Gramado da Arena MRV volta a ser alvo de críticas, agora de jogadores do Atlético-MG

Antes apenas visualmente ruim, gramado da Arena MRV estava em péssimo estado e foi alvo de reclamações dos próprios atleticanos

O Atlético-MG sofreu a primeira derrota na Arena MRV na noite deste domingo (8), para o Coritiba. Mas o revés no placar não foi a única coisa negativa que o estádio viu no jogo. O estado do gramado, que é alvo de críticas desde a inauguração, voltou a ser um tema, agora por parte dos próprios jogadores do Galo.

O gramado da Arena MRV é alvo de críticas desde a estreia, quando o jogo teve que ser paralisado por uma parte ter se soltado em uma das pequenas áreas. Nos jogos seguintes, que aconteceram após dois shows, o gramado parecia muito feio visualmente, mas a bola rolou normalmente. Já contra o Coxa, além de feio, o campo também estava ruim, como citaram os próprios jogadores do Galo.

Guilherme Arana foi um dos que citou a situação do gramado e falou da qualidade ruim dele, apesar de não apontar isso como fator principal para a derrota: “Hoje tivemos muitos erros de passes. O campo influenciou sim. No segundo tempo, onde a gente atacou, o campo é muito ruim, mas isso não é desculpas, tem que servir de aprendizado e de lição. Hoje em dia não tem time bobo no campeonato”. A parte que Arana cita é onde ele atua, na lateral esquerda, próxima aos bancos de reservas, que claramente estava em uma qualidade bem abaixo do recomendado.

Quem atuou na faixa que Arana criticou foi Mariano, no primeiro tempo, que também reclamou do campo: “Infelizmente tenho que voltar a falar, o campo não estava das melhores situações, e isso atrapalha um pouco o nosso jogo, que é de posse de bola”. Quem também citou os problemas encontrados no campo foi o goleiro Everson, que comentou sobre outra área, chamada por ele de remendo: 

– 1/3 está faltando (grama), próximo da área subindo o campo, à esquerda. O remendo lá está saindo um pouco. Eles fizeram um remendo na parte do gol, que era o grande problema, e está muito bom. No outro lugar, algumas placas acabaram saindo e atrapalhou um pouco, mas sabemos que o pessoal vai trabalhar ao máximo para deixar ele em perfeito estado para o próximo jogo.

A área citada por Everson pode ser facilmente vista na imagem abaixo. Depois do primeiro jogo e dos shows, o Atlético fez a mudança de duas faixas do campo, uma na área que o goleiro falou e outra na lateral próxima ao banco de reservas. Esses lugares não recebem muita luz solar e por isso ficam com a qualidade da grama prejudicada. O “remendo” citado pelo goleiro é justamente onde acaba a faixa de grama mais nova e começa a “faixa original”. Veja:

Arena MRV comenta sobre o gramado

Em nota antes da partida, a assessoria da Arena MRV citou o problema do gramado, mas havia afirmado que ele não afetaria a jogabilidade da partida, que não foi o que aconteceu, já que os jogadores do próprio Atlético reclamaram. O gramado do estádio agora vai passar por um procedimento similar ao citado acima, o “remendo” como disse Everson, que fez efeito e melhorou a grama visualmente e futabolisticamente, como também citou o goleiro.

– Está programada para os próximos dias a troca daquela parte do gramado, próxima à meia-lua do gol norte, utilizando a técnica ‘ready to play’, com rolos, procedimento idêntico ao que foi realizado há cerca de 15 dias – informou a assessoria da Arena MRV.

Mudança no gramado da Arena MRV

Já pensando na próxima temporada, o Atlético prepara uma grande mudança no gramado da Arena MRV. Atualmente, o estádio possui grama natural, no entanto, a tendência é de que em 2024, a grama artificial seja implementada.

CEO do clube, Bruno Muzzi explicou que a grama natural é mais barata, custa cerca de R$ 900 mil, enquanto a grama artificial gira em torno de R$ 10 milhões. Ou seja, aumentaria muito o custo da Arena. Por isso, a natural foi escolhida de início.

– Sempre falei que minha preferência era pelo gramado sintético. Mas a gente teria que aumentar o valor (da Arena) ainda mais, e não tínhamos orçamento para isso. Ainda tinha muito preconceito contra grama sintética. Hoje diminuiu, mas ainda tem, como discussões de que ela causa mais lesões.

O CEO explica que a substituição deve ocorrer pois a grama natural “morre” se não tem constante contato com o sol e, como a Arena MRV é muito fechada, isso ocorre em algumas partes. Ele citou o exemplo do Allianz, que tinha grama natural e, só em 2019, trocou o gramado nove vezes. Já a grama sintética, que o Palmeiras adotou a partir de 2020, não apresenta esse problema.

– Vamos ver o comportamento agora. Temos os jogos e os shows. Vamos cobrir o gramado e ver o comportamento, mas muito provavelmente vamos fazer a substituição para o sintético. É uma outra ciência. São diversos tipos – disse Muzzi, que explicou que Botafogo, Athletico-PR e Palmeiras possuem gramas sintéticas diferentes em seus estádios.

Alecsander Heinrick

Alecsander Heinrick

Alecsander Heinrick se formou em Jornalismo na PUC Minas em 2021. Antes de Trivela e Futebol na Veia, passou por Esporte News Mundo, EstrelaBet e Hoje em Dia.