Para times de fora de eixo conquistar um título nacional é um desafio “10 vezes maior“. Nesse ínterim, o conjunto da obra tem que sair tudo perfeito, planejado e detalhado para que, no final, o título venha. Dessa maneira, ocorreu com o no Brasileirão de 1988. Nesta sexta-feira (19), relembraremos como foi o duelo decisivo contra o Internacional, em homenagem ao aniversário do título, que completa 32 anos.
CONTEXTO DA FINAL
A princípio, na decisão do Brasileirão de 1988, o Bahia era franco atirador. A equipe enfrentaria um Internacional forte com o artilheiro Nílson, Luiz Carlos Winck, Taffarel e companhia. Além disso, os Colorados já haviam vencido na primeira fase da competição por 3 x 0. Contudo, era uma tarefa complicada. Na semifinal, a equipe gaúcha derrubou o Grêmio, seu maior rival, e, com isso, vinha confiante.
Entretanto, como em todo duelo contra times do eixo, o Esquadrão não se incomodou em ser chamado de “zebra“. Pelo contrário, isso dava ainda mais motivação, não somente ao time, mas também a toda comunidade baiana. Resultado: primeiro jogo na Fonte Nova, 90 mil torcedores empurrando e fazendo uma linda festa.
PRIMEIRO DUELO
A primeira partida começou com um Inter, abrindo o placar com gol de Leomir. Em contrapartida, o Tricolor tinha o apoio de sua torcida e, em campo, um cara que decidia: Bobô, que após belo passe de Zé Carlos, testou para o fundo das redes, empatando o duelo. Na volta do intervalo, novamente Bobô, em bate e rebate na área, a bola sobrou para o artilheiro ,que fuzilou: 2 x 1 para o Bahia. Por fim, os baianos só dependiam de um empate no jogo da volta para conquistar mais um título.
JOGO DO TÍTULO
Aquele ditado que afirma que toda ajuda é bem vinda não serviu para o Internacional. Desse modo, a equipe colorada contou com um “despacho” feito por um torcedor, que colocou no vestiário adversário. Porém, não foi suficiente para vencer ou parar de forma efetiva o Esquadrão. O duelo foi bastante truncado, mas, diferentemente do primeiro, poucos lances de inspiração marcaram o duelo.
O Bahia mostrou um belo jogo do ponto de vista tático, fazendo boa marcação e com uma aplicação diferenciada. Em contrapartida, o Inter parava no paredão baiano, o goleiro Ronaldo. Na volta do intervalo, os gaúchos continuavam sem boas jogadas e, além disso, ainda cedia contra-ataques ao Esquadrão. Assim, o jogo terminou em um empate, que garantiu o feito ao Bahia, que, depois de 29 anos, voltou a conquistar um título do Brasileirão.
CAMPANHA
O retrospecto foi sensacional: em 29 jogos, foram 13 triunfos, 11 empates e cinco derrotas. O Beira-Rio chorava ao ver um Tricolor comemorando dentro do seu gramado mais um título, logo o mesmo Bahia que desbancou o Santos de Pelé. O clube de Salvador tinha vários atletas que poderiam facilmente receber a alcunha, “O Bahia de”, Zé Carlos, Bobô, Paulo Rodrigues e, talvez o principal, o técnico Evaristo de Macedo.
Foto Destaque: Reprodução/Imortais do Futebol