Primeiramente, o Campeonato Estadual tem a característica de dividir opiniões dos torcedores quanto a sua importância. Se por um lado alguns times consideram essencial vencer (ou pelo menos se destacar). Por outro, outros times nem se organizam para a competição. A polêmica decisão de jogar o estadual com equipe de transição chega logo nesse momento. Mas, o que permeia essa discussão? Quais são os limites entre o “importa” e o “não importa”?
Quando o Estadual importa?
A princípio, o Estadual, para muitos times, é o maior campeonato da temporada. Para pequenos e novos times do interior, pode ser a porta de entrada para grandes competições, como o Brasileirão, ou até mesmo a chance de ganhar visibilidade e patrocínios relevantes para um futebol profissional de destaque. Além disso, mesmo que o time em questão não ganhe o Estadual, ficar nas colocações mais altas (3° ou 4°) pode trazer altos retornos financeiros para investir na equipe.
Portanto, pode-se perceber que as vezes é bom investir no Estadual. Por mais que os times pequenos se beneficiem mais com isso, não deve-se esquecer que o pote de ouro pode estar nas mais tímidas oportunidades. Logo, nenhum time deve desvalorizar o valor do Estadual, afinal os grandes clubes começaram de algum lugar, e nele, teve uma vitória no Estadual.
O argumento da equipe titular ser usada “à toa” não é válido aqui. São poucos times (com exceção do Nordestino, por exemplo, que tem cerca de 16 times competindo) disputando o título, vale a pena investir um pouco mais para ter um sucesso garantido.
Aliás, alguns chamam o Estadual de “Campeonato Rural “. Se é rural, fica fácil de vencer não é mesmo ? Anão ser que o clube esteja disposto a deixar o maior rival ganhar por prepotência. Com pequenas pedrinhas se trilha um grande caminho.
Quando o Estadual “não” importa?
No entanto, para times grandes, talvez a prioridade seja outra. Na verdade, a palavra chave é essa: prioridade. Esses times que têm grandes patrocinadores recebem muita cobrança para conseguir um aproveitamento significativo em grandes competições. Então, talvez o Estadual não traga esse resultado.
Outro fator seria o planejamento. Para entender se usar a equipe de transição será uma boa escolha, algumas observações devem ser feitas. Se o time for disputar todos os campeonatos disponíveis, usar uma ordem de prioridades sobre qual trará mais retorno deve ser o primeiro passo. Depois, ponderar uma boa análise técnica dos jogadores.
Muitos times grandes descobrem verdadeiros ouros nesses momentos. Usa um jogador reserva, ele se destaca ou pelo menos faz o necessário, e pode-se poupar o artilheiro. Ou então, guardar o artilheiro e apenas usar um time com boa estrutura de passes e ágil já ajuda bastante.
Usando como exemplo os três times mineiros: Cruzeiro. O América subiu para a Série A, e com folga vai disputar o Mineiro. O Atlético permanece na Série A e vai disputar Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Libertadores. O Cruzeiro não saiu da Série B.
Para o Galo, é mais provável que use uma equipe de transição, porque vai enfrentar muitos leões ao longo do ano. Isso é bom. O elenco será rodado e entrará em campo mais forte. Já para a Raposa e para o Coelhão, seria mais viável usar a equipe titular, pois fica mais fácil de garantir um título já que possuem menos competições a disputar.
Jogadores do Atlético que mais atuaram durante a temporada terão 10 dias de folga. Os que jogaram menos vão se juntar ao time de transição para formar a equipe que vai iniciar o Campeonato Mineiro. #gegalo
— Guto Rabelo (@GutoRabelo) February 26, 2021
Foto Destaque: Reprodução/Bruno Cantini