Rebaixado na Série A 2020, o time do Coritiba adotou uma estratégia diferente. Manteve o paraguaio Gustavo Morínigo no cargo de treinador do Coxa e decidiu bancar a continuidade do trabalho. Nem mesmo o fracasso no Campeonato Paranaense – a equipe terminou a competição em 9º lugar e sequer se classificou para as quartas de final – foi suficiente para derrubar Morínigo. Desse modo, há uma convicção da diretoria. A chave virou e com isso veio uma campanha espetacular na Série B. Enfim, o Coxa se recuperou. Tem condições de subir novamente?
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O perfil do técnico do Coritiba
Gustavo Morínigo é muito focado nos seus objetivos. Desde que chegou ao Coritiba, o treinador prega dedicação máxima. Afinal, ele assumiu o Coxa em um momento difícil. Nesse sentido, os frutos do seu trabalho estão sendo colhidos apenas agora. Acostumado ao ambiente de pressão, Gustavo cresceu junto com o time e deu uma resposta para a exigente torcida. Ademais, sua forma de pensar o futebol é muito direta. Não se preocupa com desempenho. Em síntese, o Coritiba busca o resultado. Se ganhar jogando mal não há problema. Afinal, o sufoco faz parte.
O estilo do time de Morínigo
A ideia que o técnico paraguaio propõe é relativamente simples. A princípio, o Coritiba não preza pela posse de bola e controla o jogo de outras maneiras. A ocupação dos espaços do campo é a chave para entender o sucesso da equipe paranaense. A consistência defensiva fica a cargo da linha de quatro. A depender da necessidade do Coxa, os volantes podem jogar mais próximos de um ou outro setor. Enfim, o clássico “um vai, o outro fica”. Em relação a linha de frente, Morínigo cobra efetividade. Caiu no pé? Bola na rede. Até mesmo pela escassez de oportunidades.
O esquema tático do Coritiba
O 4-2-3-1 virou febre no país após o sucesso obtido pelo Grêmio, sob o comando de Renato Gaúcho. Apenas na 1ª rodada, o Coritiba usou um esquema diferente: o 4-3-3. O técnico apostou no 4-2-3-1 e recentemente assumiu a liderança do campeonato após a queda de produção do Náutico. O Coxa até gosta de marcação alta, visando correr menos riscos, e se fecha muito bem. A roubada de bola na frente – para cansar menos o time – é uma característica importante. A química entre Waguininho, Robinho, Igor Paixão e Léo Gamalho ajuda demais o Coritiba.
O Coritiba vai mesmo subir?
Antes de mais nada, não tenho bola de cristal. Contudo, é possível colocar o Coritiba como um dos favoritos ao G4. Não só pela campanha. Afinal, o Coxa tem um projeto em curso. Acho que a questão principal não é o acesso. A meu ver, a grande tarefa do Coritiba é evitar o conhecido bate-e-volta. Nas últimas temporadas em que esteve na Série A (2017 e 2020), a equipe foi incapaz de segurar o rojão e desceu. A defasagem estrutural no tocante ao arquirrival ainda incomoda. Precisa subir mais o sarrafo. Quem sabe o Coxa possa virar protagonista na elite. Viver para ver…
Foto destaque: Reprodução / Coritiba