Renato César é um caso de persistência no futebol. Revelado pelo Nacional, o atacante rodou muito até encontrar seu bom futebol no Rentistas. Com passagens por Lugano, da Suíça, Liverpool e Villa Española, ambos do Uruguai, Palestino, do Chile, e Inter Playa, do México, foi no atual clube que vem conquistando coisas interessantes no futebol. Em entrevista exclusiva ao Futebol na Veia, o camisa 16 dos Bichos Colorados conta como está a situação do Covid-19 no Uruguai e o que isso tem influenciado no futebol, além de persistir no treinamento para manter a forma física.
Ping-pong com Renato César sobre a quarentena
Olá, Renato. Um prazer falar contigo. Como está a loucura do Coronavírus no Uruguai?
“Olá, como está? Um prazer! Creio que estamos em todo país igual: com incerteza! Em nosso caso, jogadores: quando vamos começamos a treinar? Sabemos que quando não há uma rodada programada para jogar os clubes não vão querer pensar em treinar. Aos poucos aqui as construções já voltaram a trabalhar, algumas oficinas públicas… Creio que dependendo do que acontece com essas pessoas, se Deus quiser, esperamos que o vírus não se propague, e podemos voltar a algumas atividades. Creio eu que meados de maio, final de maio, poderemos voltar a treinar. Mas mais que isso não posso dizer, porque por sorte o Governo tomou as medidas a tempo e, comparado a outros países, não houveram tantos casos, poucas pessoas já faleceram, lamentavelmente.”
Acredita que o Coronavírus pode atrapalhar o forte início do Rentistas ou é algo que atrapalhará todos os clubes?
“Não, de nenhuma maneira! Porque é como começar o campeonato de novo. Estamos todos iguais em condições. O que é mais lindo é voltar a treinar, quando voltarmos a treinar, sabendo que estamos em 1º (lugar) com nove pontos, que por mais que tenha contratempos, teremos uma rodada a mais em 1º? Porque matematicamente é assim que é a tabela. E não reparamos nisso, que para nós será mais um obstáculo, ao contrário, creio eu que vai nos fortalecer muito mais. Sabemos que vamos ter que jogar da mesma maneira e melhor, porque temos muitas coisas para melhorar pelo que fizemos nessas três partidas. Mas sabemos, estamos conscientes que estamos em 1º (lugar) e que somos muito zelosos na posição que estamos e vamos tratar de cuidá-la ao máximo que pudermos”.
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Exclusiva com Renato César, artilheiro do Uruguaio 2020 que tem Gabigol e Suárez como referência
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Como tem sido para manter a forma em tempos de Coronavírus e como está seu psicológico?
“Não tem sido fácil. Mais ainda quando vai passando o tempo. Não tem sido fácil. As primeiras duas, três semanas, creio eu que temos que tirar o lado positivo, como estar mais perto de sua família, sua terra natal, temos que focar nisso. Mas, claro, passam-se os dias e a incerteza cresce. Já não é tudo tão positivo, mas somos conscientes que somos profissionais. Nos mandam (Rentistas) trabalhos (físicos) todos os dias para fazer e, pelo menos no meu caso, eu tomo este treinamento que nos mandam como a única coisa “produtiva” do dia, por assim dizer, e o uso para despersar a mente, nesse sentido. Trato de dividir os trabalhos em duas sessões para que o dia não seja tão longo. E eu, pessoalmente, tenho muita ansiedade de que comece logo o futebol, que comecemos a treinar e ver meus companheiros”.
Você é a favor ou contra o futebol voltar com portões fechados?
“Não sei se são as palavras, ‘a favor' ou ‘contra'. Obviamente que o futebol sem público perde esse dramatismo das partidas, essa paixão. Jogar com público é o mais lindo que posso imaginar. Jogar com estádio cheio é o mais lindo posso imaginar. Mas também somos conscientes da situação que estamos vivendo e que seria totalmente ilógico voltar a um estádio com muita gente, porque poderia ser uma bomba em questão de tempo. Assim creio eu que em dois meses vamos jogar sem público, lamentavelmente, e dependendo de como se vai acontecendo tudo, aos poucos, vão pensando em abrir os portões para o público”.
Foto destaque: Reprodução/Arquivo Pessoal Renato César





