Nem o mais otimista dos russos imaginaria uma exibição tão empolgante da Seleção Russa nos dois primeiros jogos da Kalashnikov com oito gols marcados. Caso a classificação se confirme, será a primeira vez que a Rússia, como seleção independente, avança à fase de mata-mata da Copa do Mundo.
1º tempo
O jogo começou frenético, com as duas equipes a buscar o gol. Os russos dominavam a posse de bola no início e tocavam no campo de ataque, de forma a tentar envolver os egípcios, que apostavam na velocidade de seus pontas Mohamed Salah e Trézéguet, este último que teve a primeira clara e perigosa chance de gols, aos 15′, aproveitando erro Gazinskiy na defesa. O atacante avançou na meia esquerda, cortou para o meio e chutou colocado com muito perigo ao gol de Akinfeev, que foi extremamente confiante ao tirar a bola apenas com os olhos, assustando a torcida e os companheiros russos.
Os donos da casa tinham mais oportunidades de gol que os rivais, por mais que não conseguissem concluir com qualidade. O lateral direito russo-brasileiro Mario Fernandes funcionava quase como ponta direita, extremamente ofensivo, e oferecendo muitas opções de jogadas por aquele lado. Do lado esquerdo, o craque da primeira partida, Cheryshev, era a principal arma, alçando diversas bolas na área e tentando chutes de fora. O jovem Golovin driblava e tentava furar a forte marcação egípcia e levar a bola até o centroavante cruza na área. A defesa corta parcialmente, Golovin tenta repor na direção de Dzyuba, muito bem cercado pelos zagueiros do time africano.
O Egito melhora nos 15 minutos finais, tendo chances desperdiçadas pelo camisa 9 Mohsen, que recebeu cruzamento de Fathi na segunda trave, ganhou de Mário Fernandes de cabeça, mas mandou para fora; e com Salah, que recebeu na entrada da área, tentou driblar, mas a bola acabou ficando para trás e o camisa 10 chuta cruzado, de costas para o gol, e a bola passa a direita de Akinfeev.
2º tempo
Sem substituições nos elencos, a mudança foi na postura, mas apenas por parte do time russo. Logo aos dois minutos, o time mandante foi para cima. Após bola alçada na área do Egito, o goleiro El Shenawy cortou de soco parcialmente, o meio-campista russo Zobnin bateu de primeira de fora da área e, na tentativa de cortar a batida, o lateral direito e capitão dos faraós Fathi, mandou contra a própria meta, abrindo o placar para os russos.
Os russos seguiram pressionando os africanos que tentavam responder com Salah, Mohsen e Trézéguet, mas sem eficiência. Até que aos 14′, surgiu, novamente, a estrela e Denis Cheryshev. Mário Fernandes avançou dentro da área pela direita, recebeu passe, driblou de corpo Trézéguet e cruzou rasteiro para trás. O camisa 6 finalizou da entrada da pequena área e marcou o segundo da Rússia e seu terceiro na competição, igualando Cristiano Ronaldo na artilharia.
Sem perder o domínio da partida e aproveitando o bom momento e a desorganização da defesa do Egito, os russos marcaram o terceiro gol aos dois minutos mais tarde, com Dzyuba. O centroavante recebeu lançamento longo na entrada da área, dominou de costas, tirou do zagueiro Hegazy em bola disputada e bateu no canto esquerdo de El Shenawy, sem chances para o arqueiro egípcio.
O técnico argentino Héctor Cúper mexeu duas vezes no Egito, colocando sangue novo para tentar o empate. Os russos trocavam passes, garantindo a vitória, e os egípcios se lançavam ao ataque, contidamente, até que, aos 27′, Salah recebeu fora da área, tocou para Ramadan Sobhi, dentro da área, e avançou para receber, quando foi puxado por Zobnin e o árbitro sinalizou falta, fora da área. Os jogadores egípcios pediram e fizeram sinais pedindo o uso do árbitro de vídeo. Eis que entra em campo o VAR (Video Assistent Referee) e sinaliza pênalti. Salah cobra alto, sem chances para Akinfeev que, mesmo pulando no canto certo, não alcança a bola.
Os faraós se lançam ao ataque, tentam alçar diversas bolas na área com Warda, mas sem sucesso. Os russos respondiam com Smolov, Samedov e Golovin, mas preferiam trocar passes e gastar o tempo que era precioso para os visitantes. Controlando a partida, a Rússia levou a vitória após um primeiro tempo apertado e uma segunda etapa eufórica e excelente por parte dos donos da casa. Desolação total da torcida egípcia que, mesmo com a derrota, ainda tem uma remota e desacreditada chance de passar de fase, caso vençam dois gols ou mais a Arábia Saudita e o Uruguai perca para os sauditas e os russos.
E agora?
Com a vitória a Rússia põe o pé na fase de mata-mata da Copa do Mundo, precisando apenas de um empate no jogo de amanhã, entre Uruguai e Arábia Saudita, que fecha a segunda rodada do grupo A, além de ainda terem o confronto contra os uruguaios, no próximo dia 25 de junho, às 11h, mesmo horário que jogam egípcios e sauditas. Os russos lideram o grupo com seis pontos, oito gols marcados, apenas um sofrido e sete de saldo. O Egito é terceiro, sem nenhum ponto e com três de saldo negativo.