A aproximadamente 1 ano e 6 meses do início da Copa do Mundo do Catar e chegando na metade das 3para ir à competição, começam a surgir questionamentos sobre a seleção brasileira. Assim, o principal deles é: o Brasil está preparado para a briga pela Copa do Mundo? Certamente, várias pessoas sonham em ver o Brasil campeão do mundo, e a cada quatro anos esse desejo é renovado por alguns aspectos. Por outro lado, alguns pontos negativos fazem com que o sonho vá por água abaixo, mas seria no Catar que a espera acabaria? Assim, mostraremos fatores a favor e contra a seleção.
Tite é realmente o ideal para o Brasil? A geração é boa?
Para ambas perguntas teremos a mesma reposta: sim. Para chegar em tal conclusão, vamos aos números de Tite pela Seleção em jogos oficiais: 28 jogos, 22 vitórias, cinco empates e apenas uma derrota (para a Bélgica, na Copa do Mundo de 2018). São 65 gols marcados (2,32 por jogo) e apenas nove sofridos (0,32 por jogo), além de 21 jogos sem sofrer gols e um título. Uma defesa sólida e um ataque eficiente é tudo o que o treinador sempre pregou e, nos seus trabalhos com mais resultados, conseguiu. Além disso, o comandante conta com uma forte variação tática de se impor contra equipes mais fracas e saber se retrair contra times com maior poderio. Com isso, o técnico se consolida como a melhor opção, levando em consideração os profissionais disponíveis no mercado.
Após isso, a geração que Tite tem em mãos é riquíssima. Repleta de jovens – como Vinicius Junior, Rodrygo, Richarlison, Gabriel e Gabriel Jesus, entre vários outros -, com pitadas de jogadores experientes – como Thiago Silva, Daniel Alves, Everton Ribeiro, Neymar e Marquinhos -, o que mostra uma miscigenação com grandes nomes, que fizeram sucesso no Brasil ou no mundo. Assim, mostra-se que a geração tem um grande potencial de crescimento se bem aproveitada.
Mas, é bem aproveitada?
Sim, o Brasil está sobrando nas Eliminatórias, tendo, em cinco partidas, 14 gols marcados e apenas dois sofridos. Claro que são equipes mais fracas e é isso que mostra o bom aproveitamento da geração brasileira.
Quando o Brasil joga contra a Venezuela e vence por “apenas” 1 x 0, é sinônimo de chacota e tristeza, pois pensam que é um completo demérito e incompetência de Tite, mas não pensam que a Venezuela teve toda uma preparação para aquele duelo em específico. Estuda o Brasil. Estuda maneiras de parar o ataque brasileiro e vencer no contra-ataque. Ou seja, se retrai e tenta segurar a seleção ao máximo e consegue, sofrendo apenas um gol. Deve-se dar, também, o devido reconhecimento ao trabalho venezuelano. Mas quando o Brasil joga contra a Bolívia e goleia por 5 x 0, justificam por ter uma seleção bem mais forte. E é exatamente isso que times mais fortes devem fazer. Se impor e vazar o máximo possível a defesa adversária.
Seleções mais fortes
Porém, nem tudo são flores. O Brasil não tem a melhor seleção do mundo, por mais que conte com craques. A atual campeã, França, figura mais uma vez como a principal favorita ao título, mantendo a mesma base do elenco campeão e com um grande reforço para a Eurocopa, e que certamente estará no Mundial ano que vem, o atacante do Real Madrid, Karim Benzema. Além dela, outras seleções também aparecem como fortes para a Copa, como a Bélgica, algoz do Brasil no Mundial na Rússia, Portugal, com uma geração de jovens muito fortes junta ao fenômeno Cristiano Ronaldo. A Inglaterra também conta com jovens que se destacam em seus clubes, como Sancho (Borussia Dortmund) e Mount (Chelsea), que se juntam à estrelas, como Harry Kane (Tottenham) e Sterling (Manchester City).
Mas, se tratando de Futebol e Copa do Mundo, tudo pode acontecer, até mesmo candidatas ao título sequer passarem da primeira fase, caso da Alemanha, em 2018.
Brasil ainda depende do Neymar
A dependência de Neymar é algo notório e inegável na Seleção. Por mais que com Tite essa submissão tenha diminuído, ainda é assustadora a diferença entre o Brasil com e sem Neymar. Em competições oficiais, o atacante conta com 23 gols e 17 assistências em 38 jogos, o que dá, em média, participação em um gol por jogo. Além disso, considerando o início da dependência do craque, por volta de 2013 (Copa das Confederações, seleção campeã com sobras), o Brasil só perdeu quando o craque não esteve em campo (em quatro oportunidades, uma delas, tirando o Brasil da disputa da Copa América Centenário, em 2016) com exceção de dois jogos: Colômbia, na Copa América de 2015, e Bélgica, na Copa do Mundo de 2018. Além das dificuldades que a Seleção encontra sem o jogador.
Por outro lado, o Brasil foi campeão da Copa América em 2019 sem o craque. Ou seja, o Brasil pode se virar sem Neymar, mas não em Copa do Mundo. Visto que, nas quatro derrotas quando não teve o craque, duas foram na competição.
Em suma, a Seleção não chega como grande favorita para a Copa, levando em consideração os jogadores de outras seleção. Porém, a equipe brasileira certamente figurará como coadjuvante da competição, o que pode fazer com que a seleção belisque uma semifinal, ou até mesmo a finalíssima. Por outro lado, caso Neymar não esteja 100% fisicamente, dificilmente o Brasil chegará de fato longe no campeonato.

Foto Destaque: Reprodução/FolhaPress






