Na última terça-feira (24), o prêmio FIFA The Best consagrou os melhores atletas do planeta. também ergueu seu sexto troféu de melhor jogadora do mundo, vencendo as tricampeãs da UEFA Champions League Feminina. A FIFA premiou também Didier Deschamps, após o título mundial, como melhor técnico e anunciou os 11 melhores da temporada, como de costume. Sem dúvidas, o time anunciado é excepcional. Mas nem mencionar Casemiro do Real Madrid, tão importante nas últimas duas conquistas, é um absurdo?

O volante se tornou peça fundamental no Real Madrid com a chegada de . O francês não via em James Rodríguez algo que o fizesse mudar de ideia para recuar Luka e Kroos. Portanto, quem ficou de fora foi o colombiano, dando lugar ao volante brasileiro, que, segundo o ex-treinador, é quem faz o trabalho sujo. Mas se fazem praticamente o mesmo papel, qual a distância para o baixinho francês?

Kanté consegue, simplesmente, ser excepcional. Ainda nas eliminatórias, a importância do francês já era nítida. Dos dez jogos disputados na fase de classificação, ele jogou 397 minutos, onde a França tomava 0.40/gol por jogo. Sem o baixinho em campo, os outros 503 minutos eram perigosos para Les Bleus, onde a taxa era de 0.96/gol por jogo. Chegando na Copa, nem quiseram correr esse risco, contando com o gigante de 1,69 em todas as partidas, até mesmo na final com uma suposta dor de barriga. Apesar da baixa estatura, o ex-Caen abusa da sua velocidade e da sua força bruta para conquistar seu espaço.
Junto de Varane, foram os únicos que jogaram os 540 minutos da França na Copa do Mundo inteira, deixando o volante como líder em passes, toques e recuperações de bola. Dentro dos 90 minutos, roubava oito bolas, sendo apenas o décimo no ranking da Copa. Além de ter 2.3 interceptações por jogo, atrás de Ndidi (Nigéria), Torreira (Uruguai) e Zobnin (Rússia). “Mas qual a importância disso?”. Os três à frente do francês jogam em times defensivos, com menos posse de bola média que a França (51%). Além disso, atuações nítidas, como contra a Argentina na Copa do Mundo, onde o atleta não deixou Messi jogar, anularam qualquer chance dos hermanos de se classificarem.

Kanté faz tudo do seu jeito. De uma personalidade tão simples, tão humilde e envergonhada, o ex-Leicester aplica isso em campo também. Muito fora criticado a escolha do croata para a bola de ouro, alegando que o mesmo havia feito poucos gols na temporada. Quando aprendermos que, gol é um detalhe do jogo, entenderemos por quê Modric venceu. Entenderemos a importância de Kanté no meio-campo, no sistema defensivo, seja de quem defender. Casos como Busquets e Allan, que não aparecem tanto para marcar, mas dão a sustentação necessária para o time na defesa.
Pode não ser um gigante, mas o papel desenvolvido pelo mesmo se destaca em meio a tantos “Fellainis” no futebol mundial.






