16 anos sem Cuciuffo, titular no bi argentino

No dia 1 de fevereiro de 1961, na cidade de Belgrano, nasceu José Luis Cuciuffo. Mas no dia 11 de dezembro de 2004, ele veio a falecer. Motivo? Um tiro de calibre em um acidente no evento de caça na Bahia San Blas. Apesar de novo, enquanto vivo, foi peça chave na glória máxima de um jogador de futebol. Então, a coluna Catimbando dessa semana conta a história do defensor.

O começo

Diferentemente de outros atletas, a carreira de José começou só depois dos 15 anos de idade. Ele levava o esporte como entretenimento, pois queria ser engenheiro. Mesmo assim, atuando pelo campeonato regional, atuando no Huracan local (não o de Buenos Aires) em 1978, ele foi um grande destaque do time campeão naquele ano.

O prêmio dos atletas campeões era ir a liga nacional. Então, o zagueiro foi para o Chaco dor Ever. As poucas 10 partidas foram necessárias para levá-lo ao Talleres em 1981. Algo que era dado como inevitável, pois a maioria dos atletas que nasciam em Belgrano, geralmente passavam por Talleres ou a equipe que leva o nome da cidade, logo no inicio da carreira.

Por incrível que pareça, sua estreia como titular foi logo no derby cordobês. Em 43 partidas, marcou seu primeiro gol, mas não há dados exatos em qual partida foi. Ali já era claro que ele era um zagueiro seguro e excepcional antecipação. Assim, o Velez Sarsfield o comprou em uma aposta clara de José Carlos Amalfatini, presidente do clube.

Sufocos e idolatria velezana

O único jogador que ganhou uma Copa do Mundo sendo atleta do Velez Sarsfield tem um lugar de honra na lista de ídolos do clube. Cuciuffo chegou demonstrando bom futebol, e foi pedido pela torcida para ser levado à seleção, mas sem sucesso. Muito se acredita pelas piadas que faziam com o nome do atleta. Passou por campanhas medianas durante seus cinco anos no clube.

Cuciuffo em uma das mais de 185 partidas pelo El Fortin (Divulgação/Velez Sarsfield
Cuciuffo em uma das mais de 180 partidas pelo El Fortin (Divulgação/Velez Sarsfield)

No maluco campeonato argentino de 1985, participou de uma das melhores defesas da primeira fase. Assim, com a segunda colocação foi para a fase dos ganhadores. Perdeu para o Boca Juniors na ida por 3 x 2, mas virou na volta por 2 x 0. Em seguida, em jogo único perdia para o Newells, o time buscou o empate. Nos acréscimos da prorrogação, Chuchu subiu mais alto que todo mundo para, de cabeça, colocar o time nas semifinais.

Ao passar pelo River sem tomar conhecimento, a final da fase dos ganhadores tinha o Argentinos Juniors. 2 x 0 para cada lado, no entanto, nos penais melhor para o Bicho Colorado. Ainda houve mais duelos entre as equipes, sem sucesso para El Fortin novamente. Cuciuffo foram um dos jogadores que caíram ao chão após o último apito do árbitro, após desacreditar que era vice-campeão.

Ainda teve mais uma temporada e saiu com 187 partidas e oito gols pelo clube. Com certeza, o gol contra o Newells é o mais lembrado até hoje. Assim, ganhou a vaga na lista da Copa do Mundo de 1986.

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Vida xeneize e francesa

Em 1987 foi para o Boca Juniors, também era outro time em jejum, mas foi com ele em campo que o título veio. Aliás, foram os únicos títulos de Cuciuffo em um clube. Primeiro, a Supercopa Libertadores de 1989. E foi extremamente importante. Atuando como lateral-esquerdo, Chuchu recuperou a boa forma fazendo uma bela competição. Além disso, fez os gols da classificação contra Racing e Grêmio, ambos de cabeça.

Ainda em 1989 fez o gol da vitória do Superclássico em pleno Monumental de Nunez. Em 1990, seu penúltimo jogo foi o título da Recopa de 1990, no qual não deu espaços para Asprilla e Arboleda marcarem, e ainda viu Latorre fazer o gol da partida. Após isso foi para a Europa.

Foram três temporadas no Nimes. Na primeira foi peça chave na subida para a primeira divisão. Em seguida, teve sua fase mais artilheira ao marcar cinco gols no mesmo campeonato, ajudando na briga pelo rebaixamento. Mas em 1992/93 a idade já pesava, e o time não vinha bem das pernas, e foi rebaixado na lanterna da Division 1.

A glória máxima

E 1986, muito se fala de Maradona, e com muitos méritos. Mas, a força defensiva daquele time era tão importante quanto o camisa 10. Não deixar Matthaus jogar na final, cortar diversos cruzamentos para Lineker, e impedir que o Uruguai não pudesse criar foram frutos de um camisa 9, que não gostava de camisas 9 adversários. Junto com Ruggeri e Brown, Cuciuffo foi peça muito importante no título da Copa.

Ele ainda foi responsável pelo passe para um dos poucos gols sem participação de Diego. Na estreia contra a Bulgaria, ele roubou a bola duas vezes, e cruzou na cabeça de Valdano abrir o placar. Foi bem tecnicamente e taticamente, pois era peça chave na transformação do 3-5-2 para 4-4-2 quando necessário. Ele saia da zaga para a lateral.

As atuações nas Copas Américas de 1987 e 1989 não foram nenhum pouco marcantes como a do Mundial. Um defensor, que viveu seu auge no momento em que o time mais precisava. Até hoje, poucos zagueiros ficaram tão marcados na Argentina quando Chuchu na defesa de 1986.

Pós-carreira

Após encerrar a vida de jogador de futebol, passou um tempo descansando e explorando seu amor pela caça. Em 1997, abriu uma escolinha de futebol e virou treinador de crianças. Também tinha um bar, ambos na sua cidade. Mas em 2004, estava no carro indo caçar com os amigos. Ainda na estrada a caminhonete tremeu após passar por uma poça. Assim, sua espingarda atirou acidentalmente na barriga de Cuciuffo, que faleceu com 41 anos de idade.

Foto Destaque: Reprodução/Old School Panini

Guilherme Ribeiro

Guilherme Ribeiro

Sou Guilherme Ribeiro, 20, paulista da região do ABC. Ler e escrever é um hobby, para o esporte que é a minha paixão.