Osmar Santos: o maior narrador esportivo do rádio brasileiro

“Pai da Matéria”, como ficou conhecido Osmar Santos, é, segundo o livro “Os Mestres do Espetáculo”, maior narradores esportivo da história do rádio brasileiro. Icônico na Jovem Pan, Record e Globo, Osmar nunca quis “fazer apenas o seu trabalho”, de fato estava fadado a mudar a história do jornalismo esportivo no Brasil.

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Extremamente criativo, comunicativo, o narrador, radialista e apresentador se importava com o seu arredor também. Decerto, teve um importante momento na política nacional quando foi o locutor das Diretas Já.

Assim, transmitiu as Copas de 74, 78, 82, 86, 90 e o título de 1994. Não só com uma linguagem jovem, como também com bom humor e, principalmente, pelos bordões que eram facilmente aceitos pelo povo e caiam na boca da galera, ecoando pelos estádios, tornou-se único.

Depoimentos pró-Osmar Santos

“O maior gênio da narração esportiva. Tinha uma verdadeira usina, fábrica de bordões”, contou Quartarollo.

“Divisor de águas na narração esportiva. Grande artista do microfone. Mudou a linguagem da narração esportiva do Brasil”, afirmou Nilson César.

“Revolucionou! Aliou velocidade, sem perder a técnica, com uma linguagem nova e expressões não usuais. Virou febre!”, comentou Cláudio Zaidan.

Osmar por Pedro Luiz Paoliello

“O Osmar transforma o futebol de hoje num espetáculo romântico, alegre, descontraído. Ele faz o show. Na minha época, o próprio futebol é que era romântico, alegre, era um show. A melhor maneira de definir o trabalho que este garoto está fazendo é usar o automobilismo. Osmar narra em ritmo de Fórmula 1. Na minha época se transmitia futebol na velocidade de um Simca Tufão. É um Oswald de Andrade das transmissões esportivas”.

“Tiro-lirolá, tiro-liroli”; “ripa na chulipa, pimba na gorduchinha”; “e que gooooool…”.

Há 26 anos, em 1994, um acidente de carro causou uma fratura de crânio em Osmar. Após duas cirurgias, ele sobreviveu. Mas a lesão no cérebro afetou o que era primordial para o locutor. Uma grande ironia do destino parou um dos maiores talentos que o rádio já produziu.

Mas se reinventou e hoje dá voz a belos quadros em que pinta com as mãos. A pintura é um de seus maiores hobbies, já tendo exposto e vendido diversas obras. Fala pouco, um vocabulário de 100 palavras, mais ou menos, mas é de sorriso frouxo e felicidade contagiante. Assim, segue sua vida, marcando corações de “novos” fãs. Portanto, melhor aceitar a condição que está, do que viver a reclamar.

Eric Filardi

Eric Filardi

Sou um jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo e um verdadeiro apaixonado por futebol. Criado em Taboão da Serra e paulistano de coração, trago em mim o compromisso de escrever com profissionalismo e criatividade, mantendo sempre a imparcialidade. Embora tenha meu clube e preferências, viso trazer informações e análises de forma equilibrada.