Héctor Silva, apelidado de ‘Lito', nasceu em 1 de fevereiro de 1940, em Montevideo. Ele que começou a carreira em divisões inferiores no Uruguai, se tornou titular aos 16 anos quando foi contratado pelo Danubio. Entretanto, foi no Peñarol onde ele teve o seu maior destaque como jogador, conquistando Libertadores e a Copa Intercontinental de 1966. Assim, chegando a ser convocado pela Seleção Uruguai, chegando a disputar a Copa do Mundo de 1962 e 66.
Anos depois, teve uma passagem pelo Palmeiras, onde tem um grande reconhecimento pelos companheiros do elenco e os torcedores que vivenciaram aquela época. E também chegou a jogar com a camisa da Portuguesa, na década de 70, antes de retornar ao Danubio e se aposentar em 1975.
A CARREIRA DE HÉCTOR SILVA
Héctor Silva, o ‘Lito’, começou jogando na base do modesto Canillitas em 1954. Posteriormente, passou a jogar no Danubio na Primeira Divisão do uruguaio, aos 16 anos, por impressionantes 500 pesos. O meia-atacante era muito acima dos jogadores das divisões inferiores, mas teve de enfrentar algumas dificuldades para conseguir a liberação e deixar o clube. “O Danubio estava interessado em mim, mas o Canillitas não me deixava ir. Por isso, comecei a estudar engenharia elétrica, para ter um ‘plano b’, caso eu não tivesse sucesso no futebol”.
Com a camisa De la franja, Héctor chegou a atuar por cinco temporadas, mas como o campeonato local ficava apenas entre Nacional e Peñarol, não conquistou nenhum título. Então, em 1964 o time aurinegro contratou Lito, onde conquistou três títulos uruguaios – 1964, 65 e 67 -, uma Libertadores e a Copa Intercontinental de Clubes, contra o Real Madrid, em 1966.
Sendo assim, marcando época no clube, atuando ao lado de nomes como os compatriotas Ladislao Mazurkiewicz, Pablo Forlán, Pedro Rocha, o peruano Juan Jova e Alberto Spencer, protagonista da equipe. O ex-goleiro Roque Máspoli, campeão da Copa de 1950, era o técnico. Até que em 1970, Héctor Silva foi contratado pelo Palmeiras.

A PASSAGEM NO VERDÃO
O Verdão, campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa 1969, vivia a transição da primeira para a segunda Academia. Por lá, Héctor disputou 80 jogos e marcou 16 gols. Ofuscado por Leivinha, quase 10 anos mais jovem, o uruguaio acabou contratado pela Portuguesa em 1972, não sem deixar um legado no Parque Antarctica. “O Héctor tinha como principal característica os lançamentos em profundidade. Com ele, usando sua velocidade, o Edu (Bala) viveu a melhor fase”, disse José Ezequiel Filho, historiador do Palmeiras.
“O Héctor Silva foi essencial na minha história dentro do Palmeiras. Jogava de um jeito diferente de nós, brasileiros. Era muito mais rápido, com um só toque na bola, e nunca nos deixava em impedimento. Era tudo de primeira. Não lançava bola para você dividir com o marcador, era sempre na frente. Eu me sentia feliz jogando com ele. Foi um grande atleta”, complementou o próprio Edu Bala.

O RETORNO AO URUGUAI
Depois de jogar no Palmeiras por dois anos, o uruguaio iniciou uma curta passagem pela Portuguesa, até retornar ao Danubio, em 1973. Já aposentado, em 1979 ele passou a comandar a equipe como técnico, no qual chegou a ficar com o vice-campeonato do Torneo República do mesmo ano. Anos depois, se transferiu para o Rentistas, onde ficou apenas uma temporada, em 1984-84, até voltar a assumir a equipe em 1998 até 2002. Por fim, ele se tornou Supervisor da Divisão da Juventude do Danubio em 2005, cargo que ficou responsável até 2011.
Pela Seleção Uruguaia, Héctor Silva disputou a Copa do Mundo no Chile, em 1962 e na Inglaterra, em 1966. Nesta última, foi expulso de forma polêmica pelo inglês Jim Finney, juntamente com o compatriota Horacio Troche, ao revidar as entradas dos jogadores da Alemanha Ocidental, que venceu o jogo por 4 a 0. Contudo, chegou a defender a camisa celeste em 34 oportunidades, entre 1961 a 1969.
Em 2015, o uruguaio veio a falecer, vítima de uma parada cardíaca, em agosto, aos 75 anos. Danubio, Peñarol, Palmeiras e a Conmebol se manifestaram saudando o jogador, desejando força aos familiares.
Foto destaque: Divulgação/Conmebol