Permanência de Eduardo Domínguez é cada vez mais improvável

Nenhuma palavra! Essa foi a reação de Domínguez depois da derrota de ontem no clássico. Aliás, uma derrota que evidencia as nódoas no trabalho do técnico. Que mais uma vez adotou diversas mudanças na equipe, o que proporcionou aos Diablos uma nítida desorganização. Resultando em ampla incongruência tática. (Permanência de Eduardo Domínguez é cada vez mais improvável).

Porém, dirão alguns que o 4-2-3-1 já fora implementado. Sim, mas não com tantas mudanças de jogadores. A saber, o time que iniciou jamais atuou junto. E cá entre nós, não era o momento de invenções. Pois, o clube vem sofrendo crises exacerbadas.

Racing Avassalador no 1° Tempo (Permanência de Eduardo Domínguez é cada vez mais improvável)

Antes do gol aos 8 minutos, Sosa já havia feito boa defesa. Diga-se, que originou o escanteio do qual saiu o êxito do Racing. Vecchio cobra escanteio, Copetti ajeita de cabeça. E Hauche, numa bicicleta esplendorosa, deslumbrante eu diria, fura as redes do Independiente. Fazendo com que saísse uma ópera do coração de cada torcedor.

Muitos não sabem, mas o gol de bicicleta foi inventado por Petronilho de Brito. No entanto, sem dúvida alguma Leônidas da Silva embelezou tal movimento, aperfeiçoando sua eurritmia.

Num lançamento longo, Copetti ajeita de cabeça. Assim, Vecchio domina, dribla o primeiro e sofre pênalti ao tentar passar pelo segundo. Copetti bate forte e acerta a trave. O Independiente não respirava. Dessa forma, o Racing usufruía os longos lançamentos, de modo a quebrar as duas linhas dos Rojos situadas no meio.

Numa dessas tentativas, Hauche perdeu uma chance clara já no final da primeira etapa. Ademais, Batallini saiu irascível, estava descontrolado em campo. Domínguez, temendo ficar com um a menos, resolveu tirá-lo.

Mais Equilíbrio no 2° Tempo, com o Racing um pouco melhor

Fernández entrou no final do primeiro tempo. Dessa forma, foi recepcionado com um objeto acertando seu rosto. A saber, arremessado por algum torcedor imbecil do Racing. Entretanto, passado o episódio, o Independiente tentava o empate.

Inclusive, refém da obviedade. Expressa por uma pobreza de repertório. Ou seja, o clube tentava o empate ora em bolas paradas, ora em chutes de longa distância. Marcone, por exemplo, experimentou de fora aos 13 minutos. No lance seguinte, Marcone fez lindo passe para Ferreyra. Que acertou um belíssimo chute.

Todavia, o goleiro Gómez fez uma defesa espetacular, digna de um quadro de René Magritte. E o Independiente insistia. Romero bate de bico e defesa de Gómez. Mas, Carbonero respondeu de fora para o Racing. Defesa de Sosa. 

O duelo era dramático, havia tons teatrais das peças de Nelson Rodrigues. Aos 46, Vigo cruza na cabeça de Ferreyra. Contudo, a bola foi para fora. No último lance, Vigo cruza, Ferreyra desvia de cabeça. E Cazares, que também entrou na segunda etapa, complementa de cabeça por cima. E a partida acaba, com êxtase por parte da torcida do Racing.

Piora a Crise no Independiente 

Ninguém pode garantir Domínguez no cargo. Pois, as feridas de um clássico são incalculáveis. A camisa dos Diablos precisa ser lavada, a alma ninguém encontrara ontem. Certo é que Domínguez teve tempo suficiente.

E a equipe ainda não tem firmamento tático. Tal como um mínimo de repertório. Portanto, é tempo de mudança, de olhares diferenciados. Não mais é viável viver do tango tão-somente a desgraça. Em suma, a grandeza precisa voltar, de maneira que as cores da camisa possam gritar o silêncio de um sucesso inesgotável.

Foto destaque: Divulgação/Independiente

Daniel Muzitano

Daniel Muzitano

Formado em Publicidade pela faculdade Estácio de Sá, pós-graduado em Letras na instituição Veiga de Almeida, contribuiu, lexicograficamente, para o E-Dicionário de Termos Literários (Portugal), é revisor do Colégio Santo Agostinho, fluente em Espanhol, e, ainda hodiernamente, revisa teses de mestrado e de doutorado, dedica-se à área de etimologia e é colunista do Futebol na Veia, possuindo conhecimento amplo na ramificação do futebol.