O Atlético-MG está próximo de ser oficialmente mais um clube-empresa no Brasil. Nesta terça-feira (10), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), publicou a aprovação da SAF do clube, que deve ter tudo finalizado até o início do próximo mês.
O Cade é responsável por verificar se a transição do Atlético não impacta no mercado que envolve empresas ligadas às atividade do futebol. Nesse caso, Ricardo Guimarães, que é presidente do Conselho do clube e vai ser um dos donos da SAF atleticana, teve que abrir mão da participação que tem no Coimbra Sports, outro time de futebol de Minas Gerais, que hoje está na terceira divisão do Campeonato Mineiro.
Restam agora para o Atlético apenas alguns detalhes burocráticos para ele começar a ser gerido como clube-empresa, o que deve acontecer até o início de novembro. Os novos donos do clube serão os mesmos empresários que hoje já estão por trás da administração. A Galo Holding, que é o nome da nova gestora do clube, terá Rubens e Rafael Menin como os sócios-majoritários, com Ricardo Guimarães ficando com outra parte e mais dois fundos de investimentos repartindo outras duas partes.
- 67,9%: Rubens e Rafael Menin
- 10,2%: Ricardo Guimarães
- 10,9: FIP (Fundo de Investimentos)
- 10,9%: FIGA (Fundo de Investimentos)
No total, a associação Atlético vai manter 25% do clube, com a SAF tendo os outros 75% e assumindo toda a dívida, que hoje é de mais de R$ 2 bilhões. O aporte inicial, que será feito assim que todas as questões burocráticas forem resolvidas, será de R$ 600 milhões e vai todo para o abatimento das dívidas. A Galo Holding também fica com a Cidade do Galo, um dos principais centros de treinamentos da América, e a Arena MRV, mais nova e tecnológico estádio da América Latina. Além, claro, de ter o controle sobre o departamento de futebol.
SAF foi motivo de saída de Coudet
Na noite de segunda-feira (9), foi veiculada uma entrevista com o diretor do Atlético, Rodrigo Caetano, no canal do Duda Garbi, em que o gerente explicou que o atraso na SAF do clube, que tinha previsão de sair em fevereiro, foi um dos motivos da saída de Coudet. O Galo havia prometido ao treinador alguns investimentos contando já com a transformação do clube-empresa. Como isso não aconteceu, os investimentos não vieram, o treinador se chateou e pediu para sair.
A SAF do Atlético foi aprovada em 20 de julho quase que por unanimidade no Conselho Deliberativo do clube. A votação foi marcada por protestos de alguns torcedores e até tentativa de adiamento, com a alegação de que o processo não estava sendo transparente e havia conflito de interesse, pois entendiam que quem estava comprando era também quem estava vendendo, já que os 4Rs já estavam por trás do clube. Apesar desses detalhes, a votação ocorreu normalmente e determinou a implementação do clube-empresa.