Antes de qualquer coisa, se o Brasil quiser ter uma liga melhor, um dos passos é abrir suas fronteiras. Atualmente, cada clube pode ter quantos gringos quiser, mas só pode relacionar cinco para cada partida.
Uma vez que nossa economia é a mais forte da América do Sul, devemos aproveitar essa condição.
Claro que isso passa por processos de observação e seleção de talentos no nosso continente, de modo que possamos ter bons jogadores antes da Europa.
Um desses exemplos é o caso do colombiano Luís Díaz, do Liverpool. O atacante colombiano disputou a Copa Americana dos Povos Indígenas em 2015.
Após o torneio, foi contratado pelo Junior Barranquilla em 2016. Assim, até 2019 foram 21 gols em 108 jogos.
De lá o atacante foi vendido ao Porto e por fim, ingressou no Liverpool na atual temporada.
Ou seja, foram várias oportunidades de observação e recrutamento dos clubes daqui. Nenhum deles aproveitou o talento de um jogador que hoje está na melhor liga do mundo.
Importar estrangeiros não atrapalha formação no Brasil
Por outro lado, um argumento daqueles que se opõem à contratação de mais estrangeiros é de que faltaria espaço para jovens.
Entretanto, a tendência é que continue havendo espaço para jovens, uma vez que revelações dos clubes mais ricos podem ter espaço em clubes menores.
Isso dá a possibilidade de que mesmo clubes sem dinheiro tenham jogadores promissores e elevem o nível competitivo do campeonato.
Ou seja, todos serão melhores. Uns por comprar atletas, outros por revelar ou pegar emprestado.
Uma liga mais competitiva afeta de forma positiva a formação dos atletas. Prova disso é a Inglaterra, quem tem feito boas campanhas em torneios de base e tem boa parte da seleção principal composta por jovens.
Claro que esse processo inglês demorou um pouco, mas está acontecendo diante dos nossos olhos.
Finalmente, torço para que essa barreira caia o mais rápido possível e que, aliada a outras mudanças, essa medida torne nossa liga mais competitiva.
Foto Destaque: Alexandre Vidal/Flamengo