Sampaio Corrêa acusa dirigente do Chapecoense por crime de racismo

Após a vitória sobre o Chapecoense por 2 x 1, nesta terça-feira (11) em jogo válido pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B 2022, a torcida do Sampaio Corrêa se viu envolvido numa situação constrangedora dentro do próprio estádio ao término da partida. É que mais uma vez o Tubarão e seus admiradores foram alvo de ataques racistas. Desta vez, o ato considerado criminoso partiu, segundo os donos da casa, de um dirigente do time catarinense, que ainda não foi identificado.

De acordo com relatos dos presentes, o dirigente do clube de Chapecó teria feito um gesto apontando o braço em referência à cor da pele. Os torcedores ofendidos se dirigiram a uma delegacia no bairro Cajazeiras logo depois do ocorrido.

A direção do Sampaio Corrêa imediatamente prestou solidariedade aos atingidos e emitiu uma nota de repúdio pelas redes sociais do clube maranhense, reforçando que não apoia qualquer tipo de discriminação de natureza racial, xenofóbica ou de orientação sexual.

Com a denúncia registrada em boletim de ocorrência formal, agora tanto Sampaio quanto as vítimas aguardam um posicionamento das autoridades que receberam o caso, que é considerado crime de injúria racial, de acordo com parágrafo 3º do artigo 140 do Código Penal Brasileiro, tendo como punição de um a três anos de reclusão.

Desta forma, tal ato também é enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que pode desencadear multas ao Chapecoense de até R$100.000,00, além de suspensão de 120 a 370 dias ao dirigente, caso seja realmente responsabilizado. 

 

Essa não é a primeira vez que o clube do Maranhão e os seus fãs são alvos desse tipo de ataque. Ainda neste campeonato brasileiro vigente, antes da partida contra a Ponte Preta no mês de junho, o atacante Ygor Catatau (foto) foi xingado de “macaco” por um seguidor que não foi identificado em sua conta no instagram.

O perfil do ofensor foi deletado logo em seguida e o jogador recebeu o apoio dos dirigentes e da torcida. Houve também uma denúncia formalizada na época, mas ninguém foi apontado como o responsável pelos xingamentos racistas até o momento.

Foto Destaque: Ronald Felipe/SCFC

Mara Zanatta

Mara Zanatta

Sou jornalista desde 1997, formada na Universidade Católica de Santos e escreveu no extinto Jornal Expresso Popular de Santos, do Grupo Tribuna.
Participou de diversas ONGs voltadas para a diversidade étnica e social, através de trabalhos voluntários. Também acompanha esportes olímpicos individuais, além de futebol. Curiosa e sempre antenada com as novas tendências.