Parabéns ao herói argentino de 78, Mário Kempes!

Nesta quarta-feira (15), a coluna Parabéns ao Craque homenageia um dos maiores camisas 10 da Seleção Argentina. Isso porque, antes de Don Diego, e sua La Mano de Diós, e muitos anos antes da magia extraterrestre de Lionel Messi, existiu Mário Kempes. Logo, completando 66 anos, um dos ídolos imortais da Albiceleste disputou três copas do mundo, sendo o craque da primeira conquista em 78, no Monumental de Núñez. Já nos clubes, El Matador marcou era no Rosário Central e Valencia, da Espanha.

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O PROMISSOR KEMPES DO ROSÁRIO CENTRAL

Assim, revelado por um dos principais clubes de Córdoba, na Argentina, Mário Kempes iniciou a carreira no Instituto, em 1970. Logo, contribuiu para o acesso do clube cordobense à Primera División, em 1972, e ao oitavo lugar na elite. Dessa forma, suas atuações despertaram o interesse do Rosário Central para ainda com menos de 20 anos já fazer história pelo clube auriazul.

Logo, no Rosário Central, Kempes já chegou com destaque marcando 29 gols em 36 jogos, sendo artilheiro do Campeonato Argentino. Assim, foi convocado para a Copa do Mundo de 1974, mas sem grande brilho. No entanto, se tornou o primeiro jogador dos Rosarinos a ir a um Mundial pelo clube. Logo, na temporada seguinte, manteve a veia goleadora e anotou 35 tentos em 49 partidas. Dessa forma, foi fundamental na heroica campanha de semifinais da equipe na Libertadores de 1975.

Já em 1976, no último ano pelo Rosário Central, nosso aniversariante chegou a uma média de quase um gol por partida, com 21 tentos em 22 jogos. Assim, terminou a temporada na artilharia do Campeonato Metropolitana, mais valorizado que o próprio nacional, à época. Apesar disso, aproveitando o interesse europeu do Valencia, da Espanha, Mário Kempes deixou a Argentina fugindo da ditadura Peronista junto com a família.

O AUGE DE KEMPES NA ESPANHA

Dessa forma, Kempes chegou ao Valencia para ficar marcado por gols e heroísmo em decisões de campeonatos. Assim, já na primeira temporada, foi artilheiro do Campeonato Espanhol com 24 gols. Já no ano seguinte, anotou mais 28 tentos e, com a quarta colocação, classificou os Ches à Copa da UEFA. Além disso, 1978 foi um ano quase perfeito com a consagração na Copa do Mundo ao levantar a primeira glória da Argentina.

Após o Mundial, apesar de uma campanha mediana na La Liga e na Copa da UEFA, o Valencia foi campeão da Copa do Rei. Dessa forma, Kempes foi o herói do título ao marcar os dois gols decisivos na final contra o Real Madrid. Logo, com a conquista, o clube se credenciou a disputar e ser campeão da Recopa Europeia de 1979/80 e da Supercopa Europeia. No entanto, no ano seguinte, mesmo com o quarto lugar no Campeonato Espanhol, o craque não teve muitos jogos e retornou para a Argentina.

Contratado a peso de ouro, Kempes trabalharia com Alfredo Di Stéfano, ídolo do Real Madrid, no River Plate. Apesar da queda precoce na Libertadores, nosso aniversariante foi decisivo para a conquista do Campeonato Argentino com 15 gols em 29 jogos, incluindo o tento do título. Diante das atuações, retornou de imediato à Espanha, mas não conseguiu reeditar os bons jogos de antes.

NA HISTÓRIA DA SELEÇÃO ARGENTINA

No entanto, não foi com a camisa Auriazul ou com a do Valencia que Mário Kempes de fato entrou para o panteão dos grandes astros do futebol mundial. Isso porque, foi à serviço da Seleção Argentina que o craque foi fundamental para a conquista do primeiro mundial da Albiceleste, em 1978. Conforme dito acima, o ano foi espetacular para o jogador com os gols e a classificação europeia pelo Valencia. Assim, chegou a Copa credenciado por grandes exibições.

Assim, atuando em casa e sob regime militar, os argentinos queriam e entraram como favoritos à taça mundial. Logo, apesar dos nomes de peso como Fillol e Passarella, foi Mário Kempes quem se eternizou com a conquista. Após uma fase de grupos um tanto apagada, com apenas um gol, a fase final foi Kempes e mais 10. Pois, logo no primeiro confronto da chave, o craque marcou dois gols na vitória contra a Polônia. Depois do empate zerado com o Brasil, nosso aniversariante marcou mais dois tentos na goleada histórica de 6 x 0 diante do Peru.

Enquanto que na final, com uma Holanda sem Cruijff, em um Monumental de Núñez com mais de 70 mil torcedores, Kempes se consagrou. Isso porque, foi dele dois dos três gols da histórica conquista dentro de casa. No fim, a jogada que ficaria imortalizada teve um corte por dois marcadores e uma finalização forte. No entanto, o goleiro Jan Jongbloed defendeu, no rebote, o craque guardou para a alegria de milhões de argentinos. Dessa forma, a Argentina conhecia seu primeiro título de Copa do Mundo.

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SEM BRILHO NO FIM

Após uma apagada Copa do Mundo de 1982, Kempes deixou o Valencia, em definitivo, para atuar por clubes menores, como o Hércules, da Espanha. Além disso, passou seis temporadas na Áustria. Assim, entre idas e vindas, se aposentou em 1996, no Pelita Jaya, da Indonésia, antes, atuou pelo futebol do Chile. No clube indonésio, o craque foi jogador e treinador, iniciando a carreira depois da aposentadoria. No entanto, sem grandes trabalhos, encerrou a empreitada em 2001 pelo Independiente Petrolero, da Bolívia.

Todavia, engana-se que deixaria o mundo da bola. Pois, em seguida, Kempes entrou para o time de comentaristas do canal ESPN Internacional, dos Estados Unidos. Além disso, em 2014, foi convidado pelo canal para cobrir a Copa do Mundo no Brasil. Assim, marcado por uma grande exibição na Copa de 1978, Mário Kempes é um dos imortais da bola argentina, muito por isso seu nome está eternizado no estádio de Córdoba, que recebe jogos do Belgrano e do Talleres.

Parabéns, Kempes!

Foto Destaque: Reprodução / Getty Images

Ricardo do Amaral

Ricardo do Amaral

"Alvíssaras! Sou Ricardo Accioly Filho, pernambucano de 29 anos, advogado e estudante de jornalismo pela Uninassau. Tenho como mote que “no futebol, nunca serão apenas 11 contra 11”; é arte, é espetáculo, humanismo, tem poder de mover multidões e permitir ascensões sociais. Como paixão nacional do brasileiro, o futebol me acompanha desde cedo, entretanto como nunca tive habilidade para praticá-lo, busquei associar duas vertentes de minha vida: o prazer pela leitura e o esporte bretão. Foi nesse diapasão que encontrei no jornalismo esportivo o elo de ligação que me leva a difundir e informar o que, nas palavras de Steven Spielberg, é o “mais belo espetáculo de imagens que já vi”."