Clima de crise antes do clássico

“Que se vayan todos, que no quede ni uno solo”. Não, certamente não é preciso saber espanhol para medir o tamanho do problema dos Diablos. Assim, essa foi a manifestação mais reproduzida pela torcida do Independiente no último prélio. Ou seja, “Que todos se vão, que não fique um sequer.” (Clima de crise antes do clássico).

Dessa forma, o clima ficou tenso após mais uma derrota. Desta vez, para o Platense por 3 x 1. Desse modo, a crise interminável era esquecida. Ora com um fulgor aqui, ora com outro acolá. Mas, nem um clube com a proeminência dos Rojos aguenta tantas derrotas e decepções com mansidão.

Benegas retratou-se com o público

Após vários insultos e muitas reclamações dos hinchas, Benegas reagiu mal ao terminar a partida. Desse modo, já saindo, o jogador partiu para cima de alguns torcedores. Entretanto, fora segurado naquele então por companheiros e seguranças.

Em seu Twitter, pediu desculpas à torcida. Alegando que se deixou levar pela impotência de não haver conseguido lograr o resultado. Aliás, o verbo não é trivial em nosso idioma. Embora exista.

Inclusive, emana por sua vez do latim lucrare, obter lucro. Hodiernamente, é sinônimo de conseguir, conquistar etc. E isso falta nos últimos tempos à grandeza inenarrável da camisa do Independiente.

Contratação de Gabriel Hachen

Vindo do Defensa y Justicia, Hachen tem 31 anos e é meio-campista. Em síntese, já recebeu as boas-vindas nas redes sociais do clube. E fez sua estreia no último confronto. De modo que o contrato durará 18 meses. Hachen e Marcone são os rostos novos dos Diablos.

Ademais, Elizalde do Penãrol e Facundo Ferreyra também foram incorporados ao elenco. Com isso, o Independiente vai se reforçando, e atendendo às exigências do técnico Eduardo Domínguez.

O Clássico de Avellaneda (Clima de crise antes do clássico)

No 19º lugar, o Independiente necessita de uma vitória. Neste comenos, perder para o Racing pode significar a saída do atual treinador. E talvez mais pressão política e a antecipação das eleições. Que foram rememoradas por torcedores no último duelo.

Seu arquirrival, Racing, até aqui se encontra na 6ª posição. E fará o clássico em seus domínios. Diga-se, podendo extirpar, destruir por assim dizer,  qualquer possibilidade de êxito dos Rojos na temporada. O jogo promete tons de dramaticidade shakespearianos.

Ao técnico Domínguez, mais do que elucubrações falsárias, a ocasião é para vencer. Portanto, sem testes ou invenções. É momento de reunir suas melhores peças e atuar dentro de sua melhor tática. Em resumo, é fazer o “feijão-com-arroz”.

Expressão que deveria ter hífen, não fossem os caudatários do Novo Acordo seres tão ignaros. É tempo de o Independiente mostrar, no tempo verbal mais-que-perfeito, as cores históricas de sua camisa. Aguardá-lo-emos!

Foto destaque: Divulgação/Independiente

Daniel Muzitano

Daniel Muzitano

Formado em Publicidade pela faculdade Estácio de Sá, pós-graduado em Letras na instituição Veiga de Almeida, contribuiu, lexicograficamente, para o E-Dicionário de Termos Literários (Portugal), é revisor do Colégio Santo Agostinho, fluente em Espanhol, e, ainda hodiernamente, revisa teses de mestrado e de doutorado, dedica-se à área de etimologia e é colunista do Futebol na Veia, possuindo conhecimento amplo na ramificação do futebol.