No próximo dia 20 de julho começa a disputa da Copa do Mundo Feminina, realizada na Austrália e Nova Zelândia. Além da cobertura sobre a Seleção brasileira feminina na disputa do Mundial de 2023, o Futebol Na Veia segue cobrindo os fatos que antecedem a realização do Mundial da categoria.
Dito isso, há 10 dias do início da competição, jogadoras de uma das seleções participantes da Copa do Mundo Feminina reuniram denúncias sobre o abuso e assédio que sofrem de seu técnico. A seguir, confira os detalhes.
Às vésperas da Copa do Mundo Feminina, denúncias de abuso e assédio
Segundo o jornal britânico The Guardian, a jogadoras da Seleção da Zâmbia denunciaram o técnico da equipe, Bruce Mwape, por abusar sexualmente das atletas.
Segundo o veículo de imprensa inglês, o treinador zambiano está sendo investigado pelas autoridades da FIFA. A denúncia chegou inicialmente à federação de futebol de Zâmbia, os dirigentes zambianos, por sua vez, deixaram a investigação a cargo da FIFA.
Em depoimentos colhidos entre as jogadoras de futebol feminino de Zâmbia, as atletas descreviam como deviam proceder para permanecer entre as convocadas, e se manter na Seleção zambiana. “(…)Se o treinador quer dormir com uma atleta, ela é obrigada a dizer sim(…) sexo entre ele e as jogadoras é comum”, afirmam as atletas, em seus testemunhos sobre o caso.Ainda segundo as próprias jogadoras, há uma tentativa de encobrir a situação: o elenco feminino sofre ameaças e a federação é conivente com a situação. “A federação se faz de cega porque as mulheres tem bons resultados e é uma maneira de passar uma boa imagem para o público e as autoridades, mas atrás da cortina e tudo muito feio”, afirmam as jogadoras, que pediram anonimato ao jornal inglês.
FIFA investiga casos de assédio e abuso na seleção de Zâmbia
Após assumir o caso, a FIFA deu caráter sigiloso à investigação na Seleção de Zâmbia. Em comunicado à imprensa sobre o assunto, a FIFA, afirmou que “não poderia comentar sobre uma investigação em andamento”, e que “o Comitê de Ética se pronunciará quando tiver uma conclusão.”
Vale lembrar que denúncias e casos comprovados de assédio e abuso são constantemente relatados à FIFA, que age com certa morosidade nas investigações e nos desfechos de cada situação.
Um exemplo caro é o caso do Haiti. Há poucos dias, Yves Jean-Bart, presidente da federação haitiana, foi reconduzido ao cargo máximo da entidade. No entanto, há três anos o dirigente da federação do Haiti havia sido condenado por abusar de ao menos 14 meninas.
A FIFA havia definido o banimento vitalício do esporte como pena, mas voltou atrás na decisão. O Tribunal de Arbitragem do Esporte decidiu que as evidências eram insuficientes. Vale lembrar que Seleção do Haiti também está participando desta edição da Copa do Mundo Feminina.
Enquanto isso, a Seleção de Zâmbia aguarda o início da Copa do Mundo Feminina. A seleção africana está no Grupo C da competição, ao lado de Espanha, Costa Rica e Japão.
