Preso na Espanha desde o dia 20 de janeiro de 2023, Daniel Alves e seu caso de abuso sexual terão uma nova evidência, que pode pesar contra o jogador brasileiro. Tratam-se de 26 horas de gravações de câmeras de segurança da Boate Sutton, em Barcelona, onde aconteceu o episódio. Os registros, feitos por sete câmeras posicionadas de diferentes ângulos, estão em posse das autoridades, que farão a análise do material para decidir se o jogador poderá ter liberdade condicional, que já foi negada em outros momentos da investigação.
Os últimos pedidos feitos pela defesa do jogador foram negados pelo Ministério Público da Espanha. De acordo com a imprensa do país, a promotoria rejeitou porque considerou a possibilidade de fuga de Daniel para fora da Espanha, o que evitaria seu julgamento por estupro. Em contrapartida, os advogados do jogador pretendem usar como argumento a presença da família, ou seja, a ex-mulher e dos dois filhos na Catalunha como prova de que ele não tem interesse em fugir.
As (contraditórias) versões de Daniel Alves
No primeiro momento, Daniel Alves negou que houve qualquer tipo de relação sexual ou mesmo encontro com a jovem. A negativa do ocorrido foi feita às autoridades e também ao canal de TV espanhol Antena 3, onde o jogador enviou um vídeo explicando a sua versão. Em seguida, o ex-Barcelona disse que encontrou a jovem, depois que ela entrou no banheiro, mas afirmou não ter tido contato com a mulher. Por fim, ele acabou admitindo ter feito sexo com a jovem, mas de forma consensual. Ainda segundo o jogador, ele não teria dito nada para “protegê-la”.
De acordo com a imprensa espanhola, Daniel Alves enfatizou, no último depoimento, que é “respeitoso” com as mulheres e não toma a iniciativa se não perceber “tensão sexual” ou uma clara predisposição para tal. O brasileiro também disse que tudo o que aconteceu dentro do banheiro da boate foi um “ato livre e voluntário”, que ele e a jovem tiveram relações sexuais e, que a acusadora “nunca disse para parar”.
A mulher, que acusa o atleta, chegou a ser socorrida por funcionários da discoteca na mesma noite em que o estupro teria ocorrido. No local, é utilizado um protocolo para casos de suspeita de violência de gênero adotado por bares e casas noturnas da cidade. Quando foi questionado sobre a razão da denúncia, Daniel Alves diz que tem pensado a respeito desde o dia em que foi preso. Ele acredita que a vítima se sentiu “ofendida ou irritada” pelo fato dele ter pedido para saírem separados e discretos. Além disso, também porque o brasileiro não foi atencioso e carinhoso com a suposta vítima.
Como está a situação de Daniel Alves?
Atualmente, o brasileiro está desde o fim de janeiro no presídio de Brians 2, na região metropolitana de Barcelona, em função da acusação de estupro. O crime teria ocorrido no dia 30 de dezembro do ano passado. Daniel Alves negou a acusação. A Justiça ainda avalia se levará o caso a julgamento. A juíza do caso, Anna Marín, acatou o pedido de prisão preventiva do Ministério Público da Espanha, sem fiança, porque viu contradições nas declarações do atleta.