O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, concedeu entrevista nesta sexta-feira (7). Assim sendo, falou sobre o ano de 2021 e as projeções para 2022. Dessa maneira, o primeiro assunto tratado foi a contratação do lateral-esquerdo Cristiano, do Sheriff. Segundo o mandatário, o Tricolor também tentou outras investidas na mesma posição.
“A lateral esquerda é uma posição de carência de nomes no futebol brasileiro. Os que aqui estão, tentamos alguns deles. O (Guilherme) Arana em 2020, mas a pedida foi de € 3 milhões de euros por 50%, e ele foi para o Atlético-MG. Tentamos o Jorge, que estava no Monaco e veio para o Palmeiras com um salário muito acima do que podíamos pagar. E o Cristiano tornou-se uma excelente oportunidade de mercado”.
E completou falando sobre como foi a negociação com Cristiano:
“A gente não comprou o Cristiano à vista. A primeira parcela a ser paga pelo Cristiano é só em meados de 2023 (nota da redação: Mário se confundiu e falou 2023 ao invés de 2022). De janeiro a junho, a gente só vai pagar o salário do jogador. A partir de junho começa a pagar as parcelas ao clube que nos vendeu ele”.
Índice
- 1 Cristiano foi aprovado por Abel Braga
- 2 Mário Bittencourt cita negociação do Fluminense com Nino
- 3 Desistência de Ricardo Goulart e acerto com Cano
- 4 Permanência de Nino no Tricolor
- 5 Mário Bittencourt mostra confiança em recuperação financeira do Fluminense
- 6 Confira a entrevista de Mário Bittencourt na íntegra
Cristiano foi aprovado por Abel Braga
Aliás, o contrato de Cristiano com o Sheriff terminaria em 2023. Dessa maneira, caso o Fluminense esperasse seis meses, poderia fazer um pré-contrato e trazer o jogador de graça. Contudo, Mário Bittencourt afirmou que não valeria a pena a espera. Além disso, o jogador também agradou ao técnico, Abel Braga.
“Abel adorou o jogador, acha que ele vai ser muito importante no sistema que irá jogar, e isso fez com que a gente fizesse um investimento. Como a gente fez com o Michel Araújo e o Pacheco em 2020, também parcelados e estão integralmente quitados. O Michel Araújo deu certo, o Pacheco infelizmente não foi bem aqui. Se o Cristiano for muito bem aqui e for vendido por € 5 milhões de euros daqui a um ano, vão dizer: ‘Grande contratação’. Como tudo na vida, pode dar certo ou errado, mas fizemos com os pés no chão, estamos causando nenhum balanço financeiro no clube por causa disso”.
Mário Bittencourt cita negociação do Fluminense com Nino
Para justificar a escolha, o presidente lembrou a contratação de Nino, em 2019, quando o clube passava por situação financeira pior. Além disso, afirmou que a compra de Cristiano está totalmente dentro do padrão do mercado.
“É curioso que temos investido U$ 1 milhão de dólares em 60% do Nino em 2019, quando o clube tinha uma situação financeira muito pior, e as pessoas estejam contestando a contratação de um jogador que estava jogando contra o Real Madrid, contra o Shakhtar Donetsk por € 1,4 milhão de euros parcelados em dois anos e meio”.
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— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) January 7, 2022
Desistência de Ricardo Goulart e acerto com Cano
No ataque, o Fluminense demonstrou interesse em Ricardo Goulart e Germán Cano. Contudo, as negociações com o primeiro foram encerradas antes do Natal. Ao passo que, em relação ao ex-atacante do Vasco, as conversas se estenderam. Mário Bittencourt explicou as escolhas.
“A gente fez uma proposta escrita pelo Goulart, como fez para todos. O fato do Cano é que imediatamente se interessou e fez uma contraproposta, ficamos o tempo inteiro negociando. Eu e o empresário dele, a gente se falou todos os dias nesse período. Com o Goulart, o jogador respondeu que ficou feliz em receber a proposta, mas que iria esperar alguns dias, ver se tinha interesse em jogar no Brasil ou fora, é um jogador que tem mercado na Europa”.
Em seguida, afirmou que não ficou nenhuma mágoa:
“E depois de sete, oito dias aguardando um posicionamento, comuniquei ao estafe dele (a desistência), por questões financeiras nossas. Quem tem menos dinheiro precisa ser mais rápido no mercado, pelo menos ter essa prerrogativa de estar na frente. Não houve demérito, desrespeito. Como temos dificuldade, poderia perder uma outra oportunidade. Disse isso na FluTV, que seria uma ou outra pelo lado financeiro. Como uma foi evoluindo, fizemos a opção”.
Permanência de Nino no Tricolor
Posteriormente, Mário Bittencourt explicou o motivo da desistência da venda de Nino para o Tigres, do México. A saber, a negociação girava em torno de 5 milhões de dólares, cerca de R$ 28 milhões. No entanto, como o Tricolor tem 60% dos direitos econômicos do jogador, ficaria com apenas 3 milhões de dólares, ou R$ 17 milhões. Dessa maneira, o clube tentou negociar com o Criciúma, que possui os 40%. Mas não chegaram a um acordo.
“O Nino me ligou falando que recebeu uma proposta do México que era muito boa para ele e gostaria de ir. Respondi que se fosse algo bom para o Fluminense, iríamos fazer. A negociação evoluiu e chegou a proposta final de U$ 5 milhões de dólares por 100%. Como a gente tem 60%, disse a ele, ao presidente do Tigres também que foi muito educado, que se ficássemos com algo entre U$ 4,4 a U$ 5 milhões de dólares, faria do negocio. Mas precisaria da anuência do Criciúma, e a primeira resposta verbal deles foi que iriam fazer, mas em algum momento desistiram”.
Já que a negociação não se concretizou, Nino permanece no Fluminense. Assim sendo, o presidente afirmou que o zagueiro segue focado no Tricolor. Mas também afirmou que, caso surja outra proposta, ela será analisada entre o clube, o jogador e o Criciúma.
“Quando recebi a notícia comuniquei ao Tigres, ao representante do Nino e liguei para o jogador. E ouvi: ‘Presidente, não era para ser. Sou muito feliz aí e continuarei feliz, obrigado por todo empenho para tentar fazer uma equação boa para todos nós, inclusive para mim financeiramente. Me apresento segunda para começar a pré-temporada’. Ele é um cara de um grande caráter”.
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Mário Bittencourt mostra confiança em recuperação financeira do Fluminense
Mário Bittencourt falou sobre as perspectivas de reconstrução do clube. Assim sendo, segundo o mandatário, o clube não perde o controle financeiro. Bem como, com o pagamento de algumas dívidas, o clube abriu fluxo para o departamento de futebol. Por fim, projetou que daqui a uns três ou quatro anos o clube deve estar 100% equacionado.
“Eu recentemente disse que achava que a nossa reconstrução do clube seria em nove anos. Diante das melhorias que a gente teve em 2021 e do que projeta para 2022, acho que já poderia dizer que vai conseguir reduzir esse prazo para ter o clube mais saudável. Mais uns três, quatro anos aí, totalizando sete, vamos estar 100% equacionados” encerrou.
Confira a entrevista de Mário Bittencourt na íntegra
Foto destaque: Mailson Santana/Fluminense FC