Na próxima quarta-feira (24), terá início a 107ª edição do Campeonato Pernambucano trazendo o trio de ferro de Recife como os naturais favoritos ao título. No entanto, forças do interior e um rival da capital almejam atrapalhar a festa dos grandes, como aconteceu em 2020, quando o Salgueiro foi campeão em pleno Arruda. Assim, ao longo de sua história, o maior vencedor é o Sport com 42 títulos, em seguida aparecem Santa Cruz com 29 e Náutico com 22.
Para esta temporada, a fórmula que deu certo no último ano será mantida. Logo, a competição conta com uma primeira fase com 10 clubes em turno único, onde os seis primeiros avançam de fase, sendo os dois melhores para a semifinal e os demais para as quartas de final. Enquanto que os quatro piores da primeira fase disputam o quadrangular do rebaixamento para definir dois clubes que jogarão a Série A2. Assim, além do atual campeão e dos três grandes, disputam também Afogados, Retrô, Central, Vitória, Vera Cruz e Sete de Setembro.
Índice
OS ELEMENTOS SURPRESAS DO PERNAMBUCANO
CENTRAL: O CAMPEÃO BRASILEIRO DO INTERIOR
Um dos clubes mais tradicionais do estado, o Central tem uma história centenária, fundado em 15 de junho de 1919, em Caruaru, no agreste de Pernambuco. Assim, ingressou em definitivo no Campeonato Pernambucano, em 1960, se tornando rapidamente a quarta força estadual, onde muitas vezes foi o fiel da balança. Apesar disso, foi na década de 80 que alcançou seu maior feito: a conquista da Taça de Prata, em 1986, uma espécie de Série B, mas ainda não reconhecida como tal pela CBF. Mas, uma série de gestões desastrosas derrubaram o clube à nível estadual. No ressurgimento da Patativa, se tornou o primeiro clube do interior campeão de um turno do Pernambucano, em 2011 e 2015, e disputou sua primeira final estadual, em 2018.
Após o sexto lugar, em 2020, e a eliminação na Série D na primeira fase, o Central quer garantir presença na competição nacional. Assim, trocou praticamente todo o elenco e comissão técnica e reduziu a folha salarial de 120 mil reais para 60 mil reais. Logo, a principal contratação foi a do meia Júnior Lemos, que foi peça fundamental na campanha do vice-campeonato estadual, em 2018. No entanto, faltando três dias para a estreia no Pernambucano, a Patativa perdeu seu treinador, Nenê Vanucci, que preferiu trabalhar em São Paulo. Portanto, em seu lugar, a equipe recontratou o auxiliar Catende, demitido no final de 2020, que assume interinamente.
VITÓRIA DAS TABOCAS: PARA ESPELHAR O FUTEBOL FEMININO
Fundado em 1990, mas refundado em 2008, em Vitória de Santo Antão, o Vitória das Tabocas alcançou projeção nacional em pouco tempo. Assim, com apenas dois anos de existência, a equipe já disputou a Série C, onde fez sua melhor campanha da história com a 11ª posição, em 1992. Já à nível estadual, é um dos mais vitoriosos do interior, com o bicampeonato da Copa Pernambuco, em 1995 e 2004, e da Série A2, em 2008 e 2013. Além disso, fez sua melhor campanha no Campeonato Pernambucano, em 1991, com o terceiro lugar geral. No entanto, o Tricolor das Tabocas é mais reconhecido no futebol feminino tendo sido heptacampeão estadual e feito participações no Brasileirão e Libertadores.
Apesar disso, longe de seus melhores momentos, o Vitória das Tabocas conseguiu escapar do rebaixamento na última rodada, em 2020. Dessa forma, entra na competição com o objetivo de ter uma caminhada mais tranquila e permanecer mais um ano na Série A1. Assim, em sua sexta participação na elite, o Tamboquito contratou o experiente atacante Marcelo Nicácio, ex-Fortaleza e Atlético-MG, para ser a esperança de gols. Já na comissão técnica, o clube terá o comando de um velho conhecido, Fernando Lins, o China, que vai para sua quinta passagem como treinador. Entre os feitos sob o comando do Tricolor está a classificação à Série D, em 2019.
Foto Destaque: Divulgação / FPF-PE