que o amam e os que o odeiam, mas o sucesso obtido por ele na profissão que escolheu é inquestionável.
Hoje a principal voz do esporte da Rede Globo comemora 66 anos de idade e ainda pude me surpreender com a reação que ele é capaz de causar nas pessoas. Logo pela manhã apresentava meu programa, o Desperta na Rádio Transamérica, quando citei despretensiosamente a data, sugerindo que ouvintes que lembrassem de alguma narração histórica de Galvão interagissem. Não esperava mais que 5 ou 6 mensagens, visto que a citação foi completamente despretensiosa, mas me assustei com a reação do público. Mais de 100 mensagens chegaram em nosso WhatsApp em cerca de 40 minutos.
Destas mais de 100 mensagens, cerca de 15 lembravam a Fórmula 1, mais especificamente Ayrton Senna. O “Giba Neles”, presente em jogos da seleção brasileira de vôlei, também ganhou uma citação. Mas nada chegou aos pés das históricas narrações de Galvão em Copas do Mundo, além de seus famosos bordões. Claro, o “acabou… acabou… é tetra… é tetra” foi muito citado, mas de forma surpreendente o bordão mais lembrado pelos ouvintes foi o “sai que é sua Taffarel”. Seria ele o maior frasista da crônica esportiva brasileira?
Aproveito para citar as 5 narrações que mais me ecoam na cabeça quando penso em Galvão Bueno. Clique na narração para assistir:
1 – “Virou passeeeeeeeiooooo” – quarto gol da Alemanha em cima do Brasil nos 7×1 do Mineirão;
2 – “Saaaaai… saaaai… saaaaaai…. sai que ésuuuuuuuaaaa Taffarel” – mais especificamente o penalty defendido que resolveu a semi-final da copa de 1998 contra a Holanda;
3 – “Consagração do Zetti… Telê se abraça… os jogadoresse abraçam… o povo invade o campo” – quando Galvão admitiu lágrimas pelo primeiro título do São Paulo na Libertadores, em 1992;
4 – “Aponta Senna, vem pra reta, vem pra vitória… MihalyHidasy… Ayrton, Ayrton, Ayyyyyyyyyyyyyyyyrton Senna do Brasil” – quando Senna venceu seu primeiro GP do Brasil guiando apenas com a sexta marcha nas últimas voltas. O “Mihaly Hidasy” citado era o diretor de prova e quem viria a dar a bandeirada para a McLaren do brasileiro;
5 – “Aiaiaiaiaiaiai” – em uma ultrapassagem de Rubens Barrichello sobre Michael Schumacher no GP da Hungria de 2010. Foram exatos 7 “ai” enquanto o alemão espremia o brasileiro no muro. Eles não chegaram a se tocar e a narração ficou gravada na mente.
E você? De qual narração ou bordão se lembra?
E parabéns para Galvão Bueno, que foi capaz de chegar aos 66 anos com tanta relevância. Sai que é sua, Galvão!!!!
ps: Optei por repetir o “sai que é sua” pois não é de bom tom perguntar “quem é que soooobe?” para um senhor de 66 anos, certo?
ps2: Até sem narrar Galvão Bueno mostra o quão gigante é sua capacidade para gerar assunto. Não entendeu? Então clique aqui.